Senado homenageia o historiador Caio Prado Júnior



A pedido do senador Roberto Freire (PPS-PE), o horário do expediente da sessão deliberativa do Senado desta quarta-feira (dia 20) será dedicado a homenagear a memória do historiador Caio Prado Júnior, que faleceu há dez anos, em novembro de 1990. Nesse mesmo dia, será lançada, também por iniciativa de Freire, no Salão Azul do Senado, uma mostra fotográfica com registros da vida do homenageado.

Filho de família paulista abastada, Caio Prado Júnior formou-se na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde obteve, em 1956, o título de livre-docente que lhe foi cassado em 1968, juntamente com seus direitos políticos. A dupla cassação somou-se à prisão seguida de exílio no Estado Novo, por ter participado da Intentona Comunista de 1935. No período pós-46, de redemocratização do regime, foi eleito deputado estadual pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) para, em 1947, ter o mandato cassado em decorrência do cancelamento do registro do PCB.

Com Monteiro Lobato, em 1943 Caio Prado fundou a Editora Brasiliense, responsável por importante foro de debate no âmbito do pensamento de esquerda no período nacional-desenvolvimentista, a Revista Brasiliense.

Considerado um dos mais importantes pensadores da história econômica e social brasileira, o historiador foi também pioneiro na interpretação marxista da estrutura e do sentido da formação histórica do país, a seu ver marcada pela dependência, pela transferência de excedentes para os países capitalistas centrais e pela incapacidade de suas forças sociais de criarem um ritmo econômico próprio, autógeno e auto-sustentado. Esse o sentido da concentração da propriedade da terra, da monocultura agroexportadora e do trabalho escravo, típicos à estrutura econômica colonial, que teriam deixado marcas indeléveis na formação do Brasil contemporâneo. Na opinião de Roberto Freire, "Caio Prado Júnior está indissoluvelmente ligado à memória e à atualidade do pensamento da esquerda brasileira".

A explicação de Caio Prado Júnior sobre as razões estruturais das vicissitudes brasileiras está exposta em pelo menos três livros, tidos como clássicos: Evolução Política do Brasil e Outros Ensaios, de 1933, Formação do Brasil Contemporâneo (Colônia), de 1942, e História Econômica do Brasil.

19/06/2001

Agência Senado


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