Almeida Lima quer conhecer "perfil e aspirações" do atual governo
Mais do que explicações sobre equívocos e mal-entendidos, o senador Almeida Lima (PDT-SE) considerou fundamental conhecer -com profundidade- o perfil e as aspirações do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Tal afirmação partiu da análise em Plenário, nesta quarta-feira (12), acerca de declaração -segregacionista e discriminatória- do secretário de Segurança Alimentar, José Graziano, contra os nordestinos; do veto presidencial ao projeto de lei que destinava R$ 8,7 milhões em recursos do Fundef para portadores de deficiência; e da decisão da Previdência Social de suspender, para fins de recadastramento, o pagamento de benefícios a aposentados e pensionistas com mais de 90 anos.
- Não se trata de um caso isolado. Estes fatos têm se constituído em regra no atual governo - afirmou.
Dos episódios retratados, causou maior indignação ao senador por Sergipe os argumentos usados pelo presidente Lula para rejeitar a proposição dirigida aos alunos das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes). Almeida Lima considerou -um absurdo- deixar de ajudar esses brasileiros, carentes de um atendimento especial, com o argumento de que o projeto -contrariava o interesse público-.
Também não gerou menos protestos no parlamentar o fato de o ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini, ter apoiado, revendo posteriormente a decisão, a suspensão das pensões e aposentadorias dos idosos.
- E isso aconteceu logo após o Senado ter aprovado, por unanimidade, o Estatuto do Idoso - observou, acrescentando que, ao adotar ou defender medidas como essas, o atual governo estaria se revelando -segregacionista, discriminatório e separatista.
Os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM), José Agripino (PFL-RN), Demostenes Torres (PFL-GO) e Antero Paes de Barros (PSDB-MT) reforçaram as críticas desferidas contra o governo petista. Arthur Virgílio vê como -estultice política e insensibilidade social- a ação governista em relação aos idosos e deficientes; Agripino apontou práticas de -perversidade inominável- em um governo que se elegeu pregando o social; Demostenes disse que são -tantas gafes, descortesias e maledicências que vai ser difícil superar esse primeiro ano de governo; Antero acredita que o presidente Lula está sendo levado a assinar documentos com os quais não concorda.
12/11/2003
Agência Senado
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