Aloysio Nunes informa que CMA vai debater fusão entre Carrefour e Pão de Açúcar



O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) comemorou em Plenário, nesta quinta-feira (7), a aprovação de requerimento de sua autoria para discutir, em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), a fusão das redes de supermercados Carrefour e Pão de Açúcar, anunciada pelo empresário Abílio Diniz. Sócio do Pão de Açúcar, Diniz pediu financiamento do BNDES para garantir o negócio.

Serão convidados para o debate o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e seu ex-presidente, Carlos Lessa; Gesner de Oliveira, ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade); Mansueto Almeida, técnico de Planejamento do IPEA; Roberto Pfeiffer, ex-diretor executivo da Fundação Procon do estado de São Paulo; e Sussumu Honda, Presidente da Associação Brasileira de Supermercados.

O senador alertou que "o volume expressivo de recursos públicos" a ser investido pelo BNDES na fusão representa aproximadamente 8% do montante que Europa trará para salvar a economia grega. Para o senador, há "uma diferença gritante" entre os dois empréstimos.

- Para receber 28 bilhões de euros, a Grécia terá de tomar medidas altamente restritivas e impopulares, enquanto os empresários brasileiros não terão de fazer nenhum sacrifício. Pelo contrário: para eles, é só alegria - comparou.

O senador criticou os argumentos apresentados pelo governo. Para ele, dizer que a fusão criará uma multinacional verde e amarela "faz pouco da inteligência do brasileiro". Considerou ridículo dizer que a fusão abrirá as portas para produtos brasileiros no exterior. Disse ser mais ridículo ainda dizer que os preços cairão, uma vez que a fusão na verdade promoverá uma concentração no setor.

O senador questionou o fato de o BNDES ser acionista de 675 empresas, sendo o maior deles em muitos casos. Afirmou que hoje o banco é o maior acionista do setor de carnes, detendo 30% do frigorífico JBS.

- O que o consumidor brasileiro ou economia nacional ganha com isso? - indagou.

O senador perguntou por que, sendo a fusão um negócio tão bom como dizem autoridades do governo, não foi ele financiado pelo setor privado. Também indagou por que a negociação sob a fusão foi escondida do grupo Casino, grande acionista do Pão de Açúcar, que se posiciona contrário à fusão.

O senador foi aparteado pelos colegas Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Cristovam Buarque (PDT-DF).



07/07/2011

Agência Senado


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