Alvaro Dias chama atenção para baixo índice de crescimento do Brasil




O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que o Brasil desperdiçou as oportunidades de crescimento que teve na fase áurea de desenvolvimento econômico mundial, ocorrida há alguns anos, e lamentou a posição de "lanterninha" que o país ocupará este ano entre os seus vizinhos da América Latina.

Em discurso nesta quinta-feira (14), o senador citou números do relatório divulgado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) segundo o qual o Brasil será, junto com a Guiana, o país que registrará o menor crescimento da América do Sul este ano, com expansão de 4%. Já o Panamá deverá registrar o maior crescimento na região, com 8,5%, seguido da Argentina, com 8,3%. Para 2012, estima-se que o Brasil repetirá o crescimento de 4%.

Alvaro Dias disse que o crescimento brasileiro será menor até mesmo que o do Haiti, também previsto em 8%, considerando o fato inaceitável, dadas as potencialidades econômicas brasileiras, superiores em comparação a outros países da região. Ele criticou a postura dos governistas no Congresso Nacional, que alardeiam o retraído crescimento brasileiro como um grande feito.

- Certamente os governistas continuarão a alardear que o Brasil cresce de forma extraordinária - disse.

O estudo da Cepal, assinala ainda o senador, alerta para a necessidade de conter a inflação e destaca a vulnerabilidade da região diante do espetáculo especulativo que pode causar bolhas financeiras imobiliárias. A variação da inflação no Brasil medida nos 12 meses encerrados em maio último foi de 6,6%, um dos maiores índices inflacionários da região, frisou.

O chefe da divisão de desenvolvimento da Cepal, Osvaldo Kacef, apontou ainda um contrassenso local: o Brasil impõe restrição à entrada de capitais e, ao mesmo tempo, eleva a taxa de juros, se exibindo mais atrativo para os capitais. Ele considera o câmbio valorizado como um veneno de efeito gradativo. O Brasil, entre 2007 e 2010, atraiu 76% do capital de curto prazo entre 19 países da região. O especialista manifestou ainda preocupação no tocante à primarização das exportações brasileiras.

Segundo Alvaro Dias, tais dados só demonstram que é necessário buscar alternativas para a reversão dessa tendência.



14/07/2011

Agência Senado


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