Alvaro Dias defende adoção de caminho próprio de crescimento pelo Brasil
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse nesta segunda-feira (1º) que, para retomar o caminho do crescimento econômico e da geração de empregos, o Brasil precisa ter uma visão mais realista da globalização e, mesmo sem bravatas e sem romper contratos, voltar-se para si mesmo, sem ficar esperando que a solução venha de fora.
Para o senador, se houver competência para enfrentar os desafios, se os brasileiros se unirem num projeto nacional inteligente e praticado de forma independente, com os olhos voltados para o mercado interno, será possível superar as dificuldades do presente.
Na opinião de Alvaro Dias, o processo de globalização acabou por impor restrições nefastas aos países em desenvolvimento, mas países como Índia e China, que se rebelaram contra os ditames do mercado internacional, avançam com determinação e concretizam patamares de crescimento econômico em níveis que o Brasil atingiu ao longo de 80 anos do século 20.
Para adotar um caminho próprio de crescimento, Alvaro Dias disse que o sistema financeiro não pode continuar ditando os rumos econômicos da vida nacional e o capital especulativo não pode continuar entrando e saindo livremente do país para auferir lucros no curtíssimo prazo.
Na própria América Latina há países que mantêm estrito controle sobre esses capitais, como é o caso do Chile, onde somente os capitais de longo prazo têm entrada livre, conforme o senador. A manutenção de altas taxas de juros são impeditivas de um plano de retomada de crescimento, acrescentou, afirmando que, se esse problema não for enfrentado, a produção continuará caindo, o desemprego se multiplicando e o comércio em retração.
Em apoio a seus argumentos, Alvaro Dias citou palavras do ex-secretário da Fazenda do governo Mário Covas, professor Yoshiaki Nakano, em favor de um projeto de desenvolvimento exuberante: -Se a China pode crescer à taxa que cresce, nada me diz que o Brasil, se fizer um bom projeto, também não poderá crescer no mesmo ritmo-.
01/09/2003
Agência Senado
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