Alvaro Dias comenta piora na avaliação da economia pela população



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) comentou nesta segunda-feira (30) os resultados da pesquisa CNI/Ibope relativa ao segundo trimestre deste ano, que já registra uma piora da percepção dos brasileiros sobre o futuro da economia em decorrência do aumento da inflação. Foram entrevistadas 2.002 pessoas, 65% das quais esperam aumento da inflação nos próximos seis meses. Já 53% dessas pessoas desaprovam as ações do governo de combate ao aumento generalizado dos preços.

- O conjunto do estudo aponta piora sensível na percepção dos brasileiros em relação à economia, situação certamente provocada pelo aumento da inflação. Mais rápido do que se imaginava, já há repercussão na opinião pública, desgastando a imagem do governo - disse o senador do PSDB.

Alvaro Dias chamou a atenção para os números de três meses atrás, quando 51% da população achavam que a inflação iria aumentar, enquanto 15% acreditavam na redução dos preços. Agora, caiu para 12% o percentual daqueles que acreditam numa queda de preços.

O que é também negativo, segundo o parlamentar, é que a expectativa de aumento da inflação contaminou as percepções em relação ao desemprego e à renda, itens sobre os quais os brasileiros passaram a ter também uma perspectiva mais pessimista. E, acrescentou Alvaro Dias, os movimentos da opinião pública são consistentes no sentido da desaprovação, com queda na avaliação da política de juros e de impostos.

O Ibope fez as entrevistas em 141 municípios entre os dias 20 e 23 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para menos ou para mais.

Estado de Direito

O senador Alvaro Dias também se referiu, em seu discurso, ao pronunciamento que ouviu, há uma semana, no Teatro Guaíra, em Curitiba, na abertura da 4ª Conferência Estadual dos Advogados. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, da seccional do Paraná, Alberto de Paula Machado, fez uma retrospectiva dos acontecimentos que culminaram com a redemocratização do país, enfatizando, sobretudo, a participação dos advogados na luta pelo Estado de Direito.

"Hoje, passados tantos anos, somos obrigados a reconhecer que não alcançamos a plenitude do Estado de Direito. O Estado ainda não se submete plenamente às decisões da Justiça, na medida em que não paga as suas dívidas, utilizando-se dos malfadados precatórios; a população de baixa renda não tem acesso à Justiça; o Brasil ainda é um país com uma imensa população pobre e com Índice de Desenvolvimento Humano [IDH] abaixo da Bulgária, de Costa Rica, de Cuba, da Líbia, do Panamá e dos vizinhos Uruguai e Argentina", disse o jurista.

Ele reconheceu avanços, como a estabilidade monetária e o controle da inflação, a partir de 1994, e o acesso da população de baixa renda ao consumo, mas criticou as "manias próprias de países ricos", como a oferta de tratamento de doenças complexas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sem que o sistema consiga realmente cumprir suas promessas.



30/06/2008

Agência Senado


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