Alvaro Dias critica falta de quórum para instalação dos trabalhos da CPI da Petrobras
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) criticou a postura da base do governo, que teria trabalhado pela falta de quorum e impedido a instalação dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Na reunião, ocorrida na tarde desta terça-feira (2), deveriam ser escolhidos o presidente, o vice-presidente e o relator da CPI.
- Não há justificativa para esse comportamento. Está ocorrendo um desrespeito à minoria, à praxe estabelecida e à tradição existente. O governo quer indicar a presidência e a relatoria. Não abre mão de ser maioria e tenta dominar de forma absoluta a CPI - afirmou.
Alvaro Dias disse não querer acreditar que a atitude adotada pela base governista seja parte de uma estratégia para a obstrução dos trabalhos da comissão. Por mais forte que seja, afirmou, o governo não tem o direito de cercear a oposição no cumprimento do seu dever de fiscalizar os atos do Executivo.
- Se a maioria do governo adotar a estratégia de obstrução, a oposição terá instrumentos para reagir, seja com medidas judiciais, quem sabe; ou estabelecer procedimentos internos que estabeleçam o fato consumado. Desistir de investigar, jamais. A oposição vai investigar denúncias não contra a Petrobras, mas contra a atual gestão da empresa, que é temerária e preocupante - garantiu.
Em aparte, o senador Antônio Carlos Júnior (DEM-BA), que chegou a ser cotado para presidir a CPI da Petrobras, disse:
- A base do governo quer estrangular a CPI, transformá-la em CPI de mentira. Isso nós não vamos permitir - disse.
Em seguida, Alvaro Dias reiterou que a investigação de denúncias contra a Petrobras não prejudica o funcionamento da estatal, uma das maiores petrolíferas do mundo.
- Investigar corrupção, denunciar corrupção não compromete investimento. O que pode comprometer é a corrupção, o superfaturamento de obras, a concessão de aditivos irregulares, a distribuição de patrocínios de forma escusa. A Petrobras financia o Canecão, no Rio de Janeiro, com sete milhões e 500 mil reais por ano. Não sei a razão desse patrocínio - disse.
Antes de concluir o seu pronunciamento, o senador pelo Paraná afirmou:
- A oposição, que é responsável, séria e pensa no país, quer contribuir inclusive com o governo ao denunciar falcatruas. A CPI é a favor da Petrobras, a favor dos brasileiros e quer ser de Lula, embora ele não deseje - disse.
02/06/2009
Agência Senado
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