Álvaro Dias faz balanço dos resultados da CPI do Futebol



O senador Álvaro Dias (PDT-PR) afirmou nesta segunda-feira (dia 1º) que a CPI do Futebol, que ele preside, revelou uma seleção de crimes contábeis e fiscais de uma casta de dirigentes privilegiados que se consideravam desobrigados de obedecer a legislação vigente no país. Segundo ele, o Ministério Público aprofundará as investigações, levando o Poder Judiciário a punir exemplarmente os culpados de sonegação fiscal, evasão fiscal e lavagem de dinheiro.

Para Álvaro Dias, a CPI trouxe transparência ao mundo do futebol brasileiro, que movimenta R$ 18 bilhões por ano. "Os primeiros resultados já se fazem sentir: Não estamos mais vendo contratos faraônicos e salários incríveis", afirmou.

A comissão com representantes do Legislativo e Executivo, encarregada de reformular o desporto no Brasil, informou o senador, já identificou providências para acabar com a anarquia contábil que estimulava a impunidade dos dirigentes, tais como a exigência de auditorias e de publicação dos balanços, mandatos de três anos com apenas uma reeleição para dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e das federações estaduais, entre outras.

O senador pelo Paraná afirmou que a CPI teria apresentado resultados ainda melhores se não tivesse enfrentado dificuldades para quebrar sigilo bancário, fiscal e telefônico de suspeitos - o Supremo Tribunal Federal concedeu liminares contra a quebra dos sigilos, mesmo ficando clara a ocorrência de ilícitos. "Também não conseguimos formar uma força-tarefa, com o Ministério Público, Ministério da Justiça, Polícia Federal e Advocacia Geral da União, para investigar a movimentação do dinheiro desviado do futebol para contas numeradas em paraísos fiscais", disse.

Segundo Álvaro Dias, é urgente, também, que a Câmara dos Deputados reformule as regras da imunidade parlamentar - como o Senado já fez - para impedir que parlamentares se recusem a depor na CPI, como fez o deputado Eurico Miranda, presidente do Vasco da Gama. "Como aceitar que um deputado tenha esse tipo de proteção? A Câmara precisa votar logo esse projeto limitando a imunidade parlamentar, para impedir que seja usada como impunidade parlamentar", defendeu.

01/10/2001

Agência Senado


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