Alvaro Dias faz críticas ao governo por não anunciar as condições para viabilizar crescimento
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse, em discurso nesta terça-feira (14), que não há consistência no anúncio feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que"o grande mote" de seu segundo mandato será o crescimento econômico. O senador salientou que o presidente foi desmentido, na segunda-feira (13), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao Ministério do Planejamento, que demonstrou que não existem condições econômicas reais que permitam um crescimento de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2007, como foi anunciado.
Alvaro Dias lembrou que, na avaliação do Ipea, entraves como o risco de "apagão elétrico", gargalos na infra-estrutura, especialmente no corredor de exportação e investimentos públicos e privados insuficientes, entre outros, que só permitiriam ao país crescer a taxas de 5% ao ano a partir de 2017.
O senador criticou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, por contestar o Ipea, mas não apontar as condições em que se daria tal crescimento. Da mesma forma, o parlamentar criticou o "discurso vazio" de Lula que, ao falar sobre crescimento econômico, diz apenas "vocês vão ver",sem apresentar uma lista de prioridades, como redução da carga tributária e o estabelecimento de marcos regulatórios que proporcionem segurança jurídica aos investidores para atrair investimentos privados.
- Tenho esperança de que o governo reveja sua estratégia, permitindo que o país receba investimentos no setor de infra-estrutura - disse o senador.
Crise no setor aéreo
Alvaro Dias protestou ainda contra a atuação do governo diante da crise nos aeroportos, com a repetição de atrasos de vôos, e contra a viagem do presidente Lula à Venezuela como "cabo eleitoral" do presidente Hugo Chávez. Ele lamentou que o presidente tenha criticado a imprensa, o empresariado e a oposição em momento de crise, em que a população está sujeita aos transtornos dos aeroportos.
Para o senador, Lula deveria conclamar os políticos a estabelecer um "projeto de nação".
14/11/2006
Agência Senado
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