Alvaro Dias: oposição pretende convocar ministros, mas prioridade é para CPI dos transportes
Embora a oposição tenha a intenção de convocar ministros envolvidos em denúncias recentes de irregularidades no governo federal para esclarecimentos nas comissões, a prioridade continua sendo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Ministério dos Transportes. Foi o que afirmou nesta terça-feira (2) o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR). Das 27 assinaturas necessárias para a criação da CPI no Senado, a oposição tem 23.
- Em que pese o fato de estarmos convocando ministros de outras áreas em razão das denúncias veiculadas pela imprensa nos últimos dias, nós entendemos que uma CPI a respeito das denúncias que envolvem o Ministério dos Transportes seria fundamental para oferecer um diagnóstico do modelo vigente - disse Alvaro Dias, que classificou como promíscuo o modo como são distribuídos os cargos do governo.
O senador afirmou que o Senado não pode ser omisso diante dos escândalos, sob pena de se tornar cúmplice. Para ele, não basta que os senadores afirmem na tribuna que apóiam a presidente da República, Dilma Rousseff, nas investigações.
- A contestação que podemos oferecer é de que não basta o discurso. Para colaborar com a presidente é preciso ação, investigação e, no parlamento, investigação se faz por meio de Comissão Parlamentar de Inquérito - defendeu.
Convocações
Alvaro Dias informou que a oposição tenta convocar para esclarecimentos nas comissões os ministros das Cidades, Mario Negromonte; dos Transportes, Paulo Sérgio Passos; de Minas e Energia, Edison Lobão; do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence; e da Agricultura, Wagner Rossi. Os senadores devem, ainda, encaminhar representações à Procuradoria Geral da República e visitar o corregedor-geral da União, Marcelo Nunes Neves da Rocha, para que sejam esclarecidos os procedimentos adotados para investigar as últimas denúncias.
- O que nós estamos constatando é que não há sinceridade nesta manifestação de vontade política, por parte da presidente da República, de que estaria existindo a chamada faxina - disse.
Alvaro Dias disse considerar insuficiente a demissão de "subalternos e coadjuvantes" sem responsabilizar os "protagonistas" dos escândalos de corrupção. Para ele, as demissões já realizadas são o reconhecimento, por parte do governo, de que as irregularidades existiram e, agora, é necessário apurar de quem foi o comando.
MPs
O senador declarou ainda que a oposição, por meio dos líderes dos partidos na Câmara e no Senado, fará um apelo ao Supremo Tribunal Federal para que as ações diretas de inconstitucionalidade protocoladas nos últimos meses sejam julgadas prioritariamente. As ações dizem respeito a medidas provisórias já aprovadas e consideradas inconstitucionais pela oposição.
02/08/2011
Agência Senado
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