Álvaro Dias propõe mudanças urgentes na estrutura da CBF, das federações e dos clubes



O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou irregularidades na administração do futebol brasileiro, senador Álvaro Dias (PDT-PR), disse nesta quarta-feira (5) que o maior inimigo enfrentado pelos integrantes da CPI foi a descrença nacional quanto a seus resultados. O senador pediu um julgamento rigoroso para os denunciados e mudanças urgentes na estrutura da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e das federações estaduais, além de mais ética na administração dos clubes. O relatório do senador Geraldo Althoff (PFL-SC) será votado nesta quinta-feira (5).

- Esperamos agora que as estruturas do futebol sejam sacudidas por uma onda de moralidade - afirmou o senador.

Para o senador, as pessoas envolvidas com o futebol não devem mais permanecer coniventes diante das mazelas encontradas nos seus bastidores. A população está desiludida, alertou, e o país não suportará delongas judiciais.

Agradecendo a dedicação da equipe que trabalhou na comissão, Álvaro registrou que a leitura do relatório ocorrida nesta segunda-feira (4) levou cerca de 10 horas ininterruptas, no qual foram descritas irregularidades gravíssimas na administração do futebol. O senador acrescentou que o relatório, além de propor o indiciamento dos principais dirigentes do futebol, como o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e do Clube de Regatas Vasco da Gama, deputado Eurico Miranda, sugere também o aprofundamento das investigações pela Justiça, o que pode resultar em novos indiciamentos.

APARTESVários senadores elogiaram o trabalho realizado por Álvaro Dias e Althoff. O senador Sebastião Rocha (PDT-AP) esclareceu que não tem qualquer reparo a fazer ao relatório e disse que o torcedor precisa saber que os recursos desviados vêm do ingresso pago por ele. O senador Geraldo Cândido (PT-RJ) reafirmou sua convicção de que a CPI prestou um grande serviço à nação.

O senador Mauro Miranda (PMDB-GO) destacou que a CPI fez um trabalho a favor dos torcedores e "dessa paixão nacional que é o futebol". Já o senador Maguito Vilela (PMDB-GO) lembrava que o mundo vai saber que o Brasil, a partir de agora, vai ter um futebol mais organizado.

Por sua vez, o senador Lindberg Cury (PFL-DF) afirmou que, a partir desse momento, o futebol passará a ter uma conotação mais séria. O senador José Fogaça (PPS-RS) recordou que, há alguns anos, houve uma tentativa de se fazer uma CPI do Futebol, que sucumbiu diante da pressão da imprensa esportiva. Por fim, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) pediu a prorrogação da CPI para investigar ainda outras irregularidades, como as que ocorrem no futebol do Paraná e no Botafogo do Rio de Janeiro.

05/12/2001

Agência Senado


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