Caixa promete divulgar investigação sobre quebra ilegal de sigilo do caseiro em 15 dias



A Caixa Econômica Federal informou nesta terça-feira (21) que já constituiu uma comissão de sindicância para investigar o vazamento de informações bancárias sigilosas do caseiro Francenildo Santos Costa, o Nildo, na semana passada. A informação foi dada pelo senador Flávio Arns (PT-PR), no início da noite desta terça (21). Arns, em conjunto com os senadores Wellington Salgado (PMDB-MG) e Alvaro Dias (PSDB-PR), integrou um grupo designado pela CPI dos Bingos para buscar na estatal informações sobre o acontecimento. Os três senadores foram à sede da Caixa no início da tarde.

De acordo com Arns, o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, e os diretores da estatal afirmaram que os resultados das investigações serão divulgados em um prazo máximo de 15 dias. Arns também informou que a própria Auditoria da Caixa, que é independente da Diretoria Executiva, já está debruçada sobre o caso.

- A característica da cópia que foi mostrada, muito apagada, muito ilegível, dá a certeza que não foi num posto de auto-atendimento, também não foi obtida através da Internet e, se for o caso, se for comprovada a autenticidade do documento, o vazamento teria sido de um funcionário em nível de gerência, não propriamente um gerente, mas um funcionário graduado - informou Arns, ao se referir à cópia apresentada pelo senador Alvaro Dias, durante a reunião.

Alvaro Dias informou que a reunião durou cerca de uma hora e que Mattoso avisou que a estatal já solicitou à revista Época (que publicou os dados sigilosos de Nildo em primeira mão) o extrato bancário original. De acordo com Alvaro Dias, o presidente da Caixa pediu auxílio da CPI dos Bingos para agilizar o procedimento junto à revista. Os três senadores devem requerer oficialmente, através da CPI, a entrega do extrato. Na interpretação de Alvaro Dias, a Caixa está sendo lenta nas investigações.

- A Caixa foi muito rápida ao divulgar dados sigilosos para a imprensa, mas não está demonstrando a mesma agilidade ao apurar a responsabilidade pelo vazamento - cutucou Alvaro Dias.

Ao tomar conhecimento da informação, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), em Plenário, criticou o prazo dado pela estatal para a divulgação dos responsáveis pelo vazamento de informações sigilosas.

(Augusto Castro, da Agência Senado, com a colaboração de Larissa Bortoni, da Rádio Senado)

21/03/2006

Agência Senado


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