AMORIM PROTESTA CONTRA DISCRIMINAÇÃO DA REGIÃO NORTE



O senador Ernandes Amorim (PPB-RO) protestou nesta terça-feira (dia 19) contra o que chamou de discriminação do governo Fernando Henrique Cardoso em relação à Região Norte do país, na organização do orçamento. Como exemplo, o senador citou a desigualdade regional na distribuição de recursos do Programa de Agricultura Familiar (Pronaf), onde é prevista assistência técnica e extensão rural a 1,2 milhão de produtores, com benefício de crédito a 623 mil produtores. .
Segundo o senador, para cada 11 produtores assistidos pela extensão rural, no Norte, é previsto um financiamento, enquanto no Nordeste ocorrerão dois financiamentos para a cada cinco produtores; no Sudeste, um financiamento cada três, e no Sul, dois financiamentos para cada produtor assistido pelo Pronaf. .
Outro exemplo de desigualdade apontado pelo senador, com prejuízo para a Região Norte, é o Programa Cesta de Alimentos. Ele informou que serão destinados R$ 0,44 por habitante, no Norte, ou 1,4 kg de alimentos; R$ 1,10, ou 3,4 kg de alimentos no Nordeste; R$ 0,75, ou 2,3kg no Centro-Oeste; e R$ 0,50, ou 1,5kg de alimentos no Sul. Amorim apontou ainda os programas Carta de Crédito e Desenvolvimento do Ensino de Graduação como discriminatórios com o Norte. .
- E ninguém pense que há compensação nos programas dirigidos à Amazônia. Biodiversidade, biotecnologia, desenvolvimento sustentável, Amazônia, Sivam, Sipam. Tudo isso, nas verdade, não investe no desenvolvimento da economia local, ao contrário, todas as ações são de repressão. Ou de estudos, projetos, papel - exclamou. .
O senador também disse que as empresas beneficiadas com isenção de imposto na Zona Franca de Manaus "não são de lá, estão lá", e que metade dos recursos do Fundo Constitucional do Norte (FNO) são desviados da sua finalidade de financiar a atividade produtiva e aplicados em títulos do Tesouro para assegurar renda que permita o pagamento das despesas de funcionamento do Basa. "Tudo na cartilha da Amazônia", garantiu o senador. .
Amorim concluiu alertando o governo para a possibilidade de a população da Amazônia começar a lutar pela emancipação da região ou pela incorporação em protetorado da ONU. "Veja que nos Estados Unidos já aprovaram lei de proteção às florestas tropicais, prevendo trocar dívidas com o governo americano por projetos de preservação, administrado por pessoas indicadas pelo governo americano. Mais uma vez quero alertar: se o Brasil não souber valorizar quem vive na Amazônia, no mundo há quem saiba", afirmou o senador.

19/10/1999

Agência Senado


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