Marluce protesta contra discriminação do Norte
A Região Norte tem sido vítima de severa discriminação do governo e dos investidores, fato que tem servido para aprofundar as diferenças regionais do país, disse nesta quinta-feira (27), no Plenário, a senadora Marluce Pinto (PMDB-RR). Segundo a senadora, a Região Norte é a que mais sofre com a falta de infra-estrutura de apoio a um processo de desenvolvimento.
Para dar exemplo da discriminação praticada contra a região, Marluce Pinto disse que, atualmente, do total dos recursos disponíveis no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco do Brasil R$ 26,1 bilhões serão destinados para a Região Sudeste; R$ 10 bilhões para a Região Sul; R$ 8,9 bilhões para o Nordeste; R$ 5,7 bilhões para a Região Centro-Oeste; e apenas R$ 2,74 bilhões para a Região Norte.
Na área dos investimentos privados, segundo a senadora, a situação também não é muito diferente, pois segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), de um total de R$ 80 bilhões investidos no país até o ano 2000, 64,3% destinaram-se ao Sudeste e 17,6% ao Nordeste, cabendo à região Norte somente 7,5%.
Segundo a senadora, se não houver uma decisão política em benefício das regiões mais pobres, a concentração regional de renda no Brasil tende a se aprofundar, mantendo-se estagnado o Norte, o que ela considera lamentável, em vista do vasto potencial daquela região, dotada de excelentes recursos humanos, de terras de boa qualidade e de água em abundância. E tanto é assim - assinala - que os estados de Roraima, Rondônia e Amazonas têm se destacado na produção de milho, arroz, soja e café, ao lado de Mato Grosso.
Marluce Pinto disse que Roraima tem potencial para produção agrícola, destacando também a posição estratégica do estado, dividindo fronteiras com a Venezuela e com a República da Guiana.
- Mas, infelizmente, Roraima vive um ostracismo imposto contra a vontade de nossa gente. Terras, coragem e determinação temos de sobra. Faltam, sim, os incentivos e os investimentos certos - afirmou.
Em aparte à senadora, o senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) disse que a ação do governo central vem acentuando as desigualdades regionais. Criticou, também, a -postura elitista- do BNDES que investe maciçamente nas regiões mais desenvolvidas e fica à espera de bons projetos, em vez de tomar a iniciativa de ensinar, nas regiões mais pobres, como fazê-los.
Marluce Pinto destacou, ainda, no seu pronunciamento, o lançamento da candidatura de Ottomar Pinto ao governo do seu estado, onde é conhecido, segundo ela, como um -tocador de obras-. Quando esteve à frente do governo, ela disse, -Otomar Pinto fez imprimir na alma de seu povo um profundo sentimento de confiança-. Narrou, em seguida, uma série de obras feitas por ele no estado, principalmente nas áreas de infra-estrutura, educação, saúde e segurança.
27/06/2002
Agência Senado
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