Vedoin desmente-se sobre acusações contra deputados feitas à "Época"
O empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin, sócio-proprietário da Planam, enviou nesta segunda-feira (28) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas um documento dando conta de que o presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, Ricardo Izar (PTB-SP), e outros três deputados não estão envolvidos com a máfia das ambulâncias.
"Com relação aos fatos apontados pela matéria concernente aos deputados Ricardo Izar, Luiz Piauhylino, Ciro Nogueira e José Múcio, tenho a informar que nunca houve tratativas comerciais que envolvessem esses parlamentares com a empresa Planam na negociação de emendas que obviessem a vendas de ambulâncias", diz o documento assinado por Vedoin, referindo-se a reportagem da revista Época.
Segundo o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), sub-relator da comissão, a prova da inocência é fundamental para que a CPI viabilize a chamada "segunda fase" dos trabalhos: a punição dos deputados que, de acordo com o relatório parcial, participaram das fraudes na venda de ambulâncias a prefeituras e outras instâncias do poder público.
- Estamos agindo rápido, em face da gravidade da situação. Há uma possibilidade de sabotagem da segunda fase - afirmou Gabeira antes do recebimento da carta de Vedoin, acrescentando que Izar ainda tinha a confiança da CPI.
Em reunião a ser realizada na manhã desta terça-feira (29) pelo comando da CPI, o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), vice-presidente da comissão, proporá a quebra do sigilo bancário de Cristianne Mayrink Sampaio Silva Neto, suposta colaboradora de Vedoin na administração das emendas e cobrança de propinas do grupo de deputados mencionado na reportagem.
- Temos de saber inclusive se ela foi ou é funcionária da Câmara - disse Jungmann.
Em sua carta, Vedoin diz que "Quanto ao envolvimento da Sra. Cristiane Mayrink, a mesma atuava como relações públicas da empresa junto aos parlamentares".
Gabeira e Jungmann chegaram a procurar o juiz federal de Mato Grosso Cezar Augusto, substituto de Jefferson Schneider no processo que corre contra a Planam, para decidir a ação mais apropriada da comissão em face do que Época chamou de "jogo duplo de Vedoin".
- O juiz nos aconselhou a não ouvi-lo e disse que também não intimaria o empresário a prestar novo depoimento, alegando que Vedoin deve estar sendo orientado pelos advogados a manter um clima de expectativa para se fortalecer perante possíveis participantes do esquema e perante a própria Justiça - disse Jungmann.
Para Gabeira, as atitudes de Vedoin, que já lançou acusações ao senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), não tiram a credibilidade do relatório da CPI, uma vez que para apontar os nomes de parlamentares envolvidos no esquema, a comissão levou em conta as acusações do empresários que puderam ser confirmadas com provas.28/08/2006
Agência Senado
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