Antonio Carlos cobra providências enérgicas contra invasores da Câmara



O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) cobrou, nesta quinta-feira (8), providências enérgicas do Executivo contra "os criminosos, malandros, arruaceiros e mafiosos travestidos de sem-terra" que depredaram dependências da Câmara dos Deputados na terça-feira (6). Depois de lembrar que toda a ação foi planejada com antecedência, Antonio Carlos criticou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) por não ter se antecipado aos fatos.

Na avaliação do senador pela Bahia, o grupo de manifestantes do Movimento pela Libertação dos Sem Terra (MLST) deve permanecer muito tempo preso no Complexo Penitenciário da Papuda, para evitar que continue protagonizando atos de vandalismo. O senador também criticou o fato de o líder do MLST, Bruno Maranhão, pertencer aos quadros do PT e só ter sido excluído da Executiva Nacional do partido após o incidente.

- O vandalismo tem sido uma marca de muitos do PT. Esse Bruno, em poucos dias, poderá estar livre atentando contra a vida de pobres funcionários da Câmara dos Deputados. Provavelmente o presidente (da República) já foi visitar o Bruno na Papuda. Se não foi, telefonou. Mas ele não teve coragem de visitar o funcionário da Câmara brutalmente agredido - afirmou Antonio Carlos.

O senador pela Bahia chamou o líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), de analfabeto, em resposta à sugestão do deputado de se abrir processo contra Antonio Carlos pelo fato de o senador ter dito que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria participação direta no ataque ao Congresso. Antonio Carlos lembrou que a Constituição garante ao parlamentar o direito de emitir opiniões.

Por outro lado, o senador cobrou explicações do deputado, sem citar seu nome uma única vez, sobre suposto envolvimento do PT gaúcho na recepção de recursos oriundos do valerioduto. Antonio Carlos também explicou que, quando solicitou que as Forças Armadas interviessem contra os invasores da Câmara, o fez também amparado na Constituição, que "permite a defesa do Estado e das instituições democráticas pelas Forças Armadas".

- Quando alegam que renunciei ao mandato, ninguém ousa falar em corrupção. Ao contrário, posso dizer que os petistas que renunciaram, e até mesmo os absolvidos, todos foram acusados de corrupção, de ladroagem - comparou Antonio Carlos.

Em aparte, o senador José Jorge (PFL-PE) observou que o mais grave do ataque à Câmara dos Deputados é que foi planejado com antecedência. Ele também lamentou que a imagem do Brasil no exterior ficou abalada, já que o fato foi exibido por emissoras de televisão de todo o mundo.

08/06/2006

Agência Senado


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