Antonio Carlos critica governo e culpa FHC por crise energética
- O povo brasileiro já não tem por que acreditar nos rumos seguros da nossa economia. A situação do país é muito grave, embora o principal artífice do governo sempre vá para a televisão de modo risonho dizer o contrário - acusou.
Na avaliação de Antonio Carlos, o país está à beira do abismo em virtude da crise energética e da queda assustadora nos investimentos que se avizinha. E o governo não pode, segundo ele, alegar não ter tido conhecimento prévio desta situação. Os números sobre a economia apresentados hoje são produto de levantamentos oficiais e, quanto à crise energética, Antonio Carlos sustentou que o próprio presidente recebeu relatórios em 1996 e 2000 alertando para a iminência de um colapso. "E ele (Fernando Henrique) vai dizer que se surpreendeu com a falta de solidariedade de São Pedro", completou.
Ao apontar erros na condução do governo, o senador atacou - ainda que indiretamente - alguns dos seus mais notórios adversários políticos. Ele criticou especificamente os ministérios da Saúde e dos Transportes, comandados respectivamente, por José Serra (PSDB) e Eliseu Padilha (PMDB).
- O presidente tem que comandar todos os setores da administração pública. Se não os comanda, acaba fazendo delegações a que não merece recebê-las. Os resultados são sempre funestos para o país. São muitos os exemplos no seu Ministério. A saúde vai mal, as estradas estão péssimas em todo o país - disse.
Aquele que tem sido seu principal contendor em trocas de acusações de irregularidades - o presidente do Senado, Jader Barbalho,- não sofreu acusações diretas de Antonio Carlos.
- O Brasil quer que Vossa Excelência preste as explicações indispensáveis sobre o escândalo da Sudam e os casos do Banpará e do Polígono dos Castanhais - disse o senador baiano, garantindo que seu discurso é uma colaboração para com o próprio Jader.
Ao final do pronunciamento, Jader delegou ao vice-presidente Edison Lobão (PFL-MA) a incumbência de levar os cumprimentos da Mesa a Antonio Carlos. Antes, porém, anunciou que a renúncia fará efeito a partir da sua publicação no Diário do Senado.
ACMprocura fazer de renúncia vitória política
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AntonioCarlos Magalhães: meio século no poder
30/05/2001
Agência Senado
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