Antonio Carlos Magalhães acusa o governo de falta de ética política



O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) voltou a acusar o governo de agir com falta de ética política. Referindo-se aos ex-governadores e ex-ministros que chegaram ao Senado gozando de boa reputação, ele disse que dificilmente algum deles apontará um governo "tão ausente da ética quanto o atual".

O parlamentar disse que não gosta de culpar o presidente da República, mas observou que não pode aceitar que o chefe do Executivo acuse o Senado de estar retardando medidas de que o país precisa quando, na realidade, é o governo quem retarda a ação legislativa, com a edição de medidas provisórias. Para Antonio Carlos Magalhães, a única solução é extinguir essas medidas.

- Não sei se o Senado vai fazê-lo. Acredito até que não. São tantos os almoços e jantares que se sucedem, além de alguns jogos de futebol aos sábados, que fica difícil a senadores que participam dessas pelejas acabar com as medidas provisórias. Mas acho que temos que tomar providências - disse.

Antonio Carlos lembrou que o presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha, está anunciando providências drásticas contra essa situação.

- Há mais de 60 dias, a Câmara não existe, está entupida de medidas provisórias e nada se faz para se chegar a uma negociação séria em que só se vote as medidas de urgência e relevância - protestou.

O senador disse ver com satisfação a reação do PMDB frente ao governo. Embora não seja, em sua opinião, "uma reação muito forte, vários líderes do partido têm tido a coragem de reagir diante dessa situação".

Antonio Carlos afirmou que o governo, que tanto gastou dinheiro público nas últimas eleições, habituou-se com o desperdício. Como exemplo, disse que o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, acaba de visitar a Bahia, onde levou aos agricultores a notícia de volumosos recursos para a região do sisal.

- Veja o absurdo dessa viagem. Estão anunciando R$1,7 milhão, que não vão pagar, mas para enganar os prefeitos e agricultores locais. É do meu dever trazer ao conhecimento da Casa essa situação. Esse hábito de malversar o dinheiro público passou a ser uma constante - denunciou.



24/11/2004

Agência Senado


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