Tebet informa que Antonio Carlos Magalhães será ouvido pelo Conselho de Ética



O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, senador Ramez Tebet (PMDB-MS), comunicou aos demais integrantes do órgão que o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) também será ouvido sobre o diálogo que manteve com três procuradores da República no mês passado. Tebet disse que o senador pela Bahia, por telefone, manifestou o desejo de, em data oportuna, ser ouvido após o encerramento da perícia técnica que está sendo feita nos computadores que controlam o painel eletrônico do Senado.

Enquanto Tebet não designa um relator definitivo para a matéria em exame no Conselho, o corregedor-geral do Senado, senador Romeu Tuma (PFL-SP), exercerá a função provisoriamente, segundo informou o presidente.

Nos depoimentos dos três jornalistas ao Conselho, nesta quarta-feira (dia 14), em resposta ao senador Waldeck Ornelas (PFL-BA), Tebet afirmou estar "agindo estritamente como agiu em casos anteriores", conforme providências solicitadas em representação a ele encaminhada pelos senadores do PT José Eduardo Dutra (SE) e Heloísa Helena (AL).

Ornelas assumiu a vaga de suplente no Conselho, no lugar ocupado pelo ex-senador Djalma Bessa, e questionou Tebet sobre a oportunidade de o Conselho estar realizando audiências públicas antes da conclusão da perícia técnica no painel eletrônico e da apresentação de parecer do corregedor-geral Romeu Tuma (PFL-SP) sobre a suposta violação do sigilo das votações secretas.

Quanto ao depoimento do jornalista Andrei Meirelles, Ornelas considerou "impressionante o cinismo com que ele tenta fazer valer a primeira versão publicada pela revista IstoÉ". Na sua opinião, os trechos citados pela revista como correspondentes à fita gravada não resultaram de uma transcrição literal, como, a seu ver, a degravação feita pelo perito Ricardo Molina teria comprovado. A fita, divulgada na Comissão de Fiscalização e Controle na semana passada, "de nenhuma maneira confirma o que a revista, irresponsavelmente, levianamente, criou para trazer à opinião pública", disse.

O senador pela Bahia também declarou que Meirelles é "jornalista altamente suspeito" e responde atualmente a processo movido contra ele por Antonio Carlos Magalhães. Tebet apelou aos senadores para que os depoentes não fossem submetidos a adjetivações e "considerações de ordem pessoal". Meirelles, por sua vez, observou que atendeu à solicitação do Conselho, que não tinha obrigação de depor perante a Comissão e que não reconhecia no senador Ornelas capacidade técnica para lhe dar aula de jornalismo.

14/03/2001

Agência Senado


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