Antonio Carlos Magalhães confirma depoimento ao Conselho de Ética



A assessoria do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) informou que o senador irá comparecer pessoalmente para prestar seu depoimento na reunião marcada para as 17 horas desta terça-feira (15) do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. A exposição foi solicitada pelo senador Geraldo Mesquita Júnior (PSB-AC), relator da sindicância que apura possível envolvimento do senador baiano no episódio de escutas clandestinas de telefone na Bahia.

Em entrevista concedida à imprensa na manhã da segunda-feira (14), o relator considerou a possibilidade - divulgada no final de semana pela imprensa - de o conselho receber exposição por escrito do relator convidado, afirmando que respeitaria essa opção de Antonio Carlos. Para ele, porém, tal modalidade, apesar de legal, poderia frustrar as expectativas dos senadores que gostariam de fazer questionamentos ao senador.

Geraldo Mesquita Júnior disse que o depoimento de Antonio Carlos é fundamental para a conclusão de seu relatório, indicativo ou não da participação do senador no caso dos -grampos-, que prometeu entregar no próximo dia 22 para deliberação do conselho. Ele comunicou que já dispõe de um volume considerável de informações, inclusive dos testemunhos prestados à Polícia Federal sobre o inquérito de apuração.

- Na verdade, o depoimento do senador servirá para confrontação de todos esses dados de que já disponho - esclareceu Mesquita Júnior, aproveitando para negar que já tenha algum tipo de conclusão sobre o caso.

O relator negou, enfaticamente, tal possibilidade, lembrando que um encaminhamento definitivo seu sobre os resultados da sindicância que o conselho realiza sem a oitiva do senador Antonio Carlos constituiria uma -falta de senso de justiça e de ética- para com a questão. - Só vou dar um rumo ao relatório após ouvir o senador-, disse ele.

Mesquita Júnior também desmentiu notícias de que estaria sendo pressionado por pessoas do PFL, a que pertence Antonio Carlos, ou mesmo por autoridades do Palácio do Planalto, para adotar determinada postura frente ao caso.

- Eu tenho absoluto respeito pelo trabalho da imprensa, mas não afirmei a ninguém que já tenha alguma posição definida sobre a conclusão do relatório, pois isso seria pré-julgamento - afirmou o senador, acrescentando ainda que não teme resultados distintos entre o seu relatório e o inquérito da Polícia Federal. Segundo ele, os dois tratam de objetos diferentes, pois enquanto a PF investiga a ocorrência de um crime, o conselho examina se houve desvio de conduta de um parlamentar.



14/04/2003

Agência Senado


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