ARLINDO DEFENDE MUDANÇAS NO CRÉDITO EDUCATIVO
O programa de Crédito Educativo precisa ser profundamente alterado de modo que atenda de fato os estudantes carentes, defendeu o senador Arlindo Porto (PTB-MG) nesta quarta-feira (dia 26). O senador propôs a ampliação da parceria entre as autoridades federais e estaduais com as universidades, envolvendo também prefeituras, empresas e associações, e que as autoridades e lideranças locais passem a influir mais diretamente na administração da verba de financiamento aos estudantes. Para o senador, o envolvimento de empresas poderia até aumentar o volume de recursos disponíveis através de programas de estágio remunerado ou com oportunidade de trabalho com horários compatíveis. "É imprescindível ainda que se definam quais carreiras e cursos interessam à conjuntura nacional e ao seu planejamento estratégico", acrescentou. Arlindo defendeu também a volta do subsídio ao crédito educativo, dando-lhe o caráter de investimento.De acordo com Arlindo Porto, o sistema de crédito educativo está falido e o custo das mensalidades impede o acesso de milhares de estudantes às escolas particulares, assim como o Estado tem se mostrado impotente também na criação de novas vagas nas universidades públicas. Essa situação, alerta o senador, apresenta algumas coincidências com o que acontecia no país nas décadas de 60 e 70, quando estouraram os protestos estudantis. Para contornar o problema, o presidente Ernesto Geisel, em 1975, criou o crédito educativo, chegando a realizar na época, 870 mil contratos de financiamento a alunos, explicou. "Agora, 23 anos depois, o número de contratos de crédito educativo deve atender, este ano, a apenas 60 mil estudantes, diante de uma demanda estimada, pelo MEC, de 400 a 500 mil jovens brasileiros sem renda para pagar mensalidades", lamentou o senador mineiro, informando que o orçamento destinado ao crédito educativo caiu de R$ 225 milhões, em 1998, para R$ 146 milhões, em 1999. A este quadro de dificuldades, Arlindo Porto acrescentou ainda a disparidade da concessão do benefício e a inadimplência da ordem de 73% devido aos juros altos. Em apartes, os senadores Luiz Estevão (PMDB-DF), Casildo Maldaner (PMDB-SC) e Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) aplaudiram as preocupações de Arlindo com o futuro do ensino no país.
26/05/1999
Agência Senado
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