Armando Monteiro critica 'spread' e espera mais redução nos juros



O senador Armando Monteiro (PTB-PE) classificou como acertada, em pronunciamento nesta terça-feira (15), a ofensiva do governo federal pela redução do spread bancário, considerando que essas medidas eram esperadas há muito tempo pela sociedade. O parlamentar condenou a “anomalia” e a “distorção” que representam as margens brutas de intermediação no sistema financeiro brasileiro.

- Não é possível [tal spread bancário] em um país que tem hoje as condições macroeconômicas do Brasil, que tem na percepção da comunidade internacional prêmios de risco que são cada vez mais baixos, um país que é credor externo líquido, ou seja, que tem reservas cambiais maiores do que a sua própria dívida, que tem uma taxa básica de juros que caminha para o patamar de economias estabilizadas. Como justificar o nível de spreads que ainda, infelizmente, são praticados neste país? – indagou.

Segundo dados do Dieese apresentados por Armando Monteiro, o spread no Brasil é elevado em comparação a outros países da América Latina e dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), atingindo 27,8% – na Argentina, por exemplo, não ultrapassa 4%. O senador avalia que o sistema bancário se acostumou por muitos anos na posição “cômoda” de financiar o Tesouro Nacional:

- Os bancos brasileiros permaneceram muito tempo fechados à competição externa e voltados ao financiamento dos elevados déficits do setor público no Brasil. A contínua pressão dos gastos públicos, consequentemente, agravando as condições de financiamento do Estado brasileiro, também propiciaram essa distorção.

Armando Monteiro apoiou a medida provisória que altera o mecanismo de remuneração dos novos depósitos de poupança, que, segundo o governo, criará condições para queda ainda maior das taxas de juros. Mas pediu providências do Banco Central em defesa da concorrência entre os bancos – os cinco maiores bancos concentram 80% dos ativos totais do sistema – e criticou o nível de depósitos compulsórios que o BC impõe aos bancos.



15/05/2012

Agência Senado


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