Arraes e Humberto analisam coligação



Arraes e Humberto analisam coligação A conversa ocorrida, ontem, entre o candidato a governador do PT, Humberto Costa, e o ex-governador Miguel Arraes (PSB) foi generosa - durou quase duas horas - porém ficou evidente que o jogo das alianças entre esses dois partidos será duro. Segundo o DIARIO apurou, o PSB vai impor condições para garantir ao PT um palanque forte no Interior, onde os petistas não se expandiram como força política. O vereador Dilson Peixoto, que também participou da conversa, procurou demonstrar humildade, porque o PSB já não é mais aquele partido da última campanha eleitoral. A próxima sucessão não será no Recife e sim no Estado, onde a legenda socialista se estruturou mais como contraponto ao governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) do que o PT. "Quem é o PT no Interior? O PT faz um comício lá, é aplaudido, mas depois quem fica?", questionou Dilson, para depois complementar: "Quem é o PDT? Um pedaço de Caruaru dividido com o ex-prefeito João Lyra Neto. Sem o PSB não podemos fazer uma campanha para ganhar". O PT cresceu na reta final do troca-troca partidário por conta do esvaziamento do PPS, mas ficou restrito às áreas urbanas. "O PSB vai jogar um papel muito importante em 2002, pela sua força no estado e pela história de construir frentes", acrescentou Humberto. Arraes, como é do seu estilo, manteve-se enigmático, mas dimensionou o PSB como um partido bem mais cacifado do há dois anos, quando ainda sofria o desgaste da derrota de mais de um milhão de votos de diferença imposta por Jarbas. O ex-governador passou a impressão de que o tempo conta a seu favor e vai trabalhar com ele até quando puder. "Este foi o ponto de partida. Há muitos pontos para se acertar, mas talvez não esteja faltando muita coisa", desconversou. A seu ver, é cedo para se falar em abertura de espaço para três candidaturas presidenciais num palanque único e plural das esquerdas, porque ainda há incertezas sobre essas candidaturas. Perguntado se apóia a reeleição do senador Roberto Freire (PPS), ele respondeu: "Todos os partidos querem eleger seus quadros,mas isso é impossível. Tudo vai depender das circunstâncias, das arrumações e das condições objetivas de cada um". Hoje Humberto e Dilson devem conversar com o presidente do PDT, José Queiroz. Irritado, Jarbas diz que não vai mais disputar prévia do PMDB Para governador, partido acabará à disposição da candidatura Itamar O governador Jarbas Vasconcelos decidiu não participar das prévias do PMDB, ocasião em que será escolhido o candidato do partido à Presidência da República. Sua recusa, anunciada ontem, em entrevista, veio acompanhada de críticas à direção nacional peemedebista e às próprias prévias. "No caminho que vai, o PMDB acabará sendo dado a Itamar para que ele saia candidato", afirmou Jarbas. Itamar Franco, governador de Minas Gerais e defensor de que o PMDB alinhe-se na oposição ao presidente Fernando Henrique Cardoso, é um dos dois pré-candidatos às prévias, marcadas para 20 de janeiro próximo. O outro é o senador Pedro Simon (RS). Há três semanas Jarbas foi convidado pela direção nacional do PMDB a também entrar na disputa. Pediu "tempo para pensar" e adiou por duas vezes o anúncio da resposta. A expectativa do presidente nacional do PMDB, Michel Temer, era de que ele aceitasse o convite. Ontem, Jarbas justificou sua recusa argumentando que se concordasse em disputar as prévias iria "entrar em contradição" como que vem pregando: a necessidade de que os partidos da aliança tenham um candidato único. "Antes de lançar nomes, o PMDB deve procurar os outros partidos para conversar, e a direção não está fazendo isso", criticou Jarbas. Para ele, as prévias fulanizam a discussão e deixam em aberto a possibilidade de que o vencedor seja um nome de oposição ao presidente Fernando Henrique Cardoso - como seria o de Itamar. Indagado sobre a solução para resolver este problema, o governador foi enfático: "O dilema é do PMDB, não é comigo não". Ele considera, porém, que daqui até 20 de janeiro "existe muito tempo", havendo a possibilidade de que o quadro atual seja modificado. Por isso ainda não dá como descartada uma eventual participação na sucessão presidencial. Jarbas deu entrevista após participar, no Cabo, de solenidade em que o ministro da Saúde, José Serra, fez a entrega das primeiras bolsas-alimentação do governo federal destinadas a Pernambuco. Um dos nomes do PSDB cotado para disputar a Presidência, Serra não quis falar de política. Aécio abre sindicância contra deputado Fundador da Força Sindical, Luiz Antônio Medeiros, é acusado de desviar dinheiro em proveito próprio BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), anunciou ontem que vai determinar a abertura de sindicância na Corregedoria Geral da Casa para apurar a denúncia envolvendo o deputado Luiz Antônio Medeiros (PL-SP). O tucano afirmou que tomará essa atitude independente de qualquer parlamentar apresentar requerimento solicitando que a Câmara apure o caso. "As denúncias são fortes, consistentes e preocupantes", afirmou Aécio Neves. Ele deu demonstrações de que o processo de apuração preliminar na Corregedoria da Câmara deve ser rápido para, em seguida, o caso ser analisado pelo Conselho de Ética da Casa. Perguntado se essa investigação contra um parlamentar pode paralisar os trabalhos da Câmara, como ocorreu no Senado, Aécio Neves sentenciou: "Isso não ocorrerá porque meu nome é Aécio Neves." Medeiros, ex-presidente da Força Sindical, é acusado de ter usado doações para entidade em benefício próprio. Há suspeitas inclusive de que ele possa ter remetido recursos para contas no exterior. O requerimento propondo abertura de investigação sobre o envolvimento de Medeiros no desvio de recursos Instituto Brasileiro de Estudos Sindicais (IBES) já está em poder da Mesa Diretora da Câmara. O pedido foi apresentado pelo deputado Jair Meneguelli (PT-SP). O documento propõe que a investigação seja feita inicialmente pela Corregedoria que poderá encaminhar uma representação ao Conselho de Ética propondo a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar. Meneguelli disse que apenas o testemunho do ex-assessor de Medeiros, o jornalista Wagner Cinchetto, não é suficiente para configurar uma prova, para a abertura de investigação contra os congressistas. Segundo ele, são necessárias provas documentais, e não apenas testemunhais, que poderão ser obtidas por meio das investigação da Corregedoria. DEPOIMENTO - O corregedor da Câmara, deputado Barbosa Neto (PMDB-GO), deve convidar hoje Medeiros para prestar depoimento sobre as denúncias. O deputado terá a prerrogativa de escolher data e local para prestar depoimento. Barbosa Neto disse que não tem prazo para concluir as investigações. Segundo o corregedor, caso o Conselho de Ética ainda não esteja instalado ao fim da apuração, poderá ser encaminhada uma possível representação à Mesa Diretora contra o deputado. No caso de ser comprovada a quebra de decoro parlamentar, Medeiros estaria sujeito a penalidades que vão de uma simples censura até a perda do mandato e dos direitos políticos. Justiça aperta o cerco BRASÍLIA - Sem mandato há menos de uma semana, o ex-senador Jader Barbalho (PMDB-PA) terá agora de enfrentar o que mais temia: uma batalha judicial sem as regalias que a imunidade parlamentar lhe garantia. O Ministério Público do Pará concluiu ontem a ação que deverá apresentar à Justiça até amanhã contra o ex-senador, pedindo o bloqueio de seus bens e de seus parentes para garantir o ressarcimento aos cofres públicos de R$ 14,5 milhões desviados do Banpará. De acordo com a nota técnica da 5ªCâmara de Patrimônio Público, o desvio de verba teria beneficiado Jader, seus parentes, aliados e suas empresas. Atualizado, esse valor chega a R$ 30 milhões. Segundo os procuradores do Pará, Jader também terá de prestar contas sobre a parcela do dinheiro do Banpará que usou para pagar dívidas e que teria ido parar na conta de terceiros. Pelo menos três operações foram identificadas pela 5ªCâmara, entre elas a compra de uma fazenda e reformas no prédio do Diário do Pará e numa das casas do ex-senador. Os procuradores também vão aprofundar as apurações sobre a participação do ex-senador em fraudes contra a extinta Sudam. No Senado, a notícia de que o MP pretende cobrar de Jader os recursos desviados do Banpará foi comemorada, especialmente pelos integrantes do Conselho de Ética. Para o coordenador das investigações, senador Romeu Tuma (PFL-SP), a conduta dos procuradores do Pará só comprova que seu relatório estava correto. Tuma fôra acusado por Jader de ter alterado depoimentos e provas para condená-lo. "A renúncia do senador só suspendeu o processo político. Na Justiça, a ação continuará correndo. Não tenho dúvidas de que as provas materiais apresentadas pelo Banco Central são verdadeiras", afirmou. Para a senadora Heloisa Helena (PT-AL), o Ministério Público está cumprindo o seu papel. Oviedo tenta se livrar da extradição BRASíLIA - Os advogados do general da reserva paraguaio Lino Oviedo encaminharam ontem uma ação ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra o ministro da Justiça, José Gregori, que, na semana passada, negou ao militar a condição de refugiado. Uma decisão favorável a Oviedo deveria livrá-lo de enfrentar o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) de seu pedido de extradição feito pelo Governo do Paraguai. Acusado de envolvimento no assassinato do ex-vice-presidente Luis Argaña, o general está preso no Brasil desde junho do ano passado. Até julho, ele ficou em um quartel da Polícia Militar do Distrito Federal. De lá para cá, está em prisão domiciliar na casa de um primo, no Lago Sul. Os advogados de Lino Oviedo argumentam que, na realidade, o militar é perseguido politicamente em seu País e que se voltar para lá correrá risco de morte. No mandado de segurança, os advogados sustentam que houve cerceamento de defesa durante o procedimento administrativo realizado pelo Comitê Nacional para os Refugiados(Conare), órgão encarregado de analisar os pedidos de reconhecimento da condição de refugiado. Em 13 de julho, o Conare negou o pedido de Oviedo. A defesa do militar recorreu ao ministro da Justiça, mas ele também não atendeu à solicitação. Os advogados alegam que, antes de decidir o Conare deveria ter ouvido o general, o que não ocorreu. Mudanças não valem para o pleito de 2002 BRASILIA - A reforma eleitoral em tramitação na Câmara não valerá para as eleições do próximo ano. Embora já encaminhado ao plenário com pedido de urgência dos líderes, o projeto de lei proposto pela Comissão Especial da Reforma Política, perdeu o prazo previsto no art. 16 da Constituição, segundo o qual qualquer alteração do processo eleitoral só entrará em vigor um ano após sua promulgação. O prazo expirou sábado. Desde agosto, a comissão vinha empenhando esforços no sentido de apressar a tramitação da reforma eleitoral. Diante das pressões de prazo, o relator João Almeida (PSDB-BA) evitou as proposições polêmicas, como fidelidade partidária e financiamento público de campanhas. O resultado foi uma compilação de propostas consensuais que tramitavam na Casa modificando dispositivos do Código Eleitoral, lei da Inelegibilidade, lei dos Partidos Políticos (Lei 9096/95) e lei das Eleições (Lei 9504/97). Entre outras novidades, o projeto regulamenta os chamados showmícios e duplica a dotação orçamentária para o Fundo Partidário nos anos de eleições gerais. Presidente ameaça punir os grevistas BRASÍLIA - O presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social, Fernando Fontana, enviou memorando ontem a todas as 100 gerências regionais, determinado que as agências de atendimento voltem a funcionar, mesmo com o número reduzido de funcionários. De acordo com o memorando, quem não voltar ao trabalho poderá ter o salário reduzido, com base em decisões judiciais. Desde o dia 8 de agosto, 90% das 1.135 agências de atendimento estão fechadas. Por causa da greve, deixaram de ser requeridos 550 mil novos benefícios. A convocação dos trabalhadores da Previdência Social começou no último domingo, com a publicação nos principais jornais do Brasil. Para o ministro da Previdência, Roberto Brant, a greve não faz mais sentido, uma vez que o Governo já decidiu criar o Plano de Carreira Previdenciária para os técnicos e analistas. Ele ressalta que os servidores da Previdência Social também serão beneficiados com a criação da gratificação de desempenho para o Plano de Classificação de Cargos. Com essa gratificação, os funcionários serão avaliados e receberão pontos, que permitirão aumentos médios de 18% para o nível auxiliar, 20% para o nível intermediário e 35% para o nível superior. O ministro lembrou ainda que a continuidade da greve está prejudicando as pessoas de baixa renda que adoeceram ou perderam o emprego e que estão precisando dos benefícios do INSS. Apesar dos apelos do ministro, o secretário da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social, Vladimir Nepomuceno, disse que o movimento será radicalizado. Segundo ele, não razão para acabar com a greve, já que o Governo não atendeu às principais reivindicações da categoria: extensão da gratificação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários para todos os servidores. Atualmente, dos 39,8 mil funcionários da ativa, apenas 11 mil recebem o benefício, que permite um ganho de 50% sobre o salário-base. O comando de greve prometeu também fazer piquetes na entrada dos postos de atendimento do INSS. Colunistas DIARIO Político Vai sobrar confusão Jarbas Vasconcelos pulou uma grande fogueira no momento que decidiu não disputar as prévias do PMDB, que vai escolher o candidato do partido à Presidência da República. Apesar de ter pedido um tempo ao presidente Michel Temer, para pensar sobre sua participação no processo, e de ter feito alguns acenos indicando que estaria disposto a deixar seu nome circular nacionalmente, o governador sabe que a legenda peemedebista está confusa e que ele poderia se desgastar, mais adiante, sem necessidade. A permanência de Itamar Franco (PMDB-MG) no partido apressou sua decisão e disso ele não faz segredo. Mesmo porque desde que começaram as discussões sobre sucessão presidencial, no PMDB, o governador tem tratado o colega mineiro com palavras deselegantes, agressivas, uma animosidade tão grande que nem os seus assessores mais próximos conseguiram entender até hoje. Mas, além dessa questão que parece pessoal, Jarbas Vasconcelos sabe que Itamar Franco é o nome mais forte para vencer as prévias e se isso acontecer vai sobrarconfusão para meio mundo, ele inclusive, porque nesse caso o PMDB passará a ter candidato próprio, de oposição ao presidente FHC, o aliado do governador. Aí, ou ele aceita a decisão da maioria e segue a linha do partido, ou vira dissidente, o que seria uma temeridade com Itamar Franco mandando. Como as prévias estão marcadas para janeiro, o jeito é aguardar os acontecimentos e suas conseqüências. João Paulo sanciona hoje, às 9h, no térreo da PCR, o projeto de lei de Isaltino Nascimento (PT) que proíbe a comercialização de brinquedos semelhantes a armas verdadeiras em formato, tamanho e cor Descaso Jarbas Vasconcelos e João Paulo não prestigiaram a instalação do Fórum NeoCidade Jaboatão dos Guararapes, segunda-feira. Nem Carlos Wilson (PTB), nem José Múcio (PSDB) e nem Ulisses Tenório (PTB). O prefeito Fernando Rodovalho brilhou, sozinho, no segundo maior colégio eleitoral de Pernambuco. Salgada José Augusto Farias (PSB) faz pronunciamento hoje, na Assembléia, sobre a água de Jucazinho. O deputado levará exame de laboratório provando que a água tem o dobro da quantidade de sal permitida pelo Ministério da Saúde. Batismo Raul Jungmann excedeu, ontem, no lançamento do Bolsa-Alimentação no Cabo de Santo Agostinho. Como a primeira mãe a receber o benefício está grávida, o ministro do Desenvolvimento Agrário batizou logo a criança que vai nascer com o nome de Agostinho, em homenagem ao município. Opinião Clementino Coelho (PPS-PE) envia nota discordando do comentário de ontem, intitulado "Ganhar no grito". Porque para ele, densidade eleitoral na Região Metropolitana do Recife não pode ser argumento que exclua qualquer candidatura. É uma questão de opinião, deputado. Transtornos 1 João Paulo devia transferir sua hidroginástica do Sesi, na Torre, para Boa Viagem. Aí o prefeito ia sentir de perto os transtornos causados pelo Recifolia aos moradores do bairro, a partir dos preparativos da festa. Transtornos 2 O sinais de trânsito, por exemplo, essenciais para quem deseja atravessar a avenida e chegar na praia, começaram a ser arrancados, ontem, pela EMTU, para não atrapalhar a passagem dos trios elétricos. Transtornos 3 E se prefeito decidir ir até lá dirigindo, cuidado. As placas de perigo estão por toda parte porque a montagem das arquibancadas e camarotes, além de danificar os coqueiros e a vegetação, é um perigo também para os motoristas. Reforma A Câmara de Vereadores de Olinda se reúne hoje, às 11h, para discutir a reforma administrativa de Luciana Santos. A grande novidade é a criação da Secretaria do Orçamento Participativo. Gonzaga Patriota, do PSB, contesta Fernando Lupa (PSDB): "A rádio de Sertânia divulgou a inauguração da sub-adutora por Jarbas Vasconcelos e a cobertura não foi maior porque a festa foi fraca". Ele lamentou não ter sido convidado para o evento apesar de ter conseguido R$ 1 milhão para a obra. Editorial Risco paquistanês É pouco invejável a situação atual do Paquistão, país que abriu seu espaço aéreo ao sobrevôo dos mísseis e aviões norte-americanos que se encaminham para bombardear o vizinho Afeganistão. O apoio aos atacantes ocidentais traz o risco de uma reação violenta das massas islâmicas radicais e de militares simpatizantes dos talibãs contra o governo do general Pervez Musharraf. Musharraf e governos anteriores sempre apoiaram os talibãs e a guerrilha islâmica que expulsou as tropas soviéticas do Afeganistão. Cerca de 60 mil paquistaneses lutaram ao lado dos talibãs, oficiais do exército paquistanês deram assessoria militar aos estudantes radicais afegãos, e boa parte das madrassás, as escolas religiosas onde se formam as tropas de choque do fundamentalismo islâmico, fica em território paquistanês. Agora, forçado pelas palavras do presidente George W. Bush - quem não estiver com os Estados Unidos estará com os terroristas - Musharraf faz uma reviravolta completa. Apóia ativamente a ofensiva americana, enfrentandoo ressentimento de uma população que se sentiu abandonada pelos Estados Unidos no momento em que seu país deixou de ser útil à estratégia global de Washington, uma vez derrubados os comunistas afegãos e desmoronada a União Soviética. Os riscos da manobra de Musharraf são enormes, como demonstram as manifestações de islâmicos simpatizantes de Osama bin Laden e dos talibãs que a televisão mostra há alguns dias em território paquistanês. O Paquistão pode dividir-se ao meio se o presidente não conseguir controlar as facções militares islâmicas e manter o difícil equilíbrio entre uma elite simpática ao Ocidente e aos EUA e a massa islâmica. Rompido o equilíbrio, o próprio Musharraf poderia ser a primeira vítima. Seu governo, de legitimidade contestada - o general chegou ao poder num golpe contra o governo anterior - corre o risco de ser levado de roldão. O país e suas elites aceitaram tornar-se peça da guerra fria, instrumento dos interesses em choque das superpotências do Século XX. Nunca mais retomaram o controle do próprio destino. Parecem condenados a viver entre a cruz e a espada, obrigados a escolher entre alternativas igualmente perigosas. Topo da página

10/10/2001


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