Arthur Virgílio cobra postura ética do atual governo



O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto, anunciou em Plenário, nesta quarta-feira (20), ter apresentado requerimento de convocação do presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb Lima, e do diretor de Política Monetária do Banco Central, Luiz Augusto de Oliveira Candiota, à CPI do Banestado. O parlamentar tucano quer que seja investigada a legalidade de contas bancárias mantidas por ambos em Nassau, nas Bahamas.

Mesmo que a Receita Federal confirme a regularidade dessas operações, Arthur Virgílio considera -ilegítimo- que autoridades do governo federal prefiram fazer investimentos fora do país. Também levanta suspeição sobre a escolha de um banco sediado em um paraíso fiscal e não, por exemplo, em Nova York. O senador nega estar fazendo uma -condenação apressada- de Casseb e Candiota, mas sustenta que, se comprovada ilegalidade nesse procedimento, só restaria a demissão dos referidos servidores.

A respeito da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir em 2,5% a taxa de juros Selic, Arthur Virgílio disse ser correta, mas tardia. Apesar de ter sido um -bom passo- para a quebra da -excessiva ortodoxia- do Banco Central e do Ministério da Fazenda nessa questão, acredita que não será suficiente para impulsionar o crescimento econômico do país. Para ele, -o governo podia ter ousado mais e chegar a 3%-.

Em seguida, Arthur Virgílio mostrou-se indignado com a informação, que teria sido repassada pelo ministro Waldir Pires, da Corregedoria Geral da União (CGU), de que 62% dos contratos firmados pelo governo Fernando Henrique apresentariam irregularidades. O parlamentar reagiu à denúncia dizendo ter a impressão de se tratar de um -parecer político-, afirmando -repelir com veemência a lógica perversa de que a ética pertence apenas ao PT, o que não é verdade-.

No embate em Plenário com os senadores petistas Tião Viana e Aloizio Mercadante, comunicou que irá sugerir a Waldir Pires um roteiro de corrupção a ser apurado pela CGU, a ser aberto com a -podridão de Santo André-, em alusão a irregularidades praticadas na prefeitura paulista. Arthur Virgílio também disse -causar espécie- o fato de a empresa do publicitário Duda Mendonça, que faz os discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conquistar 70% da conta de publicidade do governo, orçada em R$ 232 milhões, e condenou -qualquer sombra de leviandade- na defesa da cassação do mandato da vice-governadora do Distrito Federal, Maria Abadia (PSDB), pelo presidente do PT, José Genoíno.

Em última instância, o senador pelo Amazonas ameaçou votar contras as reformas, mesmo que atendam a suas convicções, se o atual governo não colocar um ponto final nas -leviandades- dirigidas à gestão passada. Arthur Virgílio quer que se deixe de atribuir uma -herança maldita- ao governo da qual foi líder no Congresso e se passe a reconhecer os méritos deixados, por exemplo, na agricultura.

- Está na hora de o governo assumir uma fisionomia madura e confiável por parte de seus interlocutores - cobrou.



20/08/2003

Agência Senado


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