Arthur Virgílio critica declarações de Lula e Tarso Genro sobre violência no país
Ao discursar em Plenário nesta quarta-feira (17), o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), criticou declarações do presidente da República sobre a onda de violência que atingiu principalmente o estado de São Paulo. Segundo a Agência Brasil, Lula afirmou que, "se tivéssemos investido em educação na década de 70, na década de 60, nas décadas de 80 e 90, certamente muitos desses jovens que estão presos estariam trabalhando, dando aula ou estudando". Arthur Virgílio disse que, com essas afirmações, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizou os governos de José Sarney, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.
- Mas o presidente Lula nunca é culpado de nada. Que moral seletiva é essa? - questionou o senador.
Em aparte, o senador Jefferson Péres (PDT-AM) disse que Lula deveria admitir que, durante o seu governo, o Plano Nacional de Segurança Pública não saiu do papel.
Arthur Virgílio também criticou o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, que nesta quarta-feira (7) fez diversas críticas ao candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin. De acordo com notícias veiculadas na imprensa, Tarso teria dito que Alckmin, como ex-governador de São Paulo, não estaria assumindo suas responsabilidades sobre a onda de violência no estado. O ministro ainda teria dito que o governo paulista, tendo à frente Cláudio Lembro, preferiu negociar com os criminosos do Primeiro Comando da Capital (PCC) a aceitar a ajuda oferecida pelo governo federal. Além do líder do PSDB, o presidente do partido, senador Tasso Jereissati (CE), protestou contra as declarações do ministro.
Outra afirmação de Tarso Genro criticada por Arthur Virgílio foi a de que Alckmin "não sabe quais vestidos sua mulher tem no armário", referindo-se às denúncias de que a primeira-dama paulista teria ganho peças de roupa de um estilista. O líder do PSDB afirmou que o ministro "é capaz de se escandalizar com isso", mas não o faz quando se trata das denúncias de corrupção contra o governo federal, como é o caso do mensalão.
O vice-líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), no entanto, contestou as notícias que tratam das declarações do ministro das Relações Institucionais, afirmando que "Tarso Genro não fez tais acusações".
O discurso de Arthur Virgílio recebeu os apartes de Magno Malta (PL-ES), Jefferson Péres (PDT-AM), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Eduardo Suplicy (PT-SP), Romeu Tuma (PFL-SP), Romero Jucá (PMDB-RR), Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), Ramez Tebet (PMDB-MS), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Sibá Machado (PT-AC), Heráclito Fortes (PFL-PI), Juvêncio da Fonseca (PSDB-MS), Leonel Pavan (PSDB-SC) e Efraim Morais (PFL-BA).
17/05/2006
Agência Senado
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