Mesquita Junior critica declarações de Tarso Genro sugerindo haver fascismo na Itália



O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), em discurso nesta sexta-feira (20), lamentou a "impropriedade" da declaração do ministro da Justiça, Tarso Genro, que disse identificar influências "fascistas" em ameaças de setores do governo italiano em função da permanência do ativista italiano Cesare Battisti no Brasil, segundo publicou a imprensa na última quinta-feira. Battisti foi condenado pela justiça italiana por quatro assassinatos, mas foi considerado pelo Ministério da Justiça brasileiro perseguido político na Itália.

Para o senador, Tarso Genro tem todo o direito de agir e justificar a ação tomada pelo governo brasileiro de conceder refúgio a Battisti, mas considera que não cabe a Tarso Genro o direito de agredir uma nação amiga ou sugerir a existência de fascismo naquele governo.

- Ele não pode fazer isso, agredindo com grosserias e impropérios o governo legitimamente constituído de um país com o qual temos tradição de camaradagem, amizade e cooperação - declarou.

O parlamentar citou as características do fascismo, como o totalitarismo, que concentra poderes totais nas mãos de um determinado governante e lembrou que o próprio Brasil apresenta tais características. Ele frisou a "posição de subserviência" dos poderes Legislativo e Judiciário ao presidente da República, especialmente depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) delegou a Luiz Inácio Lula da Silva a decisão de extraditar ou não Cesare Battisti,

- E aí eu me pergunto: O que está acontecendo aqui no nosso país para que a gente se arvore ao direito de atribuir essa característica a outro país amigo? - questionou.

Geraldo Mesquita citou ainda outras peculiaridades do fascismo, como a censura, e lembrou que, segundo ele, "nos porões do PT" se cogitou a criação de mecanismos de cerceamento, de censura aos órgãos de imprensa brasileiros; e a utilização da propaganda para "iludir, enganar e induzir" as pessoas a julgarem que aquilo anunciado como muito bom, na verdade, existe só de fachada.

- A gente precisa antes olhar aqui para o próprio umbigo e ver se, na prática, não estamos a fazer a mesma coisa, já que não considero que isso [fascismo] esteja sendo feito lá fora - declarou.



20/11/2009

Agência Senado


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