Para Ideli, reação a declarações de Tarso Genro é tentativa de tirar o foco do debate sobre segurança
A líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC) respondeu nesta quarta-feira (17) as críticas do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), feitas momentos antes, sobre declarações veiculadas na imprensa do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. O ministro, além de criticar ao candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, teria dito que o governo paulista preferiu entrar em acordo com os criminosos do Primeiro Comando da Capital (PCC) a aceitar a ajuda oferecida pelo governo federal.
Na avaliação de Ideli, essa discussão foi uma tentativa de retirar o foco do debate principal sobre segurança pública - a busca de soluções concretas para o crime organizado - para provocar um condensado de ataques ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, feitos pela oposição no último ano.
- Foi a imprensa, não foi o ministro Tarso Genro que disse que houve o acordo, o que ele disse é que está sendo veiculado indícios de que houve o acordo e, que, se isso tiver ocorrido, é grave. É essa a situação que merece do Congresso Nacional uma maior apreciação - disse, reiterando palavras do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que já havia afirmado que Tarso Genro não teria feito tais acusações.
Em aparte, o senador Magno Malta (PL-ES) disse que ouviu do diretor do setor penitenciário do governo de São Paulo em uma entrevista à imprensa a confirmação da cessão de televisores para os bandidos assistissem à Copa do Mundo.
- Não se negocia com bandido cedendo. Essas declarações da imprensa como um todo e as pessoas que ouviram essa entrevista testemunharam o "gaguejamento" desse diretor. Além disso, o braço-direito do Marcola [líder do PCC] também deu entrevista confirmando as negociações para paralisar ataques até "segunda ordem". Esse debate não é politiqueiro, é grave, temos de discutir, não é uma ilação desse Parlamento - disse Magno Malta.
Solidarizaram-se com Ideli, os senadores, Flávio Arns (PT-PR), Ana Júlia Carepa (PT-PA), Serys Slhessarenko (PT-MT) e Sibá Machado (PT-AC).
17/05/2006
Agência Senado
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