Arthur Virgílio diz que CPI exclusiva do Senado está em "stand by"



O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (PSDB-AM), disse, nesta quarta-feira (16), que a comissão parlamentar de inquérito (CPI) exclusiva do Senado para também investigar irregularidades no uso de cartões corporativos está em stand by e não será instalada se a base governista deixar de obstaculizar as investigações e aprovar todos os requerimentos, inclusive o de convocação da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos.

- Não tem nada que impeça o funcionamento da CPI. Basta, agora, nós termos a reunião para instalá-la. Então cuidem eles, do governo, de fazer as coisas andarem direitinho lá [na CPI Mista], de aprovarem todos os requerimentos, de não obstaculizar nenhuma investigação, inclusive de acabar com essa tolice de que tem gasto secreto de Presidência da República, porque não tem. Quando eles concordam com a análise dos dados do TCU, inclusive em caráter sigiloso, estão admitindo que não tem nada sigiloso. Se por amostragem pode olhar, por que não pode olhar tudo? É uma questão agora de eles saberem construir esse entendimento. Mas, a outra CPI está aí pronta. E eles é que devem saber se têm compromisso com a apuração ou com varrer para baixo do tapete - considerou.

Arthur Virgílio admitiu que, se a base governista se comportar dessa maneira, não vê motivos para a coexistência de duas comissões para investigar o mesmo fato. Mas reiterou que a oposição não compactua com fingimento e que a instalação da CPI exclusiva do Senado depende apenas do que a base governista fará na CPI Mista.

- A nossa parte está andando. A deles é que não está. Nós queremos apuração. Se a apuração é na CPI Mista ou na CPI exclusiva do Senado, para mim tanto faz. Se tiver que ser nas duas, será nas duas. Eu prefiro que seja numa só. Agora, que seja investigação de verdade porque aquilo ali estava uma brincadeira, estava faltando só botar uma lona em cima - comparou.

O senador pelo Amazonas também comentou a notícia de que a base governista estaria preparando uma reação à convocação da ministra Dilma Rousseff pela Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI). Arthur Virgílio disse que não sabe que reação seria essa e que melhor seria se a ministra comparecesse e falasse sobre qualquer assunto, inclusive sobre cartões corporativos e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

- Fora disso, é esgarçarem mais e mais a relação com a oposição e tornar cada vez mais a ministra uma menor de idade, uma figura a ser protegida, que não pode ir ao Congresso a não ser se houver censura à opinião dos senadores. Isso é muito ruim para ela. Para quem é a mãe do PAC, fica uma coisa meio de filha da base - avaliou.



16/04/2008

Agência Senado


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