Arthur Virgílio diz que PSDB decide nesta terça se vai obstruir votações e condena deportação de cubanos



O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) anunciou nesta segunda-feira (6) que a bancada reúne-se nesta terça-feira (7), às 12h30, para decidir se vai acompanhar a posição dos Democratas de obstruir as votações enquanto o Senado estiver sendo presidido pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL). O senador disse que após a reunião ocupará a tribuna para comunicar a decisão do partido.

Arthur Virgílio disse que Renan precisa explicar os fatos denunciados pela revista Veja e confirmados por João Lyra, suposto sócio do senador em empresas de comunicação. Arthur Virgílio voltou a sugerir que Renan se afaste da Presidência do Senado, aguarde o veredicto do Conselho de Ética e pare de contribuir para afundar a Casa numa crise.

- Como está, não é mais possível continuar - afirmou.

Arthur Virgílio também considerou "deplorável" a deportação sumária dos dois boxeadores cubanos que haviam fugido da vila onde estavam hospedados os atletas que competiram nos Jogos Pan-americanos. Ele disse que a diplomacia brasileira rasgou a tradição de fornecer asilo político a quem foge de regimes autoritários e que a deportação foi uma agressão aos direitos humanos.

- O Brasil hoje a mim me envergonha - afirmou.

O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) comparou a deportação dos atletas cubanos ao episódio ocorrido com a esposa de Luís Carlos Prestes, Olga Benário, entregue aos nazistas pela ditadura Vargas. Para Heráclito, foi um crime mais grave do que o cometido contra Olga, pois ela ainda teve direito a um julgamento e teve respeitado o prazo legal. No caso dos cubanos, não foi cumprido o prazo de 30 dias antes de deportá-los.

- Aproveitaram o final de semana, na calada da noite, para repetir o episódio de Olga Benário - afirmou.

O senador João Tenório (PSDB-AL) disse estar emocionado com o pronunciamento de Arthur Virgílio e ressaltou que o Brasil tem uma tradição de solidariedade com asilados políticos. O senador Papaléo Paes (PSDB-AP) lamentou a decisão do governo Lula e disse que não consegue entender por que um governo do PT é subserviente ao governo cubano e não reage a "essa atitude escabrosa".

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que está "de pleno acordo" quando Virgílio faz a defesa da garantia a todos os cidadãos, de qualquer país das Américas, à livre circulação. Para ele, essa é a condição para que haja integração. O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) disse estar constrangido de ver como companheiros da base governista não conseguem se posicionar diante de ditaduras sanguinárias.

- Esse regime [cubano], que precisa ser execrado, é a maior afronta à liberdade dos homens no mundo atual - frisou.

06/08/2007

Agência Senado


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