As campanhas dos candidatos à Presidência e ao Piratini









As campanhas dos candidatos à Presidência e ao Piratini
Apoio do PDT no segundo turno continua indefinido

O PDT ainda enfrenta um impasse na definição do voto para o segundo turno das eleições para o governo do Estado. Apesar da determinação da direção nacional do partido, que determinou o voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e liberou os filiados nos estados, os parlamentares trabalhistas não se conformam.

Eles assinaram um documento afirmando a intenção de apoio a Germano Rigotto (PMDB) e querem se encontrar com o presidente nacional da sigla, Leonel Brizola, ainda esta semana para apresentar suas razões e defender o apoio formal ao peemedebista.

O argumento dos deputados é que o PDT é oposição tanto em nível federal quanto estadual. "Lula representa a oposição ao governo Fernando Henrique e Rigotto é a opção contra o candidato governista aqui", lembrou Vieira da Cunha.

Para ele, a escolha do segundo turno acontece por exclusão. Neste caso, Rigotto seria o candidato do PDT, apesar das divergências ideológicas com o PMDB. "Devemos fazer a opção e orientar os filiados", defendeu.

Conforme Vieira da Cunha, as diferenças com o PT são instransponíveis no Estado. "A ação do governo Olívio, que ajudamos a eleger, cavou um abismo na nossa relação, fruto de sua postura intransigente e anti-ética. Não se reconstrói em duas semanas uma relação deteriorada há dois anos", afirmou.

O presidente regional do partido, Pedro Ruas, considerou legítima a determinação dos deputados em definir o voto e defendê-lo junto à direção nacional. Mas ressaltou que isso não deve alterar a decisão já tomada. "Os deputados têm direito de apoiar Rigotto e fazer campanha para ele, mas a decisão nacional é hierarquicamente superior", declarou. Por isso, o diretório regional não poderia, segundo ele, fechar questão em favor de um candidato.

Inaugurado Comitê Suprapartidário de Tarso
O Comitê Suprapardidário de apoio a Tarso Genro foi inaugurado ontem à noite, na avenida João Pessoa, e teve suas dependências lotadas por lideranças de vários partidos alhinhados com as candidaturas da Frente Popular. O governador Olívio Dutra, agora integrado à campanha, compareceu e fez um discurso empolgado de mobilização dos apoiadores de Tarso e Lula para este segundo turno. Olívio elogiou a participação do vice de Luiz Inácio Lula da Silva, o senador mineiro José Alencar, e arrancou aplausos da platéia ao incentivar os companheiros, dizendo que "o caminho já está dado e caminho se abre caminhando".

Além dos apoio de lideranaçs locais do PSB, PSC, representado pelo candidato ao governo Carlos Schneider, PCB, PCdoB, PDT e até do PMDB e do PPS, empresários, artistas e jornalistas, Tarso recebeu mensagens do deputado fluminense do PDT, Miro Teixeira, que incentivou as candidaturas da Frente Popular, dizendo aliar-se a Pedro Ruas no apoio a Tarso Genro. A socióloga Lícia Peres enviou de Paris uma mensagem de apoio, prometendo estar aqui para votar nos candidatos do PT.

O comitê foi formado ainda no primeiro turno por pessoas que não têm vínculos partidários com os partidos que compõem a Frente Popular e é coordenado pelo advogado Mário Madureira, a empresária Eleonora Rizzo e o pedetista Carlos Araújo, assim como empresários como Romeu Masiero e Alécio Ughini.

Agressões mútuas não favorecem disputa, diz cientista político
A estratégia de agressões mútuas entre os candidatos ao governo do Estado não favorecerá nenhum nome na disputa do segundo turno. Essa é a opinião do cientista político Eduardo Corsetti. "Esse tipo de estratégia desgasta, conforme ficou demonstrado no resultado final da campanha que Tarso (Genro, PT) fez contra (Antônio) Britto (PPS) no primeiro turno", avaliou o professor da Ufrgs.

Para Corsetti, as alternativas do petista para reverter os percentuais de intenção de voto favoráveis a Rigotto são "escassas" nesta fase da campanha. "Tentar bater de novo complica porque o tempo é curto", afirmou.

Conforme ele, a tática do PT de questionar a competência do peemedebista, que nunca atuou em cargos executivos, não deve alterar o quadro eleitoral do momento, já que Rigotto conseguiu formar um leque amplo de apoios. "Isso era esperado, e o apoio de outras siglas ajuda, mas não é totalmente consolidado porque no interior as disputas entre os partidos é mais acirrada", comentou. Nesse caso, Tarso poderia se beneficiar das dissidências.

Na eleição nacional, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estaria em ampla vantagem também em função de uma grande gama de apoios. "José Serra (PSDB) soma adesões mais restritas e está adotando uma campanha semelhante a do primeiro turno", analisou.

Sobre uma possível descaracterização de Lula e do PT diante dos apoios de importantes representantes de partidos de direita, Corsetti foi categórico. "Apoio eleitoral não significa identidade política. Confunde um pouco o eleitor, mas não compromete o governo, já que eles não devem administrar junto. Esses apoios sempre aparecem em período eleitoral", concluiu.

Lula vai governar sem distinção partidária
O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou ontem, após um café da manhã que reuniu aliados de diferentes partidos, que pretende governar, se eleito, sem fazer distinção partidária. Lula disse que chamará todos os governadores para discutir sobre desenvolvimento regional e segurança pública, pois não há como "fazer um projeto de nação sem discutir modelo de desenvolvimento". O petista afirmou que atualmente os governadores só são chamados pelo governo federal para discutir a dívida dos estados. "Se eu for eleito, a relação do governo federal com os estados não terá coloração partidária. Estarei enxergando os interesses de cada estado, do país. Enxergarei os interesses do povo e do Estado, e não do governante. Temos que tratar igualmente todos os estados", disse Lula.

No café da manhã, Lula recebeu apoio de parte do PMDB e do PFL mineiro. O vice-governador eleito de Minas Gerais, Clésio Andrade (PFL), declarou o voto ao candidato do PT e afirmou que parte de seu partido no estado vai se engajar na campanha petista. Lula disse que está muito feliz em receber o apoio de partidos que, no passado, tiveram sérias divergências com o PT. Ele ressaltou que considera muito importante receber o apoio também de parte do PFL de Minas. "Depois dessas eleições o Brasil não será o mesmo. Tenho o imenso prazer em fazer política. No meu entendimento, política significa a arte de conversar. Falar menos e ouvir mais, estabelecendo convivência democrática, e sendo tolerante com os que discordam do seu pensamento", disse Lula, afirmando que atualmente se faz política no Brasil corretamente.

Ibope capta fortalecimento de Lula e nenhuma reação de Serra
O apoio popular à candidatura de Lula se espalha tão rapidamente a ponto de já ter se transformado em um fenômeno nacional, segundo a opinião da analista de pesquisas do Grupo Estado, Fátima Pacheco Jordão. Ela observa que do primeiro para o segundo turno, a distância que separava Lula de Serra aumentou nacionalmente e em todas as regiões, com exceção do Sul, onde Lula, mesmo assim, vence o adversário por menos. A pesquisa Ibope/Rede Globo, diz ela, capta o fortalecimento de Lula e nenhuma reação de Serra. Os números demonstram isso, conforme FátimaJordão: Lula ampliou a diferença na média nacional, do primeiro para o segundo turno, de 22 para 32 pontos, comparando-se esta pesquisa com a última simulação do Ibope.
No Norte e no Centro Oeste o petista ampliou sua vantagem de 13 para 21 pontos e de 26 para 34 no Nordeste; no Sudeste Lula saiu de 26 pontos porcentuais de diferença para 34 pontos; na região Sul, essa diferença era de 13 e aumentou apenas para 16 pontos porcentuais, o que demonstra que reações local ao PT, como ocorre no Rio Grande do Sul, favorecem José Serra. Além dessa dinâmica regional, Fátima Jordão anota que Lula subiu 22 pontos entre o dia da eleição e a pesquisa Ibope, passando de 46% dos votos válidos para 66%, enquanto Serra cresceu de 23% para 34%, ou seja, cresceu 11 pontos, a metade do crescimento de Lula.

A pesquisa Ibope mostra, também, que os eleitores de Anthony Garotinho e Ciro Gomes migraram para Lula na proporção de 2 por 1, o que não era indicado pelas simulações realizadas no primeiro turno e significa que o ambiente formado pós-eleições gerais favoreceu mais a Lula.

FHC pede a aliados mobilização em torno da candidatura tucana
Numa reunião que durou quase duas horas, o presidente Fernando Henrique Cardoso pediu aos aliados do PMDB, PSDB e PFL mobilização em torno da candidatura de José Serra à Presidência da República. Segundo o líder do governo no Congresso, deputado Arthur Virgílio (PSDB-AM), Fernando Henrique pediu para que todos trabalhem a virada. Segundo parlamentares, o presidente ainda deu explicações sobre o aumento da taxa básica de juros da economia (taxa Selic) de 18% para 21% ao ano, afirmando que a única preocupação foi evitar a volta da inflação. Ao deixar o Palácio da Alvorada, Arthur Virgílio admitiu que essa decisão do Banco Central foi negativa para a campanha de Serra. "O presidente deixou claro que vai fazer qualquer coisa para manter a inflação sob controle. Mas é claro que coisa boa isso não traz para nosso candidato".

Ficou acertado ainda que haverá uma mobilização dos prefeitos aliados e que o presidente voltará a se encontrar com a base aliada na próxima quarta-feira. O presidente do PSDB, José Aníbal, que também participou do encontro, acusou o petista Luiz Inácio Lula da Silva de estar fazendo "estelionato eleitoral" ao prometer "coisas que ele não vai conseguir realizar".

"Não dá para saber o caminho do governo do PT tal o grau de indefinição e dissimulação do discurso de Lula", afirmou o presidente do PSDB já no comitê de Serra em Brasília. Aníbal disse também que a campanha de Lula está sendo feita na base da "empulhação". Ele disse que o encontro com o presidente Fernando Henrique foi uma "reunião da virada", pois "onde o povo conhece o PT no governo, não vota do PT para continuar, como é o caso da Rio Grande do Sul e do Mato Grosso do Sul", afirmou. Ele também criticou Lula por não querer participar de mais debates.

"Nosso adversário é um fujão. No segundo turno ele não tem outros candidatos para secundá-lo na crítica enquanto ele fica posando de vestal", disse. Aníbal também defendeu a atriz Regina Duarte, dizendo que o PSDB não vai aceitar patrulhamento.

Serra mantém estratégia de atacar Lula
O comando político da campanha do candidato José Serra, reuniu-se ontem com o presidente Fernando Henrique Cardoso, no Palácio da Alvorada, e decidiu manter a estratégia de atacar o presidenciável petista, Luiz Inácio Lula da Silva. A dez dias das eleições presidenciais, os coordenadores da campanha de Serra apostam suas fichas na "desconstrução" de Lula e não poupam críticas ao petista para tentar a virada.

"Vamos intensificar a campanha e fazer uma ação muito forte para mostrar que o nosso adversário tem assumido todos os compromissos sem assumir nenhum compromisso", resumiu o presidente do PSDB e um dos coordenadores da campanha tucana, deputado José Anibal (PSDB-SP).

Segundo o presidente do PSDB, a ofensiva da base aliada será focada em prefeitos, na Igreja Católica, nos evangélicos e nos movimentos sociais. Tudo para estimular a militância a ir às ruas e pedir votos para Serra.

Na reta final da campanha, o presidenciável tucano ainda pretende se dedicar ao corpo-a-corpo com eleitores
dos Estados do Sul, Sudeste e Nordeste.

Serra estará hoje no Rio de Janeiro e amanhã fará campanha no Rio Grande do Sul e no Paraná. No sábado, o candidato fica em São Paulo. Na segunda-feira, Serra estará em Minas Gerais, onde, segundo José Anibal, fará campanha ao lado do governador eleito Aécio Neves (PSDB). Na terça-feira, o tucano vai a Pernambuco para fazer campanha com o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB).


Rolagem da dívida custa 59,48% ao ano
Um dia antes do vencimento dos US$ 3,6 bilhões em títulos do governo, o mercado pressionou e pediu altas taxas para os papéis oferecidos pelo Banco Central. O dólar encerrou o dia em alta de 1,82%, na segunda maior cotação de fechamento desde a criação do real, R$ 3,92. As instituições financeiras buscaram puxar a Ptax, taxa média do câmbio calculada pelo BC que serve de parâmetro para o pagamento dos títulos. A Ptax subiu 0,46% e encerrou cotada a R$ 3,8744.

Do total de US$ 3,6 bilhões, somente 61,6% foi rolado ou US$ 2,176 bilhões. A maior pressão sobre o câmbio ocorreu no final dos negócios, após o anúncio do resultado do segundo leilão de swap cambial feito pelo Banco Central para ampliar a rolagem da dívida de quinta-feira pois faltou mais de US$ 1 bilhão para rolar tudo. Quanto maior a Ptax, mais lucros os bancos terão na hora do resgate dos títulos. "Como não conseguiram obter juros altos na rolagem do BC, as instituições resolveram pressionar a Ptax para ganharem mais", explica um operador.

Ontem, no primeiro leilão, a autoridade monetária vendeu US$ 201 milhões com a emissão de 4,1 mil swaps com vencimento para 1° de novembro frente a uma oferta de 10,2 mil títulos. A taxa foi de59,48% ao ano. Nenhuma das propostas referente à oferta de swaps para dois de dezembro foi aceita, o que ajudou a aumentar a busca por dólares. Mais tarde foram vendidos mais US$ 83,5 milhões em contratos de swap.

Quem não conseguiu rolar também correu para o dólar futuro. "As instituições tentaram equilibrar as posições. A alta ocorreu no fim dos negócios. Por isso a perspectiva é de que abra hoje pressionado", explica o executivo do Lloyds TSB, Maurício Zanella. Na BM&F, o contrato futuro com vencimento em novembro encerrou o dia cotado a R$ 3,877, forte alta de 1,89%. O contrato com vencimento em dezembro, subiu 2,06%, atingindo R$ 3,773. As medidas restritivas do BC não fizeram a moeda norte-americana ceder, mas reduziram a demanda antes do vencimento mais crítico. "A atuação evitou que o dólar ficasse acima de R$ 4,00", diz.

Na Bovespa o dia foi de tendência de queda e muita volatilidade. Na mínima o índice chegou a ser negociado aos 8.224 pontos em queda de 3,32%. Mesmo tendo reduzido as perdas, o Ibovespa encerrou no menor patamar desde primeiro de janeiro de 1999, aos 8.370 pontos. "Ainda não há razão para recuperar. Por mais que o governo diga que os fundamentos brasileiros estão sólidos, há a desconfiança dos especuladores", justifica o analista da Corretora Geral, Ivanor Torres.

O pessimismo foi ajudado pelas quedas em Wall Street, com a revisão negativa dos resultados das empresas. O Nasdaq despencou 3,9% e o Dow Jones 2,66%. As projeções dos juros futuros negociados na BM&F recuaram, porém ainda se mantém elevadas. Para novembro, o valor estimado é de 22,55%.


Superávit da balança gaúcha tem crescimento de 19,3%
A balança comercial gaúcha obteve superávit de US$ 2,294 bilhões nos nove primeiros meses de 2002. O saldo é 19,3% maior do que o verificado no mesmo período de 2001, quando o valor foi de R$ 1,923 bilhões.

De janeiro a setembro de 2002, as exportações somaram US$ 4,752 bilhões e as importações US$ 2,458 bilhões.

Conforme os dados divulgados pela Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (Sedai), o Rio Grande do Sul figura como o segundo estado exportador, com participação de 10,92% na pauta das exportações brasileiras, que no mesmo período contabilizaram US$ 43,518 bilhões.

Entre os produtos que mais cresceram nas exporta


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