A campanha dos candidatos ao Piratini
A campanha dos candidatos ao Piratini
Britto diz que Viamão é exemplo de crescimento
O candidato da coligação o Rio Grande em 1º Lugar, Antônio Britto (PPS) visitou ontem a fábrica da Mu-Mu, em Viamão. A empresa, que conta com 200 empregados internos, no setor de produção, além dos que trabalham na área externa, em vendas, foi instalada em 1997 com incentivos concedidos pelo seu governo, através do Fundopem, segundo informações da assessoria do candidato.
Acompanhado pelo candidato a vice-governador, Germano Bonow, Britto conversou com os funcionários, distribuiu seu jornal de campanha e almoçou no refeitório da fábrica. O ex-governador disse que Viamão é um exemplo de como se pode mudar a vida de uma cidade através do estímulo aos investimentos. Segundo ele, durante seu governo foram concedidos incentivos para que a Mu-Mu, a Brahma e a Latasa se instalassem no município, o que gerou empregos e impostos. Ao deixar a fábrica, o candidato conversou com um grupo de taxistas que foram cumprimentá-lo e apresentar sugestões para o seu governo.
Na noite de domingo, Britto participou, na Expointer, da reunião dos criadores de ovelhas da raça Texel. O candidato ouviu palestras e entregou a premiação a vários criadores de ovelhas.
Bernardi quer policial como aliado no combate à violência
O candidato do PPB ao Governo do Estado, Celso Bernardi, visitou ontem à tarde a sede do Correio Brigadiano (CB), publicação dedicada aos assuntos de segurança pública, em especial os que dizem respeito à Brigada Militar. Em audiência com o Coronel da reserva, Vanderlei Pinheiro, diretor do jornal, o candidato do PPB falou a respeito da sua determinação de fazer um governo voltado à proteção da família e que fará do policial gaúcho um eficiente aliado no combate à violência e à criminalidade.
"A segurança pública de nosso governo progressista será bem diferente da que temos hoje. Nela, a lei será a mesma para todos, quando protege e quando pune. Faremos política de segurança pública e não política com a segurança pública", afirmou o candidato.
Rigotto recebe sugestões para o programa de governo
O candidato da coligação União pelo Rio Grande, Germano Rigotto, reafirmou ontem, durante palestra promovida pela Câmara da Indústria e Comércio (CIC) de Caxias do Sul, a necessidade de apoiar o ensino médio profissionalizante. Rigotto, o primeiro candidato a ser ouvido pela CIC de Caxias, disse que a medida é fundamental para a implantação de um programa de desenvolvimento e de uma política de fortalecimento da educação.
Os empresários entregaram ao candidato uma pauta de sugestões ao programa de governo, com as principais reivindicações da classe. Rigotto disse aos presentes que a valorização do ensino médio profissionalizante deve levar em conta as particularidades das microrregiões. O candidato lembrou o surgimento da escola autotônica, resultado de uma parceria do município, da Universidade de Caxias do Sul e do governo federal, que destinou, a partir do acompanhamento de Rigotto na Câmara Federal, mais R$ 1 milhão ao empreendimento.
De acordo com Germano Rigotto, as escolas profissionalizantes de ensino médio são essenciais aos que não têm acesso ao mercado de trabalho e ao mesmo tempo geram desenvolvimento. "Isso é inclusão social na prática e o resultado que buscamos: uma proposta para enfrentar as desigualdades. Queremos um Rio Grande diferente, justo para todos", projetou.
Rossetto se licencia do cargo para fazer campanha em tempo integral
O vice-governador do Estado, Miguel Rossetto, encaminhou ontem à Assembléia Legislativa um pedido formal de licenciamento do cargo, sem remuneração, para integrar-se em tempo integral à campanha da Frente Popular para conseguir eleger um segundo período na administração estadual. Em cerimônia formal no salão Alberto Pasqualini do Palácio Piratini, o governador Olívio Dutra e os secretários de Estado deram o aval ao afastamento de Rossetto até o final de outubro "para reforçar a mobilização da campanha, nesse momento importante da disputa entre dois projetos".
Depois da formalização da saída de Rossetto pelo govenro gaúcho, Olívio e Rossetto dirigiram-se ao comitê central da campanha, na rua Duque de Caxias, onde, juntamente com Tarso Genro, concederam entrevista coletiva explicando as razões de Rossetto para deixar o governo.
Pela legislação eleitoral, o vice-governador poderia permancer no cargo, mas Rossetto decidiu "atender ao chamamento espetacular da campanha, que neste monento começa a sua grande mobilização de rua e de militância". A partir da decisão política, a Assembléia deve aprovar decreto autorizando o seu afastamento e o presidente do Tribunal de Justiça, José Eugênio Tedesco, sempre que for necessário, deverá substituir o governador do cargo.
Tarso agradeceu o reforço de seu candidato a vice, "que passa a se integrar de maneira plena à campanha, para fortalecer o grande salto para a vitória" e agradeceu o pronunciamento entusiasmado do governador.
Olívio Dutra disse que a Frente Popular "vai vencer de cambulhada, se não no primeiro turno, pelo menos
duas vezes esta eleição". Acrescentou que a entrada em tempo integral de Rosseto na campannha "vai aliviar as paletas do Tarso".
Tarso anuncia que revisará política tributária estadual
O candidato da Frente Trabalhista, Tarso Genro, disse ontem, na palestra que realizou na Associação Comercial de Cachoeirinha, que o futuro governante do Estado têm três desafios que dependem da aceitação pluripartidária e social: a readequação da matriz tributária, o saneamento da previdência estadual e a renegociação da dívida gaúcha com a União federal. Em todos os casos, o candidato da Frente Popular afirmou estar preparado para dialogar com todos os segmentos da sociedade gaúcha e com o governo federal.
Seu programa de governo prevê a revisão da política tributária estadual, para desonerar a produção gaúcha e incentivar os produtores locais. Tarso também pretende construir um regime próprio de previdência pública, a ser administrado pelo IPERGS. Quanto à renegociação da dívida pública do governo estadual, Tarso quer mudar o contrato acertado no governo Britto com a União, que, segundo o petista, estabeleceu o envio de 13% da Receita Líquida Real para os cofres da União.
O candidato ao governo do Estado pela Frente Popular, durante a palestra, criticou o modelo econômico baseado nas privatizações e nos juros altos e falou sobre segurança pública. Enfatizou que se envolverá pessoalmente com a questão, a partir da criação de uma Secretaria específica para a segurança da comunidade. Em relação à demanda viária da região metropolitana, o candidato frisou que a conclusão da RS-010 vai ser prioridade em seu governo.
Viagem da equipe brasileira acalma investidores
O encontro do ministro da Fazenda, Pedro Malan, e do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, alcançou o primeiro objetivo, acalmando o mercado financeiro. O dia foi de euforia na bolsa, que atingiu a terceira maior alta do ano, 4,35%. O Ibovespa superou a casa dos 10 mil pontos, o que não ocorria desde 8 de agosto.
O risco-país (Embi+), medido pelo JP Morgan, despencou 4,2% e fechou aos 1.767 pontos, menor nível desde 23 de julho.
O C-Bond fechou aos 59,625% do valor de face, com uma valorização de 1,27%, e o dólar continuou a tendência de queda de sexta-feira. A moeda norte-americana recuou 0,58%, para R$ 3,095. "O dólar não cai mais porque faz parte da solução do problema e está em falta no mercado. Existe perspectiva de a pressão ser amenizada, mas é preciso resolver as eleições", afirma o executivo da mesa de operações do Lloyds TSB, Pedro Thomazzoni.
A bolsa só registrou alta t ão expressiva porque estava muito atrasada em relação aos outros ativos. Para o consultor financeiro da Agente Corretora, João Marcos Cicarelli, o rompimento da barreira psicológica dos 10 mil pontos pode ser sustentado nos próximos dias. No entanto, o giro financeiro de R$ 483,989 milhões mostra que ainda há cautela por parte do investidor. O diretor de mesa da Solidus Corretora, Émerson Lambrecht defende que ainda é possível falar em tendência. "O volume de negócios foi baixo frente a alta dos papéis", diz.
Além dos boatos com as pesquisas eleitorais, o mercado especulou que o alívio no câmbio pode levar o Banco Central a utilizar o viés de baixa e reduzir a Selic. Por isso as taxas de DI Futuro recuaram na BM&F. O BC realizou mais um leilão de linha para exportação. Na primeira parte foram vendidos US$ 85 milhões do total de US$ 100 milhões oferecidos a uma taxa de 4,8%. Os outros US$ 15 milhões saíram a 4,31%. "A linha do BC está cara e os bancos temem só conseguir repassar para exportadores de risco maior", explica o gerente de câmbio da Novação Corretora, Mário Battistel.
Exportações batem recorde histórico
Em meio a um cenário mundial recessivo e a um ambiente doméstico instável, o Rio Grande do Sul conseguiu um feito significativo em julho. As exportações do Estado bateram recorde histórico, totalizando US$ 827,55 milhões, o que representa um crescimento de 45% em relação ao mês anterior e de 26% frente a julho de 2001. Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O complexo soja foi um dos principais responsáveis pelo resultado. Segundo o diretor da Brasoja, Antônio Sartori, os produtores aproveitaram a conjunção de dois fatores positivos e despacharam a produção rumo ao mercado externo. "A combinação de aumento do preço internacional do produto, decorrente da preocupação com o clima no Hemisfério Norte, e do câmbio desvalorizado, foi o estímulo para os embarques", afirma Sartori.
Os preços obtidos pelos exportadores foram os mais altos desde julho de 1994. Quem aproveitou a chance ganhou cerca de R$ 36,00 por bushel, medida que corresponde a 35,24 kg. Vendendo hoje, ganharia R$ 31,00.
A soja gaúcha está colhendo os frutos da safra recorde de 2001. Graças às vendas do ano passado, destaca Sartori, os produtores se capitalizaram, e puderam esperar o melhor momento para negociar. "Hoje, eles podem vender quando querem, e não quando precisam", diz o especialista.
Outro ganho do setor é o fato de terem aumentado as exportações com maior valor agregado. O diretor de assuntos internacionais da Secretaria do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais (Sedai), Ricardo Schaefer, explica que a comercialização de óleo de soja subiu 31,4% este ano, enquanto a do grão caiu 29%.
A China, diz Schaefer, teve um papel fundamental neste resultado. O país comprou US$ 32 milhões em óleo
de soja este ano. As exportações totais para a China renderam, ao Estado, US$ 200 milhões desde o início do ano. "Os chineses passaram do oitavo para o segundo lugar no ranking de destinos das vendas gaúchas desde o final do ano passado", relata.
Também obtiveram destaque as vendas de motores, com crescimento de 34%, fumo, com aumento de 17%, e material de transporte, com exportações subindo 5%. Mesmo os produtos que estão em queda, mostram recuperação ao longo do ano. As vendas de calçados, por exemplo, que haviam caído 11% até junho, registraram retração de 9,6% até julho.
Os números de julho fizeram o acumulado das exportações no ano saltar de US$ 2,731 bilhões para US$ 3,55 bilhões. Com esse resultado, a diferença entre as vendas de 2001 e as desse ano caiu de 11,8% em junho para 5,2% em julho segundo dados da Federação das Indústrias do Estado do RS (Fiergs). O saldo comercial gaúcho saltou de US$ 748,5 milhões nos sete primeiros meses de 2001 para US$ 1,671 bilhão no mesmo período deste ano.
A diversificação de produtos e mercados, obtida através do trabalho conjunto do governo estadual com as entidades empresariais e o governo federal resultaram, segundo Schaefer, na menor intensidade dos impactos recessivos do mercado externo sobre o Rio Grande do Sul do que sobre outros Estados. "As exportações de São Paulo, Minas Gerais e Paraná caíram 9,5% e 12,5% respectivamente", argumenta o diretor da Sedai.
Ele acredita que os ganhos externos permitirão ao Rio Grande do Sul repetir o desempenho de 2001, e obter um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) superior à média nacional.
Ospa, um patrimônio em crise
A crise que a Ospa enfrenta atualmente tem, como todas as outras, um caráter político. Apesar do status de autarquia, que lhe garante a captação de recursos financeiros junto à iniciativa privada para o patrocínio da programação e demais atividades, as trocas de governos sempre implicam mudanças de regentes, presidentes e outros cargos da confiança da Secretaria de Cultura do Estado, à qual a Fospa está atrelada. No vai-e-vem de governos e secretários, mudam ideologias, formas de atuação e, claro, a importância dada à orquestra. É fácil perceber isso se levarmos em conta que a necessidade de se criar um quadro de cargos e salários existe há mais de dez anos e só agora, às vésperas de a situação ficar insustentável, é que o debate deve virar
prioridade.
Também vale lembrar que a figura do presidente da Fospa, peça-chave na busca de recursos, foi criada como cargo honorífico, mas há três governos seu titular faz parte da folha de pagamento do governo do Estado.
"Este é um cargo que não pode ter ligação política, o presidente precisa trabalhar independente do governo, ter autonomia para pedir ajuda financeira ao setor privado", diz o cirurgião Ivo Nesralla, que esteve à frente da Fospa entre os anos de 1983 e 1991 e foi o último a desempenhar a função de maneira honorífica. "Em todas as grandes orquestras do mundo funciona assim. E o presidente é escolhido por um conselho cultural formado por pessoas interessadas no projeto", acrescenta, lembrando que o caso da Ospa tem o agravante de pertencer a um governo. "E governos tem milhões de problemas para resolver. A Ospa já custa para o Estado cerca de R$ 500 mil mensais só em despesas funcionais, por isso o presidente precisa buscar recursos em outros lugares", acrescenta.
Nesralla, aliás, assumiu a presidência da Fundação Ospa num destes momentos de crise, justamente quando o maestro Davi Machado ganhou uma causa trabalhista movida contra a orquestra. "Acredito que todos os problemas têm solução. Mas é complicado lidar com a perda de identidade que atingiu a orquestra e com o desestímulo que vem tomando conta dos músicos", avalia o cirurgião. Para ele, o que pesa são fatores como a diminuição dos concertos oficiais, a perda de espaço para outras orquestras e a falta de instrumentistas. "Quando saí da orquestra havia 99 instrumentistas no quadro, hoje são 66", salienta. Também chama a atenção para a figura do maestro, que considera peça fundamental. "É importante que o regente seja um nome respeitado, com luz própria. Isso ajuda a atrair o público", diz Nesralla, numa referência clara aos maestros Eleazar de Carvalho, "uma pessoa fantástica que dava aulas de humanismo", e Pablo Komlós, "que fazia o povo gostar de música".
O momento é ruim, mas existe saída
O professor e pesquisador Décio Andriotti também acredita que a Ospa vive o seu pior momento, tanto administrativo quanto político. "Acompanho a orquestra desde sua fundação, em março de 1950. Sempre colaborei com os governos, acompanho o trabalho dos maestros e me sinto à vontade para dar minha opinião.
Infelizmente, a orquestra decaiu muito musicalmente", avalia. Andriotti reforça a idéia de que o maestro é o responsável por grande parte do sucesso de uma orquestra e diz que o atual regente, Ion Br essan, comete vários equívocos no que se refere ao programa dos concertos e no trato com os músicos. "O maestro precisa ser eclético, dar espaço para todos os gêneros. E o Ion valoriza demais os compositores russos, além de querer impor suas idéias", argumenta. Mas Andriotti acredita que a Ospa tem condições de superar esta situação. "A orquestra tem um força artística muito grande, só que precisa sair deste jugo político que está resultando em prejuízos sonoros. Lamentavelmente, o atual governo está fazendo da ospa um escudo político", explica.
A arte tem que ser encarada como produto
Para Cláudio Ribeiro, que foi o maestro titular da orquestra no período 1995/1998, a situação da Ospa só será resolvida se "o governador vestir a capa e pedir dinheiro". Ele cita como exemplo o governador paulista Mário Covas, que pouco antes de morrer acertou com a Telesp um patrocínio de 15 anos para a programação da Orquestra Sinfônica de São Paulo. "Nosso problema é falta de profissionalismo, de encarar a arte como produto. As pessoas assumem os cargos por vaidade, aceitam trabalhar por orçamentos irrisórios e depois se queixam porque nada dá certo", avalia Ribeiro, destacando que é urgente a mudança de mentalidade das pessoas ligadas à orquestra e uma reestruturação do modelo de administração.
Mas, infelizmente, para Cláudio, o próximo secretário que assumir a Cultura do Estado vai preencher os quadros com pessoas da sua amizade e tudo vai permanecer igual. "Só que seria muito importante aprovar o quadro funcional para os músicos ganharem melhor. São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná já vivem outra realidade neste sentido, o que valoriza os artistas e a nossa arte", acrescenta o maestro.
Agentes penitenciários mantêm paralisação
Os agentes penitenciários decidiram rejeitar a proposta do governo estadual e permanecem em greve por tempo indeterminado. Ontem, a categoria avaliou a proposta apresentada pela Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe). No final da assembléia, um grupo de servidores realizou uma manifestação na frente do Palácio Piratini e houve a promessa do deputado estadual Ronaldo Zülke (PT) de uma audiência com a Casa Civil. A categoria reivindica o cumprimento da lei aprovada em abril que realinha os salários dos monitores, agentes e auxiliares penitenciários. A Susepe oferece um aumento das atuais 41 mil horas extras mensais para 61 mil e diz que horas paradas serão compensadas em 60 dias a partir de 1º de setembro.
Exportações de carne estão mais próximas da Europa
A correta identificação dos bovinos é o primeiro passo para assegurar as exportações para os países da União Européia. Conscientes da deficiência do Brasil em registrar seu rebanho de 170 milhões de cabeças, a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha promoveu debate sobre o assunto ontem durante a Expointer. A indústria alemã Hauptner Herberholz apresentou aos criadores gaúchos os mais modernos sistemas de identificação, como os brincos com chip, subcutâneos e com DNA. A representante da Hauptner no Brasil, Edna Kotzias, estima que o Brasil exporte apenas 10% da carne que consome e que desse porcentual apenas 7% é rastreada corretamente. O diretor da empresa e idealizador dos brincos, Hans Werner Brausen, também participou do evento. "O Brasil precisa estar consciente da importância de monitorar os animais na origem e no destino. Isso não quer dizer que a medida ampliará as exportações, mas que será a forma de manter o mercado", salienta Edna.
Os produtores interessados em implementar o sistema devem procurar as empresas de monitoramento certificadas pelo Ministério da Agricultura. Essas companhias criam um banco de dados eletrônico que reúne as principais informações de cada bovino.
A exportação de carne do Brasil para a Alemanha, incluindo bovinos, frangos, suínos e perus, totalizaram no ano de 2001 um volume de 2.124.837 toneladas contra as 1.348.983 toneladas registradas no ano anterior. Para este ano, o governo alemão ainda não realizou uma projeção, mas acredita que haverá crescimento. De acordo com George Mull, da Centrale Marketing-Gesellschaft der Deutschen Agrarwirtschaft (CMA), órgão alemão responsável pelo relacionamento de mercado econômico-agrário, as exportações de carnes do Brasil para o mundo deverão se acentuar ainda mais nos próximos anos. Ele também faz uma boa projeção em relação a outros mercados mundiais.
"O Estado sabe muito bem entrar no mercado de carne Europeu, principalmente com a aplicação de técnicas como a rastreabilidade bovina, meio que de acordo com termo, significa fazer o acompanhamento dos animais deste de o nascimento até a época de serem encaminhados para o mercado consumidor", diz Mul.
Ele acrescenta que não é somente este aspecto que chama a atenção do mundo, mas também as potencialidades do Brasil em termos de vir a abastecer o mundo com produtos de origem agrícola. "O Brasil exporta mais carne que a Argentina anualmente, justamente pela não adoção da rastreabilidade. A Alemanha, por sua vez, registrou um aumento 33% na importação de carne de frango do Brasil na comparação entre 2000 e 2001.
O país está representado na Expointer através da participação oficial do Ministério Federal de Proteção ao
Consumidor, Alimentação e Agricultura da República Federal da Alemanha e conta com o apoio da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha local, palestras realizadas na feira, os temas abordados indicaram a importância da produção da carne com qualidade, do início ao final do processo mercadológico.
Representante do governo alemão fará palestra sobre agricultura ecológica
Na próxima quinta-feira, às 19h30min, o chefe do Departamento de Administração do Ministério Federal de Proteção ao Consumidor, Alimentação e Agricultura da Alemanha, Fritz Johanne, irá apresentar o painel, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, com apoio do Instituto Goethe Porto Alegre. Em sua abordagem, Johannes, salientará que houve um forte crescimento da agricultura ecológica a partir da atualização da política agrária, destacando itens com a sustentabilidade da produção e da proteção do consumidor, voltado principalmente para a criação de novos mecanismos de controle, a exemplo do trabalho realizado pelo Instituto Federal de Avaliação de Riscos e do Instituto de Proteção ao Consumidor e Segurança dos Alimentos. Esses mecanismos de controle incluem sistemas de garantia de qualidade como, por exemplo o sistema "QS" (controle de qualidade) e o "selo biológico".
Johannes também aproveitará para fazer uma comparação entre a política agrária tradicional e as mudanças introduzidas após as diversas crises como: a "vaca louca", o surgimento de produtos químicos proibidos na alimentação animal, entre outros.
A professora Claudia Lima Marques, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Direito da Ufrgs e representante do Estado do Instituto Brasileiro de Defesa e Proteção do Consumidor estará presente na palestra, expondo a posição brasileira para o representante alemão e autoridades de outros países e para o público em geral. A palestra será no Instituto Cultural Brasileiro-Alemão, Rua 24 de Outubro, 112, em Porto Alegre.
Artigos
Por que chora Fernando Henrique
João Mellão Neto
O presidente Fernando Henrique está decepcionado com o mercado. Também pudera. O seu esforço concentrado em oito anos ameaça virar pó em poucos meses. De 1995 para cá, dia após dia, este governo vem pregando - e praticando- a austeridade econômica. Justiça seja feita, em nenhum momento, durante os seus dois mandatos, FHC se permitiu cair em tentações populistas. E elas o espreitaram a cada esquina, a cada passo, a cada decisão difícil que teve de tomar. De que lhe valeram tamanho s esforços? Ao menor sinal de perigo, os mercados o deixaram na mão. O risco-País foi às nuvens. É maior do que o de ditaduras africanas ou repúblicas bananeiras. O presidente está desalentado, a ponto de proferir a sua primeira declaração "a la latina". Segundo ele, os mercados são irracionais, ou, pior, seguem uma lógica perversa, de perseguição ao Brasil. Será mesmo? É possível imaginar que uma estrutura que envolve trilhões de dólares e milhões dos melhores cérebros do mundo tenha simplesmente perdido o juízo? Ou, na outra hipótese, que esse gigantesco e complexo sistema - em que todos disputam com todos - se tenha unido com o único propósito de prejudicar o Brasil? Sempre existirão aqueles que seguem a "visão conspiratória da História". São pessoas que acreditam que por trás de cada fato ou fenômeno histórico existe uma ou mais mentes maléficas que planejaram tudo e combinaram entre si para que as coisas acontecessem exatamente conforme o planejado.
Alguém já disse que Deus "é a soma das ignorâncias humanas". Ou seja, tendemos a atribuir aos humores de Deus ou dos deuses tudo aquilo que foge à nossa compreensão. Com o progresso da ciência dos fenômenos, nós vamos percebendo que os deuses não são assim tão geniosos. Um trovão, por exemplo, é apenas um trovão, e não a manifestação da ira de Deus. Curiosamente, é na economia que a visão conspiratória se manifesta com maior exuberância. A idéia da existência de um mercado impessoal e indômito e, ao mesmo tempo, racional e autorregulável não é de fácil compreensão. Ou o mercado é caótico e ilógico ou, então, ele é manipulável e manipulado por uma seleta elite que tudo sabe e tudo pode. Fernando Henrique, num momento de fraqueza, parece ter cedido a esse modo, por assim dizer, simplório de encarar os fatos. Em situações críticas, esse tipo de raciocínio é tentador. Mas nem por isso acertado. Nem por isso construtivo. Em 1997, quando ocorreu a grande crise asiática, aos olhos de muitos, tudo não passava de uma grande loucura coletiva.
Ou, então, de uma megaespeculação dirigida por meia dúzia de poderosos banqueiros internacionais. Os tailandeses puseram a culpa em George Soros, o ditador da Malásia atribuiu os fatos a uma grande conspiração e os sul-coreanos dirigiram seu ódio ao FMI. Alguns anos passados, ficou mais fácil compreender o que, de fato, ocorreu.
Primeiro: os mercados não se tornaram, de repente, irracionais. Apenas abriram os olhos, num efeito em cadeia. Centenas de bilhões de dólares estavam sendo investidos em países com graves deficiências estruturais, econômicas e institucionais. A contabilidade dos investimentos não era suficientemente transparente, a análise do risco-benefício era demasiado otimista e as economias nacionais não eram robustas o necessário para garantir o retorno dos imensos montantes aplicados. De irracional, mesmo, apenas o fato de cada um dos investidores acreditar que conseguira escapar antes dos demais. Quando escaparam, escapavam todos, ao mesmo tempo. Com prejuízos gerais. Segundo: não houve uma megaespeculação ou manipulação.
Para tanto seria necessário que alguém saísse ganhando. Todos, inclusive Soros, saíram perdendo. E perdendo muito. Terceiro: não houve uma conspiração externa. Hoje se sabe que os primeiros a cair fora foram os investidores locais, que ligaram o alarme para que todos os demais debandassem. O aplicador local sempre tem um leque de informações mais amplo do que fundos de investimento localizados do outro lado do oceano.
Quando eles próprios dão no pé, por que os outros haveriam de ficar?
A Ásia, hoje, rescaldado o incêndio, cresce de forma mais equilibrada. E as economias nacionais retornaram ao seu tamanho real. Que o nosso mui amado e sábio presidente esteja desconsolado é compreensível. O que não se compreende é essa sua catilinária contra "os mercados". Como já se via na Ásia, o mercado não é irracional, nem perverso, nem manipulável. Seus maiores defeitos são demorar um pouco para captar certas sutilezas, esperar que os de casa dêem o alarme e, quando resolve reagir, costumar fazê-lo de uma vez só...
Colunistas
ADÃO OLIVEIRA
O pavio do Ciro
O pavio curto de Ciro Gomes pode atrapalhar as suas pretensões de chegar à presidência da República. Sua assessoria está cada vez mais preocupada com isso.
O assunto já foi levado a Patrícia Pilar que não concorda com isso. Para Patrícia só quem não conhece Ciro intimamente, como ela conhece, pode afirmar que Ciro tenha um pavio curto: "O pavio do Ciro é do tamanho ideal. Se ele tivesse um pavio curto eu não ficaria satisfeita. Afinal, eu não gosto disso", teria dito a candidata à futura primeira-dama que acha que o que ele faz, faz bem feito.
Mas, não é bem assim .
A cearense Patrícia Gomes, sua ex-mulher, disse para amigos que os motivos para a separação do casal foi exatamente o pavio curto do marido.
A jornalista Miriam Leitão não concorda com a atual mulher Patrícia Pillar. Concorda com a ex, Patrícia Gomes.
Mirian já viu várias vezes o pavio curto do Ciro.
A última, foi ontem pela manhã, durante o programa "Bom Dia Brasil", da Rede Globo de Televisão.
Irritado com uma pergunta da competente jornalista, Ciro Gomes irritou-se e botou pra fora o seu conhecido pavio curto. Aliás, quando se irrita, Ciro não escolhe para quem mostrar o seu pavio curto. Ontem, durante o programa, o solene Renato Machado e o irreverente Alexandre Garcia também viram de perto o pavio curto de Ciro.
Viram , sentiram, mas não ficaram nem um pouco desconfortáveis com isso. Assimilaram o golpe e, com elegância, fizeram ouvidos de mercador para as descomposturas.
Parecia que nem era com eles.
Mas, era!
Ciro Gomes, sempre que se sente acuado, entra em crise e logo, logo, fica possesso. "Eu sou indignado e indignação não se terceiriza", tem dito, tentando justificar as suas malcriações.
O presidenciável não se considera agressivo. Pelo contrário, se acha um cara equilibrado. Ele nega, peremptoriamente, que tenha ameaçado fisicamente o adversário José Serra.
Mas, ele já desancou desafetos. A mais conhecida esculhambação que Ciro deu em alguém foi em Antônio Carlos Magalhães:" Ele é mais sujo do que pau de galinheiro", disse.
Outro dia, em Salvador, ao comemorar uma aliança com o babalorixá Toninho Ternura, o mais sujo do que pau de galinheiro, Ciro beijou-lhe as mãos. "Eu sou uma pessoa que opino, me posiciono mas, também me reconcilio", justificou-se.
Nesse aspecto Ciro está cada dia mais parecido com Elle.
Fernando Collor também é acusado de ter pavio curto. Suas broncas com a mulher, Rosane Collor, são conhecidas, pelos brasileiros e brasileiras.
Tudo por causa do abominável pavio curto.
Collor se diverte com isso e diz que Ciro é o Collor made in Paraguay.
Isso está preocupando o pessoal que o acompanha nas viagens, especialmente, o seu porta voz Egídio Serpa que viu, por diversas vezes, Ciro ostentar, com a maior desenvoltura, o seu pavio curto.
E ficou apavorado com o mau humor do cara.
Isso é problema para o candidato que, um dia desses, pode acabar em maus lençóis.
Ciro é reconhecido, até pelos seus amigos, como culto e grosso!
CARLOS BASTOS
Lula vem mobilizar militância petista
O presidenciável petista Luis Inácio Lula da Silva estará no Rio Grande do Sul no próximo dia 3 de setembro.
Ele vai realizar três comícios, juntamente com o candidato ao governo Tarso Genro, em Passo Fundo, Caxias do Sul e Porto Alegre. Lula vem mobilizar a militância petista gaúcha. Nesta altura da campanha, o comando da campanha de Lula à presidência da República está com duas preocupações, levar ao eleitorado sua mensagem prog ramática, através do programa gratuito de rádio e televisão, e viajar pelo país para colocar na rua a militância do PT. A primeira parte da estratégia já está em desenvolvimento nos programas, quando estão sendo focados temas considerados prioritários, como emprego e remédios. Nas viagens, Lula já participou de uma grande concentração em São Paulo e, há poucos dias, esteve em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, e realizou um comício com a participação de cerca de 50 mil pessoas, conforme informação do coordenador da campanha de Lula no Rio Grande do Sul, Paulo Ferreira.
Diversas
Última
A Secretária Municipal da Cultura, Margarete Moraes, e a atriz e diretora Lucélia Santos participam hoje, às 21 horas, na sede da Adunisc-Unisc, em Santa Cruz do Sul, da festa de lançamento do Comitê Universitário e Cultural de apoio a Emilia Fernandes e Paulo Paim, candidatos ao Senado pelo PT. Na ocasião, estarão presentes músicos, atores, diretores, artistas plásticos, poetas, estudantes e funcionários da Universidade de Santa Cruz do Sul, além de representantes da coordenação estadual e nacional da campanha.
FERNANDO ALBRECHT
Fartura de orelhões
A privatização da CRT é tema recorrente de campanhas políticas e esta não é exceção. O que pouco se fala é que telefone agora tem. E tem de sobra. Existem até mais telefones que a capacidade do mercado em absorvê-los. Outro exemplo de que a população não pode se queixar é orelhão. Quem não lembra que encontrar um disponível era uma batalha? Sem falar que uns & outras ficavam horas falando nos telefones públicos, uma regra clássica de boa educação constantemente desobedecida. Que também explica muito da inadimplência.
Agora tem orelhão sobrando.
O cheiro da Capital
Porto Alegre está vivendo uma interessante experiência de aproximar sua população, inclusive crianças, da cannabis sativa. A turminha está tendo esse contato na marra. Caso do antigo mercado do Bom Fim, colado no Parque Farroupilha. Domingo à tarde - como sempre, aliás - o cheiro da erva era medonho. As crianças perguntam vez por outra que cheiro é aquele.
Explicação do chifre
Visitando a Expointer com os rebentos, um zeloso pai explicava aos pimpolhos que gado tem nomes diferentes para os apêndices ósseos que ornamentam suas cabeças. Guampa, dizia, é o boi que tem. Chifre é do touro, e aspa é quando é na vaca. E aquilo que vocês estão pensando é com pessoa humana.
A resposta
Saiu na revista Press a resposta de Marcos Dvoskin a Augusto Nunes. Ele nega as versões de Nunes sobre vários episódios, especialmente no caso Luis Fernando Verissimo. Mas é no final que vem a paulada, ao comentar o tempo de Nunes na Época : "Era a grande chance de Augusto, e teria sido sua resposta a Veja
, mas ele só aproveitou até onde teve fôlego. E quem o conhece sabe que ele não tem para mais".
O desaparecimento
Mas não respeitam nem mesmo a cultura gauchesca, que coisa. A Secretaria de Estado da Cultura abriu sindicância para apurar o desaparecimento de uma CPU pertencente ao estúdio de gravação César Passarinho da Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore.
Linha dura
Candidatos que tentam contatos com brigadianos queixam-se que a linha é dura. Se algum pretende visitar os quartéis é obrigado a preencher uma tal maratona burocrática que acaba desistindo. A Ordem de Serviço nº 066/2002, publicada dia 5 de abril, é severa e está de acordo com a orientação da PGE e legislação eleitoral.
Problemas da cidade
Hoje às 14h30min a Comissão de Direitos Humanos da colenda ouvirá as reclamações dos moradores da rua João Telles, Bom Fim, sobre os transtornos causados pela boate Liquid. A rua fica com trânsito interrompido com filas duplas e até triplas, fechando o acesso às garagens dos prédios. Queixam-se que já recorreram ao prefeito, Ministério Público, Smov, Smic e Meio Ambiente, sem resultado algum.
Segurança em Canoas
A prefeitura de Canoas e a Secretaria Municipal para Assuntos de Segurança Pública lançam às 16h de hoje o projeto Canoas Mais Segura Para Todos. Durante a cerimônia, o secretário de Trânsito, Transportes e Segurança Pública de Novo Hamburgo, Moacir Ylhana, ministrará palestra sobre o Sistema de Vigilância Eletrônica implantado no município. O delegado Ben Hur Marchiori está à frente da pasta canoense de segurança.
Câmara Júnior
Justiça econômica através do empreendedorismo e livre iniciativa é um dos cinco princípios da Câmara
Júnior, organização mundial presente em 123 países e 100 cidades do Brasil, que chega em outubro a Porto Alegre. A Câmara é apartidária, sem fins lucrativos, e tem por finalidade ser uma escola de desenvolvimento individual. Maiores informações pelo (51) 9179.9699 ou [email protected].
Pólo em Canela
O protocolo de intenções para a implantação do Pólo Tecnológico de Canela (Potec) será assinado dia 30 às 18h30min no Laje de Pedra, que propõe um novo conceito em tecnologia aliando qualidade de vida, desenvolvimento social e econômico e ecologia. A prefeitura de Canela está botando todas as fichas neste empreendimento.
Pavio curto
A mania do candidato Ciro Gomes de arrostar jornalistas ou entrevistadores teve uma trégua ontem no Bom Dia Brasil, agüentando firme as perguntas - mais que normais - feitas e ele. Mas para não perder o costume, assim que começaram os créditos Ciro botou o dedo na cara de Miriam Leitão.
Agência Banrisul da João Pessoa já funciona. Inauguração será nos próximos dias.
Começa amanhã às 19h30min no Gasômetro o ciclo Civilização e Barbárie, promoção da SMC.
14º Festival do Turismo de Gramado, dias 8 e 9, discutirá o reordenamento do turismo mundial.
Associação Brasileira de Orçamento Público promove hoje às 8h30min workshop sabre Administração Pública.
Hoje e amanhã, no Serrano de Gramado, o VI Encontro Nacional de Revendedores de Combustíveis.
Câmara homenageia hoje às 17h o Dia do Corretor de Imóveis, iniciativa de Isaac Ainhorn (PDT).
Miguel Rossetto/Paulo Vizentini debatem hoje às 19h a Alca no Instituto de Educação, promoção Sofia Cavedon (PT).
Editorial
EXPLICANDO AS CONTAS NACIONAIS PARA OS BANQUEIROS
Neste mundo ensandecido pelo capital volátil, pela ameaça de guerra ao Iraque, pelo medo dos ataques terroristas, pelo ódio sem fim do Oriente Médio e com o petróleo aumentando de preço, não é fácil desembarcar em Nova Iorque e provar que focinho de porco não é tomada, ou melhor, que o Brasil, apesar dos pesares, está muito melhor que seus vizinhos da América do Sul. Mas o problema é a dívida brasileira, tanto a interna como a externa, argumenta-se. Porém, a dívida interna, de R$ 675 bilhões, alta, é feita em reais e está, praticamente, toda em mãos de brasileiros, mesmo a parcela indexada ao dólar, mas sempre paga em reais. Além disso, a poupança dos brasileiros, caderneta e fundos, muito mais de R$ 150 bilhões, continua no sistema financeiro nacional, graças ao saneamento da rede bancária, com o Proer. E ela está quase que integralmente aplicada em títulos do Tesouro Nacional. Como o câmbio é flutuante, ninguém vai tirar reais da poupança e trocar por dólares a R$ 3,00, sabendo que, ali adiante, vai cair, logo perderá. Além do mais, até dezembro o Tesouro tem R$ 90 bilhões para pagar, porém dispõe de R$ 80 bilhões em caixa neste momento.
Também, de agora a dezembro, arrecadará mais entre R$ 15 e R$ 20 bilhões. Em julho, o Tesouro resgatou títulos com recursos próprios, além do que rolou no mercado. Quanto à dívida externa, ela também está sendo paga, tanto a parcela da União como dos Estados e municípios.
O montante do débito externo público é de cerca de US$ 30 bilhões, as reservas do BC estão em torno aos R$ 38 bilhões. Sem falar nos aportes do FMI, do Banco Mundial e do BID, mais US$ 7 bilhões disponíveis, e US$ 24 bilhões a serem negociados com o próximo governo. Com isso, o Brasil tem condições de honrar todos os compromissos de 2003, mesmo nas condições atuais do mercado, de alta turbulência. O problema que tem ocorrido é justamente com a dívida externa particular. Por isso muitas grandes empresas renegociaram seus empréstimos no estrangeiro, como a Eletropaulo, sem abalar o crédito público do País.
Com o sucesso dos leilões de dólares para ajudar as empresas privadas a honrarem seus débitos ou pagá-los
em parte, o problema está encaminhado, além de ajudar nas exportações, aumentando o superávit da balança comercial, que foi reestimado em US$ 7 bilhões, talvez mais. Em agosto, a conta corrente do País pode ser positiva, superávit da balança é de US$ 1,261 bilhão e faltam sete dias no cômputo, no ano soma US$ 5,064 bilhões. A tarefa da dupla Pedro Malan e Armínio Fraga foi mostrar números, não "achismos" disso e daquilo.
Vale realçar que o fato do Brasil ter mantido sua moeda própria tem ajudado demais, ao lado do câmbio flutuante. Contra fatos não há argumentos, apenas especulação, o Brasil está muito longe de uma moratória, salvo se os próprios interessados, os bancos, apertarem ainda mais no pescoço do devedor a corda do fim das linhas de comércio. Embora continuemos a exportar com saldo positivo, a alta irreal do dólar dificulta o equilíbrio macroeconômico. Igualmente, se continuarmos a pagar 20% acima dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, média de 6% ao ano, aí sim teremos uma profecia auto-realizável pelas próprias forças do mercado. As necessidades em 2003 para fechar a conta corrente, mais amortização de empréstimos, serão de US$ 35 a US$ 40 bilhões, contra os US$ 50 bilhões de 2002. Dividendos, juros e turismo vêm tendo contas menores mês a mês. Finalmente, com o câmbio flutuante não há fuga de capitais, mas sim a recompra, até mesmo via CC-5, com 50% de deságio, de dívidas brasileiras, pagas agora e que darão alívio o ano que vem. Há, pois, muita desinformação.
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08/27/2002
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