Assessoria de Finanças do PPS alerta para descumprimento do orçamento estadual



O governo do Estado abriu créditos suplementares, utilizando como fonte excesso de arrecadação que, na prática, não se concretizaram. Para que realize os programas constantes destes créditos, deixará de cumprir com aqueles constantes no orçamento original.

A conclusão é da Assessoria de Finanças da bancada do PPS na Assembléia Legislativa e tem como fonte os números oficiais da Secretaria da Fazenda do Estado.

Segundo o assessor de Finanças da bancada, Darcy Francisco Carvalho dos Santos, o encerramento do exercício financeiro de 2001 possibilitou a constatação de que o orçamento originalmente aprovado - na ordem de R$ 10,8 bilhões - sofreu alterações mediante créditos adicionais, que totalizaram R$ 3,5 bilhões. Utilizando-se do excesso de arrecadação como principal fonte, o governo abriu créditos adicionais na ordem de R$ 2,142 bilhões, dos quais R$ 1,847 mediante simples decreto. O excesso de arrecadação, na análise do economista, foi de apenas R$ 210 milhões, valor dez vezes menor que o suplementado com essa fonte de recurso.

A principal consequência deste procedimento é, conforme o economista, o descumprimento da Lei 4.320/64, que estabelece normas para a execução dos orçamentos públicos, entre elas a proibição de abertura de créditos sem a existência de recursos correspondentes. "É possível supor que deixarão de ser executados alguns programas originalmente aprovados, tanto com o respaldo do Orçamento Participativo, como do Fórum Democrático, constituindo-se numa incoerência, principalmente num governo que se diz defensor da participação popular", observou.

A avaliação permanente das finanças públicas do Rio Grande do Sul pela assessoria técnica obedece orientação do líder da bancada do PPS, deputado Bernardo de Souza. Mesmo em férias, o parlamentar mantém-se informado sobre a administração dos recursos públicos estaduais, tema que continuará dando especial atenção.

Tão logo acabe o recesso em fevereiro, a Assembléia Legislativa instalará a Subcomissão Mista para avaliação do gerenciamento do Caixa Único, integrada pelo parlamentar, como relator, e pelos deputados Adilson Troca (PSDB) e Jussara Cony (PCdoB), representando a Comissão de Finanças e Planejamento, e Cézar Busatto(PPS) e Vilson Covatti (PPB), pela Comissão de Fiscalização e Controle.



01/28/2002


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