BENEDITA: ESTADOS UNIDOS PROJETAM DISCÓRDIA PARA ACABAR COM O MERCOSUL



A senadora Benedita da Silva (PT-RJ) afirmou hoje (dia 21) que o convite do governo norte-americano à Argentina para participar da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) como sócia militar teve o objetivo de "desmontar o processo deunificação e fortalecimento das economias dos países do Cone Sul, usando o vírus da discórdia".

- O gigante abriu seus braços, desta vez sem qualquer pudor, e, sorrateiramente, busca jogar a Argentina e Brasil um contra o outro para enfraquecer e desmantelar o Mercosul, isolar-nos, separar-nos e manter sua hegemonia. Por que, numa área de paz, os Estados Unidos oferecem uma condição dessa natureza à Argentina? - questionou.

Benedita da Silva disse esperar que os presidentes do Brasil e da Argentina cheguem a um entendimento direto e que não se deixem influenciar pelo maquiavelismo norte-americano, reconhecendo que "o essencial é dar continuidade ao processo de fortalecimento da economia sul-americana, que só será concretizada a partir da plena implantação do Mercosul".

A senadora fez questão de registrar seu apoio ao teor do pronunciamento feito ontem pelo senador José Sarney (PMDB-AP) no plenário do Senado. "Como cidadã e membro titular das comissões de Relações Exteriores e do Mercosul, compartilho das preocupações colocadas, pois expressaram com clareza e precisão o pensamento de todos nós", declarou.

Benedita também salientou ter manifestado a mesma preocupação em discurso recente, no qual comentou a decisão americana de suspender o embargo à venda de armamentos para a América Latina. No pronunciamento, ela conclamou os países latinos a permanecerem "firmes no compromisso com a paz e o desenvolvimento".

- Por que, numa área de paz, os Estados Unidos oferecem uma condição dessa natureza? O que está por trás disso? Tem respostas, sim, embora sejam, talvez amargas demais. Todavia, faz-se necessário que sejam ditas e refletidas, porque na delicada e complexa relação que envolve questões de política externa, o melhor caminho é colocarmo-nos à frente dos problemas para buscar soluções"- advertiu.



21/08/1997

Agência Senado


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