Bernardi garante que não vai privatizar as estatais
Bernardi garante que não vai privatizar as estatais
O candidato ao governo Celso Bernardi, do PPB, enfatizou ontem que, se for eleito, não irá privatizar o Banrisul, a Corsan e parte da CEEE. Durante almoço com a Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa, na Igreja da Pompéia, em Porto Alegre, Bernardi disse que só com o início da propaganda gratuita de rádio e televisão é que a população irá se interessar pelas eleições. Salientou que representa mais a posição anti-PT, pois o PPB não é socialista.
Brizola duvida que PT vença a Frente
O presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, disse ontem que o candidato do PT ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, dificilmente terá chances de vencer o 2º turno da eleição caso o seu adversário seja o candidato da Frente Trabalhista (PPS-PTB-PDT), Ciro Gomes. Brizola criticou 'a pretensão e a auto-suficiência' do PT, que, em sua avaliação, costuma ouvir pouco as opiniões de quem não está dentro do partido. Referindo-se ao presidenciável do PSB, Anthony Garotinho, Brizola foi ainda mais severo. 'Considero uma vergonha ter esse rapaz como candidato. Nós o expulsamos do PDT logo no início devido aos seus métodos e à sua falta de ética. Que outro partido faria isso com alguém que teria quatro anos de governo pela frente?', questionou o presidente do PDT.
Fortunati promete atenção à defesa sanitária do RS
O candidato ao governo do Estado pela Frente Trabalhista (PDT-PTB-PAN), José Fortunati, visitou ontem Encantado, Roca Sales e Putinga, no Vale do Taquari. Na Cooperativa dos Suinocultores de Encantado, assumiu o compromisso de dar prioridade à defesa sanitária do Estado. Foi palestrante na reunião-almoço da Associação Comercial e Industrial de Encantado, onde apresentou o plano de governo.
Jefferson diz que Ciro é voto vencido sobre Collor
O vice-presidente do PTB e líder na Câmara dos Deputados, Roberto Jefferson, afirmou ontem que o candidato da Frente Trabalhista ao Palácio do Planalto, Ciro Gomes, foi 'voto vencido' na questão da aliança em Alagoas. Garantiu que está mantido o apoio à candidatura do ex-presidente Fernando Collor, do PRTB, ao governo. 'Não vai haver nenhuma intervenção ou medida jurídica contra a aliança em Alagoas. Eu garanto', sentenciou Jefferson.
Tarso ataca efeito da globalização
Sociedade Neoliberal ou Solidária foi o tema da palestra proferida ontem, em Ijuí, pelo candidato da Frente Popular (PT-PCB-PC do B-PMN) ao governo do Estado, Tarso Genro. Ele participou da convenção da Assembléia de Deus. Afirmou que os problemas decorrentes da sociedade globalizada banalizam a vida humana, estimulam a violência e corrompem valores fraternos. Tarso almoçou com grupo de 250 profissionais de educação da região de Ijuí, formado por professores das redes pública e privada e de universidades. Disse que o governo estadual contratou 23 mil professores para suprir a carência ocorrida com a demissão de 6.866 servidores na administração anterior.
Rigotto vincula turismo e cultura à geração de renda
Em encontro na Associação dos Produtores Culturais do Rio Grande do Sul, o candidato da União pelo Rio Grande (PMDB-PSDB-PHS) ao governo do Estado, Germano Rigotto, disse ontem que a cultura e o turismo serão setores importantes no seu programa de geração de emprego e renda. Explicou que a capacidade de produção de atrações culturais e educacionais fortalecem economias microrregionais.
Garotinho: Exército está sucateado
Aponta humilhação de soldados e propõe que plano de segurança inclua criação de presídios federais
O candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, defendeu ontem, em Porto Alegre, as Forças Armadas, salientando que vêm sendo sucateadas pelo governo Fernando Henrique Cardoso. 'Ele está acabando com o Exército. Não há comida nem armamento. Os soldados são humilhados', salientou. Garotinho condenou o Plano de Segurança Nacional do governo, dizendo que deveria conter a construção de presídios federais e o fechamento das fronteiras para evitar a entrada de drogas e armas no Brasil.
Demonstrando radical mudança de estratégia desde a última visita ao Estado, na semana passada, Garotinho evitou fazer comentários sobre os adversários. 'Não sou candidato a fofoqueiro, mas a presidente do país', reagiu. Ele se limitou a avaliar que resultado de pesquisa sempre se inverte. Lembrou que há dois meses a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney, do PFL, era considerada a nova presidente, em clara referência à situação do candidato da Frente Trabalhista (PPS-PDT-PTB), Ciro Gomes, segundo colocado nas pesquisas. Ponderou que Ciro teve grande exposição nas últimas semanas, com as inserções institucionais do seu partido na TV. O socialista observou que ocorreram durante a Copa do Mundo, o que favoreceu o adversário.
Garotinho lança hoje o 'Bônus da Campanha', que será vendido a R$ 1,00. Ele acredita que arrecadará R$ 20 milhões. 'Sou o único que recusa dinheiro dos banqueiros para depois, no governo, não virem tirar vantagens, como aconteceu com o presidente Fernando Henrique', apontou. O candidato socialista reagiu às especulações de que em função do seu desempenho nas pesquisas renunciaria e iria apoiar Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, dizendo que não passam de 'mentiras'. Ele garantiu que não há hipótese de abandonar a disputa presidencial.
Juruna homenageado com dança
O corpo do único índio que se elegeu deputado federal na história, cacique xavante Mário Juruna, foi velado ontem de manhã no Salão Negro do Congresso. O enterro ocorre hoje na aldeia Namunkurã, em Barra do Garça, Mato Grosso, dos seus familiares. O cacique caiapó Raoni e outros índios dançaram em sua homenagem. O presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, afirmou que Juruna era um símbolo. O cacique faleceu quarta-feira à noite aos 58 anos, no Hospital Santa Lúcia, em Brasília, por complicações decorrentes da diabete. Juruna foi eleito deputado federal pelo PDT do Rio em 1982. Tornou-se conhecido por registrar em gravador promessas dos políticos. Após ficar desempregado, conseguiu através do PDT trabalho na Câmara e na Funai.
Agenda dos candidatos
HOJE
11 Celso Bernardi (PPB)
10h30min: Cpers. 15h30min: convenção estadual lojista, em Tramandaí. 19h30min: Torres.
12 José Fortunati (PDT-PTB-PAN)
15h30min: convenção estadual lojista, em Tramandaí. 17h30min: Passo Fundo.
13 Tarso Genro (PT-PCB-PC do B-PMN)
8h30min: Capivari do Sul. 10h30min: Palmares do Sul. 12h30min: almoço em Cidreira. 15h15min: convenção estadual lojista, em Tramandaí. 18h45min: Torres. 23h30min: aniversário da senadora Emília Fernandes, no Clube Farrapos.
15 Germano Rigotto (PMDB-PSDB-PHS)
11h: reunião com representantes do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil. 15h30min: convenção estadual lojista, em Tramadaí. 19h30min: Torres. 21h30min: Gravataí.
16 Júlio Flores (PSTU)
15h30min: convenção estadual lojista, em Tramandaí.
23 Antônio Britto (PPS-PFL-PT do B-PSL)
Manhã: Passo Fundo, Lagoa Vermelha e Vacaria.
40 Caleb de Oliveira (PSB)
15h30min: convenção estadual lojista, em Tramandaí.
Candidato espera auxílio de pastores
O presidenciável Anthony Garotinho, do PSB, apelou ontem, em Ijuí, a pastores da Igreja Assembléia de Deus para que estimulem o 'milagre da multiplicação' e motivem as congregações no apoio à sua candidatura. 'Não estou preocupado com pesquisas, creio em Deus', enfatizou o candidato, ao lembrar que a condição de evangélico representa diferencial na campanha. Em encontro da igreja, Garotinho discursou utilizando motivações bíblicas. Ele definiu o Brasil como o 'reino dos espinheiros' e a pontou a falta de emprego, renda e habitação como alguns dos espinhos que dominam o país. 'Se o espinheiro está governando é porque a oliveira, a figueira e a videira recusaram', afirmou, explicando a motivação religiosa que teve ao deixar o governo do Rio e se lançar à Presidência da República.
DEMHAB
O juiz da 7a Vara da Fazenda Pública, Pedro Pozza, concedeu quarta-feira o mérito de dois mandados de segurança, um proposto pelo Demhab e outro por vereadores governistas contra a instalação de nova CPI sobre supostas irregularidades no departamento. Para o juiz, não há objeto concreto de apuração e o pedido burla limites de tempo, pois outra CPI sobre o assunto não foi encerrada.
Justiça proíbe comício de Serra
O juiz eleitoral Rosaldo Pacagnan proibiu a realização do almoço e do comício de José Serra, candidato à Presidência da República pela coligação PSDB-PMDB, que ocorreriam amanhã, no Centro de Convenções e Eventos da Prefeitura Municipal de Cascavel, no Paraná. Pacagnan alegou que, por pertencer ao poder público, o local não poderia ser cedido ou alugado para 'atos que impliquem em veiculação de propaganda eleitoral, como comícios'.
O coordenador do PSDB na região de Cascavel, Carlos Beal, disse que a decisão do juiz poderia ser contestada, pois o partido havia alugado espaço construído exatamente para essa finalidade. 'Não queremos qualquer confronto. Por isso, acatamos a decisão e já mudamos o local', disse. O encontro será no Parque de Exposições Expovel, que pertence à Sociedade Rural de Cascavel. O PSDB pretende reunir cerca de 2 mil pessoas. Também estarão presentes ao evento candidatos tucanos ao governo do estado, ao Senado, à Câmara dos Deputados e à Assembléia Legislativa.
Na sentença, o juiz lembrou ter tomado conhecimento do evento por meio de um convite. 'Mesmo na ausência de reclamação ou requerimento formal, incumbe à Justiça Eleitoral agir o quanto antes para impedir a realização de atos de propaganda que transgridam a legislação. É sempre melhor prevenir do que remediar', disse. Ele apontou que os candidatos não estarão no local 'apenas para comer'.
Lula prega redução maior da taxa de juros por FHC
O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, afirmou ontem, em Aracaju, Sergipe, que, se o presidente Fernando Henrique Cardoso quiser manter os atuais níveis de emprego, deverá reduzir os juros para 16%. Segundo Lula, a passagem de 18,5% para 18% não beneficia o povo. Ele disse ainda que a liberação de R$ 500 milhões do Orçamento da União para emendas parlamentares 'cheira a campanha eleitoral'. Lula evitou comentar as pesquisas.
Presidenciável vai ao Pará contribuir com campanha
Motivado pelo crescimento nas pesquisas, o presidenciável da Frente Trabalhista (PPS-PTB-PDT), Ciro Gomes, desembarca hoje pela terceira vez no Pará para contribuir com a campanha do candidato da coligação, vice-governador Hildegardo Nunes, ao Executivo. Ciro visita os municípios de Itaituba, Marabá e Capenama e passa por Belém. Para Hildegardo, a presença demonstra a atenção que o presidenciável terá com o Pará caso seja eleito.
Resumo
DENÚNCIA - O Ministério Público Federal formalizou ontem denúncia contra a ex-governadora Roseana Sarney, o seu marido, Jorge Murad, e o ex-senador Jader Barbalho por formação de quadrilha, estelionato e peculato. A acusação se refere ao projeto Usimar, financiado pela Sudam.
RECUO - A prefeita de Arapiraca, Célia Rocha, do PSDB, recuou ontem da decisão de apoiar o ex-presidente Fernando Collor, do PRTB, ao governo de Alagoas.
Artigos
Partidos políticos e democracia
Fernando Affonso Gay da Fonseca
Não se pode falar em democracia sem que nos lembremos, de imediato, de partido. É com os partidos e pelos partidos que se exerce, pratica e exprime a democracia. Esta se consolida na medida e proporção em que os partidos se apresentem fortes, com programa sólido e embasados numa ideologia consistente e definida. Ter um programa não basta, acenar para uma ideologia não é suficiente. Os partidos devem ter um programa estabelecido, com metas bem marcadas e com uma ideologia que não seja somente escrita, mas resultado de uma aspiração e de uma filosofia de vida.
A falta de agremiações políticas com tais características fragiliza as instituições democráticas e propicia as chamadas crises de regime. A eventual existência de grupos, facções ou alas, dentro de um partido político, desde que estes se voltem para a circunstancialidade, não para a essencialidade, e que são superados quando o objetivo maior precisa de união, não é sintoma de fraqueza desde que o essencial seja mantido e se superem as diversidades.
Os partidos de esquerda, que se fundamentam no marxismo, no materialismo histórico e na luta de classes, trazem consigo visualizações diferentes no acidental, mas jamais abdicam do essencial, que é o fundamento ideológico e programático a unir e nivelar todos os grupos. O programa dará sustentação ao governo que todos querem conquistar e sua aplicação é o objetivo que os conduz ao embate político.
Numa eleição caberia, antes de se procurar o candidato, voltarmo-nos para o que ele representa enquanto comprometido com uma ideologia, pois esta é que definirá a fisionomia ao programa de governo que vier a apresentar. Não deve estar em jogo, prioritariamente, o candidato, mas sim a sua capacidade de executar e implantar o que a legenda sob a qual se abriga se propõe a executar. Partido é instrumento de promoção do bem comum e este passa, sempre, pelo respeito à dignidade do homem e sua pessoalidade. Se não tivermos isso presente, devemos concordar que não estamos sabendo votar.
Colunistas
PANORAMA POLÍTICO - A. Burd
VÍTIMA DE BOATARIA
1) Adversários de Anthony Garotinho têm espalhado boato de que ele renunciará à candidatura. Significaria duplo suicídio. Primeiro, iria enfraquecer a esposa, Rosinha, que concorre ao governo do Rio e lidera as pesquisas à frente de Benedita da Silva, do PT. Em segundo lugar, perderia o cacife para negociar o apoio a quem quisesse na hipótese de não chegar ao 2º turno.
2) Garotinho fez caminhada com desenvoltura na Andradas ontem à tarde. Tem tarimba do Rio, onde se tornou conhecido por madrugar junto à estação de trens da Central para cumprimentar e ouvir as reivindicações. No Mercado Público, que visitou acompanhado pelo deputado Beto Albuquerque, encontrou um grupo de cariocas, confraternizou e se sentiu em casa.
BOA CHANCE
Lojistas de todo o Estado reúnem hoje, em Tramandaí, a maioria dos candidatos ao Piratini. Boa chance para ouvir sobre a carga tributária e o comércio aos domingos, entre outros temas polêmicos.
DAQUI A 37 DIAS
Ciro Gomes administra à distância contradições da Frente Trabalhista no Estado. Mesmo assim, pelo CPCP, está apenas 3,2% abaixo de Lula. Certo, por enquanto, é que virá a São Borja só a 24 de agosto. '
NO PEITO
Caminhar pela Andradas é antigo hábito de políticos. Teve repercussão nacional o passeio do então presidente João Figueiredo a 29 de agosto de 1979. Desceu de automóvel na esquina da Caldas Júnior e levou duas horas para percorrer Andradas, Uruguai, 7 de Setembro, Praça da Alfândega, voltando ao ponto inicial. Uma moça parou para perguntar: 'Não tem medo de vaia?'. Resposta: 'Com vaia ou sem, continuo sempre'.
LÁ E CÁ
Depois de vários encontros com deputados do PMDB, o senador Pedro Simon ontem deu vez aos vereadores Luiz Fernando Záchia e Sebastião Melo. Em longa conversa durante almoço em sua casa, deixou clara a intenção de retomar o comando do partido no Estado. Para isso, passará a se dividir mais entre Brasília e os rot eiros pelo Interior.
TROCA
O deputado Jair Foscarini sugere que seja trocado o termo cola por lembrete quando houver referência ao papel que os eleitores devem levar à urna eletrônica. Alega que cola é uma prática estudantil reprovável.
EMENDANDO
Terminou ontem o prazo com a apresentação de 152 emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2003. O vereador Carlos Garcia concluirá seu relatório a 2 de agosto.
CONTAS
O presidente da Famurs, Paulo Ziulkoski, encontra-se hoje com os secretários Arno Augustin e Dirceu Lopes para ouvir a proposta do governo sobre acerto de contas com os municípios. Na 2a-feira, prefeitos se reunirão para tomar a decisão final.
DE OLHO
A assessoria de José Serra dedica-se a novo esporte: conferir os pronunciamentos de Ciro Gomes com o que consta em seu site na Internet. Encontrou uma contradição sobre alongamento da dívida externa e passou a trombetear festivamente.
MULHERES E MAIORIA
O PV resolveu trocar o candidato ao governo do Rio e indica hoje a socióloga Aspásia Camargo. Além dela, concorrem Benedita da Silva, pelo PT, e Rosinha Matheus, pelo PSB, contra o único homem, Jorge Roberto Silveira, do PDT. Isso é inédito.
APARTES
Brizola virá na próxima semana a Porto Alegre. É clara intenção de pôr ordem na campanha estadual do PDT.
Sindicato das Seguradoras começará a ouvir em grupos, 3a-feira, candidatos ao governo do Estado.
Há prefeitos que não dormem: adiantarão 13O salário aos servidores pensando nos dividendos de outubro.
Garotinho está com 6 quilos a menos e justifica: 'Campanha também faz perder muitas calorias'.
Deputado Covatti se divide entre campanha e Subcomissão da Suinocultura, setor que julga estar no caos.
Quem ficará com famoso troféu Sujismundo ao final da campanha?
Brasileiros invadem buscando o frio de Bariloche e o calor das noites de Buenos Aires. É o efeito gangorra.
Deu no jornal: 'Campanha de Serra passa por mudança'. Deve vir para a planície dos simples mortais.
Governador Itamar Franco propõe que PT passe a adotar suas bandeiras. E o topete também. Por que não?
Editorial
A REDUÇÃO DOS JUROS
Não estivesse o mercado financeiro tão intranqüilo e nervoso, como nos últimos dias, a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central de reduzir de 18,5% ao ano para 18% ao ano a taxa de juros básicos não teria causado tamanha surpresa, como se observou pelas primeiras manifestações de diferentes setores após a divulgação da notícia. É que, em sua grande maioria, os analistas não acreditavam que o Banco Central, tão conservador até aqui, resolvesse acatar a opinião dos dirigentes das principais entidades de classe do setor produtivo de que havia espaço, sem colocar em risco o controle da inflação, para uma queda da taxa de juros.
Outro aspecto que não estava sendo considerado pelos analistas é que tanto o ministro Pedro Malan, da Fazenda, como o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, concentraram todos os esforços, este mês, no sentido de, principalmente no exterior, demonstrar que os fundamentos macroeconômicos estão sólidos, sendo injustificável atribuir a instabilidade do mercado à suposta fragilidade da economia brasileira. Seja qual tenha sido a razão determinante da decisão de baixar os juros, o importante é que a medida caracteriza a convicção da equipe econômica, após a recente revisão da meta da inflação, de que, num horizonte de 18 meses, seu controle não corre risco maior. E se a queda dos juros não acarreta pressão sobre os preços, ela só merece ser aplaudida, tendo em vista que pode contribuir para aliviar os compromissos financeiros do governo e, até mesmo, para ampliar a arrecadação nos últimos meses deste ano, em razão de uma reação favorável da produção e do consumo.
Não parece também procedente o temor de alguns críticos de que a decisão do Copom poderá resultar em maior pressão sobre o câmbio, minguando o ingresso de dólares. Mesmo com a redução, continua enorme a distância entre os juros brasileiros e as taxas em vigor em outros mercados. A retração dos investidores está relacionada com o ambiente eleitoral, fenômeno que se registra em países de economia emergente às vésperas de uma sucessão presidencial. É oportuno, portanto, descolar a real economia da intranqüilidade temporária, ao que se espera, do mercado financeiro.
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07/19/2002
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