Bernardi quer urbanizar campo









Bernardi quer urbanizar campo
O candidato do PPB ao governo, Celso Bernardi, pretende reduzir o déficit habitacional rural gaúcho estimado em 50 mil moradias. Ele fez campanha no final de semana em Soledade, Pejuçara, Ijuí e São Borja. Disse que sua meta é 'urbanizar o campo'. Prometeu buscar parcerias e recursos federais, de municípios e empresas para a construção de casas. Bernardi indicou ainda a adoção de novas técnicas de construção e de custos para melhorar as habitações existentes. Bernardi pretende ajudar municípios com recursos técnicos e materiais na manutenção das estradas. As ações integram a meta de qualificar a vida no campo. A candidata a vice Denise Kempf fez campanha na região das Missões.


Rio Grande em 1º Lugar lançará plano de governo
A coligação Rio Grande em Primeiro Lugar, do candidato Antônio Britto, realizará amanhã ato de lançamento do programa de governo. O evento está programado para às 15h30min no auditório da sede estadual do PPS. Mulheres militantes e simpatizantes da coligação fazem caminhada hoje, às 16h, no Centro de Porto Alegre, com a participação da atriz Patrícia Pillar.


Candidato diz que desafio é chegar ao 2º turno
Germano Rigotto, candidato ao governo pela União pelo Rio Grande (PMDB-PSDB-PHS), afirmou ontem, durante caminhada no Brique do Redenção, que o seu maior desafio é chegar ao 2O turno. 'A nossa campanha está no caminho certo. Meu crescimento significa que os gaúchos querem um projeto novo, que não divida o Estado', enfatizou. O PMDB fez mobilizações em vários municípios marcando a passagem do dia 15, número do partido.

À tarde, em Santa Maria, Rigotto realizou comício. Ele escolheu o município por estar localizado no coração do Rio Grande do Sul, símbolo de sua campanha. 'Vamos multiplicar a mobilização para que continuemos a trajetória ascendente que a candidatura está alcançando, sempre olhando para a frente, sem atirar pedras em ninguém', ressaltou.

Rigotto elogiou a força que os militantes do PMDB e dos partidos aliados passaram a demonstrar nas últimas semanas, referindo-se também às lideranças do PDT que estão apoiando-o. Ele visitou o Acampamento Farroupilha, no Parque da Harmonia, onde se reuniu com a direção do Movimento Tradicionalista Gaúcho. Ressaltou a importância do tradicionalismo para o desenvolvimento do turismo. 'Vamos firmar parceria não só para consolidar imagem a partir dos aspectos que apresentam o valor da nossa tradição, mas também para garantir a continuidade do projeto de extensão de cursos profissionalizantes e de atualização educacional que o movimento proporciona', disse.


Agenda dos candidatos

HOJE
11 Celso Bernardi (PPB)
20h30min: debate na Associação dos Jovens Empresários de Porto Alegre.
13 Tarso Genro (PT-PCB-PC do B-PMN)
14h: gravação programa rádio e TV.19h: Igreja da Pompéia. 22h: Galpão Crioulo.
16 Júlio Flores (PSTU)
A partir das 7h: Escola Técnica Parobé
15 Germano Rigotto (PMDB-PSDB-PHS)
12h15min: almoço com União Empresarial, no hotel Sheraton. 18h30min: Sindicato dos Auditores do Estado. 20h45min: Associação dos Jovens Empresários.
22 Aroldo Medina (PL-PSD)
9h: gravação de programa de rádio e TV.
14h: Vila dos Papeleiros. 20h30min: Associação dos Jovens Empresários.
23 Antônio Britto (PPS-PFL-PT do B-PSL)

MANHÃ
Gravação de programas de TV. Tarde: Caxias do Sul.
40 Caleb de Oliveira (PSB)
Gravação de programa eleitoral no Rio.


Paim prega soberania ao país
Ao analisar a especulação financeira que tem influenciado na campanha eleitoral deste ano, o deputado federal e candidato ao Senado Paulo Paim, do PT, criticou ontem a submissão do governo de Fernando Henrique Cardoso aos interesses externos. Ele reafirmou que o Brasil, como qualquer outro país, deve garantir soberania em suas decisões, não permitindo que ações externas influenciem na vida dos cidadãos. Para Paim, ao tentar vincular a estabilidade econômica à continuidade do atual governo, o sistema financeiro internacional vem agredindo a soberania do país. 'Com a chantagem, promoveram aprofundamento da crise decorrente de nossa vulnerabilidade no exterior', argumentou.

Paim disse ainda que o PT tem consciência da gravidade da crise do país e, por isso, aceitou o recente acordo com o FMI a fim de evitar mais sofrimento para a população. O candidato ao Senado defendeu que esse quadro precisa ser revertido ao sustentar que o próximo governo deve ter postura soberana nas negociações e defender um novo projeto para o Brasil, que aposte no aumento da produção, na poupança e no mercado internos e na redução da dependência ao capital externo. O candidato ao Senado recebe hoje, às 12h, no Mercado Público, em Porto Alegre, apoio da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas e da Federação dos Aposentados e Pensionistas do RS.


Carandiru vira disputa eleitoral
O candidato do PPB ao governo paulista, Paulo Maluf, qualificou de 'pirotecnia eleitoral' a desativação da Casa de Detenção, no Carandiru, promovida ontem pelo seu adversário do PSDB, governador Geraldo Alckmin. Maluf tentou capitalizar para si a idéia de acabar com o presídio. 'Eu fui o primeiro a favor da desativação', declarou. Alckmin rebateu as críticas do adversário. 'É um oportunista este político atrasado, que quer levar vantagem em tudo. Se não desativo, ele diz que, caso eleito, fará isso. Se desativo, critica. Como candidato, em 2000, Maluf afirmava que desativaria e que a zona Norte viraria o Parque do Ibirapuera', lembrou. O decreto foi assinado na manhã de ontem.


Zülke vai defender maiores de 40 anos
O deputado estadual Ronaldo Zülke, do PT, candidato à reeleição, disse ontem que, em eventual próximo mandato, irá se dedicar principalmente ao projeto de estimular a contratação de pessoas com mais de 40 anos. Prometeu que os incentivos a empresas que aderirem virão de redução de impostos, preferência em licitações de obras públicas ou facilitação de financiamento pelo Banrisul. Para o deputado, o fato de ter sido líder do governo na Assembléia durante o primeiro ano de mandato permitiu estabelecer relações importantes com outras bancadas e movimentos sociais, experiência que pretende utilizar para aprovar medidas de apoio ao setor coureiro-calçadista e na construção de via alternativa à BR 116.


Tarso: Rigotto garantiria qualidade
Avalia eventual confronto no 2º turno e garante que evitará troca de acusações no horário eleitoral

O candidato da Frente Popular (PT-PCB-PC do B-PMN) ao governo, Tarso Genro, não tem preferido para o 2O turno, mas acredita que eventual confronto com Germano Rigotto, da coligação União pelo Rio Grande (PMDB-PSDB-PHS), garantiria 'debate de mais qualidade'. A avaliação foi feita ontem pelo petista no Parque da Harmonia, em Porto Alegre, onde recebeu apoio através de cavalgada organizada pela Frente Popular com tradicionalistas da região Metropolitana. Tarso, que lidera a sucessão segundo o levantamento do Centro de Pesquisa Correio do Povo divulgado hoje, ressalvou que 'o nome do adversário é indiferente'. Atribuiu o atual avanço de Rigotto nas pesquisas à 'percepção do eleitor do interior do Rio Grande do Sul de que é ele quem representa o PMDB'.

A troca de acusações com adversários no horário eleitoral de rádio e televisão não continuará se depender do representante do PT. 'Só respondemos porque fomos atacados', justificou. Tarso disse que não teme perder votos com a estratégia. Para ele, os gaúchos gostam do debate, mas desde que mantido o respeito entre os candidatos.

O roteiro de ontem incluiu ainda comícios e caminhadas pelo Litoral, em Torres, Tramandaí, Osór io e Imbé. Tarso registrou no sábado adesões de vereadores e integrantes do PDT em São Borja, município reconhecido pela ligação com o trabalhismo. A campanha na fronteira passou por Uruguaiana. O candidato da Frente Popular defendeu os investimentos para levar o gás natural da Argentina, tido como decisivo visando ao desenvolvimento da região. Tarso e a senadora Emília Fernandes, candidata à reeleição, participaram também de culto evangélico.


Serra quer traficante fora do Rio
Diz que Fernandinho Beira-Mar deve ser transferido para Brasília e critica inércia do governo estadual

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, defendeu ontem a transferência do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, para Brasília. Serra acredita que somente assim, com o traficante fora do Rio de Janeiro, será possível vencer a 'inércia' do governo daquele estado no combate ao tráfico de drogas. Segundo o candidato, a rebelião da última semana no presídio Bangu 1 expôs a corrupção existente no local, que deveria funcionar como sendo de segurança máxima. Ele apontou o fato de os presos terem acesso a telefones celulares como 'prova da incapacidade do governo de zelar pela segurança pública'.
Sem citar nomes, Serra deixou claro que dirigia suas críticas ao ex-governador do Rio e atual adversário na corrida presidencial, Anthony Garotinho, do PSB, e à governadora Benedita da Silva, do PT. 'O que ocorre no Rio é o reflexo de uma situação muito mais ampla, que já vem de tempo', condenou. O candidato lembrou que a proibição de bandidos utilizarem celular nos presídios não depende de mudanças na lei nem de aplicação de recursos. Para ele, 'trata-se de problema operacional, que só a inércia do governo do Rio de Janeiro permite que venha ocorrendo já há tanto tempo', afirmou.

Serra participou de caminhada no Eixo Central de Brasília, liderada pelo governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, do PMDB, e seus aliados. Do alto de um trio elétrico, eles soltaram pombas brancas, numa referência à necessidade de paz. Outra inovação da equipe de Roriz terminou em incidente. Ao perder o controle, um dos quatro pára-quedistas contratados, que levava uma bandeira de propaganda eleitoral de Roriz, não conseguiu pousar numa clareira aberta pelos manifestantes e atingiu duas eleitoras, que tiveram escoriações leves.


Lula pede voto ao Senado para combater ACM
O ex-senador baiano Antonio Carlos Magalhães foi alvo do candidato à Presidência da República pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, sábado à noite, durante showmício em Campinas, São Paulo. Lula convocou os eleitores a votarem nos senadores apoiados pelo seu partido porque 'vai precisar de gente competente para enfrentar ACM, que deverá ser eleito pela Bahia'. No 2O Congresso da Confederação das Mulheres do Brasil, realizado no Palácio do Anhembi, Lula já havia dito que não poderia fazer propaganda política por ser proibido, mas pediu votos para os candidatos ao Senado Orestes Quércia, do PMDB, e Aloizio Mercadante, do PT. Quércia chegou a se referir a Lula como o futuro presidente. 'Se eleito senador, vou colaborar para que Lula, como presidente, resolva os problemas do nosso país', afirmou. Chamando Quércia de 'amigo e companheiro', Lula esclareceu que desde o início da campanha o PT tentou fazer coligações políticas com outros partidos de oposição. 'Como aliança política é igual a casamento, só dá certo quando os dois querem, isso não ocorreu', justificou.

Respondendo sobre o apoio de Lula a Quércia, Mercadante reafirmou ontem o seu compromisso com o candidato do PC do B ao Senado, Wagner Gomes. 'Foi com ele que comecei a campanha e assim terminarei', reforçou. José Genoino, que concorre ao governo paulista pelo PT, disse que a adesão de Quércia ao PT é bem-vinda. Segundo ele, a parceria não interferirá em nada no programa de governo do seu partido.


Alvejada casa de vereador do Mato Grosso do Sul
A residência do vereador José Aparecido de Aguiar, do PT, em Amambai, interior do Mato Grosso do Sul, foi atingida por vários tiros na noite de sábado. Estavam na casa apenas a esposa do parlamentar, Iolanda Aguiar, e os filhos do casal. Ninguém saiu ferido. Aparecido defende a instalação de CPI para apurar o narcotráfico no município.


Ciro discute com jornalista em Mogi
Na saída de showmício sábado à noite, em Mogi das Cruzes, São Paulo, o candidato da Frente Trabalhista à Presidência, Ciro Gomes, envolveu-se em discussão com uma jornalista que acabou em tumulto. A chefe de reportagem do Mogi News, Viviane de Almeida, reclamou que teve seu gravador tomado por assessores do candidato e chegou a registrar queixa na Polícia Civil por apropriação indébita. Depois de deixar o palanque, Ciro parou para falar com jornalistas. O clima começou a ficar tenso quando a jornalista do Mogi News lhe perguntou sobre suposto esquema de arrecadação de recursos para a sua campanha envolvendo o Sindicato dos Metalúrgicos de Suzano e empresas da região. 'Isso é mentira', reagiu Ciro.


Esposas cúmplices de candidatos
As quatro principais candidatas à primeira-dama do Brasil são mulheres com características bem distintas. Pelo que se vê na campanha, porém, há pelo menos um ponto em comum a respeito delas: são todas muito bem-amadas. Formam duplas que parecem afinadas e cúmplices em tudo o que fazem.

Sylvia Monica Allende Serra, 58 anos, está casada com o presidenciável José Serra, do PSDB, há 34. É chilena naturalizada brasileira. Professora universitária, vê como um desafio a possibilidade de ser o primeiro caso de uma primeira-dama estrangeira no país. Pós-graduada em Psicologia, está alegre porque será avó, já que sua filha Verônica, de 33, espera um menino.

A ex-operária Marisa Letícia, 52 anos, há 28 casada com o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, com quem tem quatro filhos, acompanha o marido desde a década de 70. Esteve em três campanhas presidenciais e andou 40 mil quilômetros com Lula, ao longo de 2001.

A atriz Patrícia Pillar, 38, mulher do presidenciável do PPS, Ciro Gomes, revela muito otimismo. Enfrentou diagnóstico de câncer e passou por sessões de quimioterapia. Ela assegura que não pensou na chance de ser primeira-dama e defende que um presidente não deve contratar quem não possa demitir. Eles estão juntos há cinco anos.

Mulher do candidato Anthony Garotinho, do PSB, há 20 anos, a radialista Rosinha Matheus, 39, lidera as pesquisas ao governo do Rio. Disse que dará conta das duas funções se vencer. Evangélica e mãe de nove filhos, é contra o aborto e o casamento entre homossexuais.


Frente Popular terá direito de resposta
A Frente Popular conseguiu ontem direito de resposta de um minuto no programa eleitoral gratuito e em inserções no rádio e na televisão contra a coligação Rio Grande em Primeiro Lugar. O desembargador Danúbio Edon Franco entendeu que foram proferidas inverdades sobre a relação do candidato do PT ao governo, Tarso Genro, com o escritório de advocacia que moveu ações contra o Estado. A coligação Rio Grande em Primeiro Lugar também ganhou direito de resposta de um minuto no rádio e na televisão devido a declarações de Jussara Cony, candidata a deputada estadual pelo PC do B. A juíza Isabel de Borba Lucas considerou ofensivos os termos utilizados pela candidata no seu espaço.


Lafer garante o poder de negociação da diplomacia
O ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, respondeu ontem às críticas feitas pelo presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Lafer disse que a competência de negociação da diplomacia brasileira está a pleno vapor para melhorar a posição no comércio internacional. Lula declarou que os diplomatas brasileiros não estão preparados para os tempos atuais de guerra comercial.


Mendes defende as duas reformas
O deputado federal Mendes Ribeiro Filho, do PMDB, candidato à reeleição para o terceiro mandato, avaliou ontem que o Congresso Nacional ficou devendo à população duas mudanças essenciais para o país, apesar de reconhecer os avanços do Parlamento nos últimos quatro anos. 'É preciso promover as reformas tributária, vital ao desenvolvimento da nação, e política, que é imprescindível para a credibilidade institucional do Brasil', afirmou.

Segundo Mendes, o país não suporta mais ficar sem essas reformas, salientando que a população necessita de mais emprego e, para tanto, é preciso 'ousar para crescer'. Entende que sem reforma tributária não haverá desenvolvimento. Quanto às mudanças políticas, Mendes destacou que o país precisa ter partidos fortes, com fidelidade e recursos públicos para a campanha eleitoral, o que faria o sistema ganhar credibilidade. Comentou que ao próximo presidente caberá a responsabilidade de dar novas condições ao povo e manter a estabilidade.


PT faz 40% entre quem tem telefone
Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência da República, subiu quatro pontos percentuais e atingiu 40% das intenções de voto em rastreamento feito por telefone pelo instituto Datafolha. José Serra, da aliança PSDB-PMDB, continua em segundo lugar, com 23%. Ciro Gomes, do PPS, apresentou 15%. Anthony Garotinho, do PSB, obteve 10% das intenções de voto. Os resultados se referiram à média móvel das duas últimas pesquisas e têm margem de erro de três pontos percentuais. Em relação à pesquisa anterior, Serra e Ciro oscilaram dois pontos para baixo cada um e Garotinho manteve o mesmo índice. A pesquisa, realizada com 54% dos eleitores que têm telefone residencial, foi concluída na noite de sexta-feira.


TSE suspende informe publicitário da Petrobras
O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Caputo Bastos, suspendeu ontem a veiculação de informe publicitário da Petrobras em resposta à representação do presidenciável pela coligação PT-PL, Luiz Inácio Lula da Silva. O candidato acusa a estatal de querer interferir no processo eleitoral, usar indevidamente a máquina administrativa e abusar do poder econômico.


Artigos

Tempo de eleição
Fernando Affonso Gay da Fonseca

Há, na vida, um tempo para semear, um tempo para colher, um tempo de recreação, como também um tempo de reflexão. Estes tempos são definidos pela natureza e por nossas circunstâncias, expressão de Ortega y Gasset. Outros tempos se definem pelo nosso estilo de vida, como a eleição. Seu tempo é uma normalidade desde que aceito e vivido o estilo democrático. Cada tempo tem características e influencia nossa conduta. O tempo de festa nos engalana, mexe conosco e, quando o clima dominante é o de comércio, agita-nos.

O período eleitoral também tem seus aspectos próprios, pois os candidatos e os partidos se movimentam na conquista do voto popular, da simpatia, do respaldo e do aplauso dos eleitores. É isso absolutamente legítimo, pois os partidos políticos, numa democracia, existem para alcançar o poder e exercê-lo aplicando seu programa. Os candidatos são instrumentos usados pelo partido para atingir seu fim e seus objetivos. Válida é a propaganda, legítimos os apelos, mas existem momentos em que não somente se usa da legitimidade como se abusa da própria liberdade. Todos são livres para pregar seus ideais e levar suas mensagens a seus concidadãos, mas não é moral, não é ético usar-se da crítica mesquinha, da suspeita, quando não até da difamação, para denegrir a imagem do adversário. É a maior iniqüidade querer ou permitir que se atinjam a honra e a dignidade de alguém, seja quem for. Mais sórdido é, ainda, quando existirem laços partidários entre os disputantes.

De outra parte, é de reconhecer-se que, para atingir os resultados almejados, grupos partidários e políticos com ideários afins conjuguem esforços e promovam alianças, mas doloroso se torna tomar-se conhecimento de que partidos e políticos com passado e história antagônicos, ou até conflitantes, trocam sorrisos e juras de fidelidade, quando antes se agrediam. Tais alianças não encontram respaldo na ética, pois são feitas à revelia dos interesses da Pátria. A política não é só arte e ciência, mas tem um forte conteúdo de virtude. O objetivo maior de todos deve ser o bem comum e não há argumento que justifique fraudá-lo, ele é o bem da Pátria e este se consolida pelo cultivo de valores que não sintonizam com tais comportamentos.


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

RIGOTTO CORRE POR FORA
Germano Rigotto surpreendeu novamente na pesquisa divulgada na edição de hoje do Correio do Povo, apresentando crescimento de 4,4 pontos percentuais em comparação ao último levantamento, publicado há uma semana. Desponta como alternativa à polarização e já preocupa os comitês dos dois primeiros colocados. Está impondo na campanha ritmo pessoal, transmitindo recado ao eleitor de forma clara e competente. Sem recorrer a ataques pessoais, Rigotto apresenta como ponto forte o carisma. Enganaram-se os que achavam que o beijo, o abraço e a conversa direta com o eleitor estavam ultrapassados. Seu crescimento mobilizou a militância, fazendo com que peemedebistas que migravam para outras campanhas recuassem.

EM QUEDA
Ciro Gomes vem reduzindo gradativamente seus votos no Estado. No auge, há um mês, atingiu 34,8% das intenções de voto. Hoje, tem 15,1%, seis pontos à frente de Anthony Garotinho, na lanterna.

EM ALTA
José Serra faz o movimento inverso de Ciro Gomes. Há 30 dias, tinha no Rio Grande do Sul 14,7% das intenções de voto. Agora, chega a 29,6%, aproximando-se dos 35,1% de Luiz Inácio Lula da Silva.

CACIFE ALTO
As campanhas presidenciais consumiram, em pouco mais de dois meses, R$ 37 milhões, ou seja, quase 185 mil salários mínimos. José Serra teve o maior gasto até agora: R$ 16 milhões. A previsão até o final da campanha é de que consuma mais R$ 40 milhões. Luiz Inácio Lula da Silva surpreende: R$ 12 milhões gastos até a semana passada, quatro vezes mais do que foi consumido em toda a sua campanha de 1998.

PDT DISSIDENTE
Tarso Genro e Germano Rigotto colheram no fim de semana adesões de várias lideranças trabalhistas do Interior, contrárias à aliança branca com o PPS. Em São Borja, berço histórico do PDT, Tarso recebeu apoio de vereadores e dirigentes locais. Em Bento Gonçalves, Rigotto passou a contar com o voto de cinco vereadores trabalhistas.

EFEITO MARTA
Marisa, esposa do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva, rendeu-se aos luxos do capitalismo, passando por transformação digna de revista feminina. Submeteu-se a lifting facial, mudou o corte do cabelo e trocou as saias floridas por terninhos.

RECORDE
Os partidos e coligações no Estado batem recorde de pedidos de direito de resposta ao TRE. Até ontem, foram protocolados 68 processos.

DO PDS AO PPS
Defensor da fidelidade partidária, o candidato à Presidência da República pelo PPS, Ciro Gomes, trocou de partido quatro vezes em 20 anos de vida pública. Começou no PDS, pulou para o PMDB, depois para o PSDB e agora está no PPS.

MANDATOS ABORTADOS
Nesses 20 anos, Ciro Gomes completou apenas um mandato: o de deputado estadual, de 1982 a 1986. Depois disso, deixou a Assembléia do Ceará, em 1988, para assumir a Prefeitura de Fortaleza. Dois anos depois, saiu do cargo para ser governador. A três meses de concluir a administração, renunciou, para ser ministro da Fazenda.

REFORÇO
A senadora alagoana Heloisa Helena, do PT, chega quarta-feira a Porto Alegre para reforçar campanha de Raul Pont à Assembléia.

APARTES
José Serra cumprirá compromisso ass umido na última vinda ao Rio Grande do Sul, retornando no próximo sábado para comício em Pelotas. Deverá fazer roteiro também por Caxias do Sul e Passo Fundo.

Jornal Porto Alegre Agora, da prefeitura, volta a circular na Capital. Tiragem de 50 mil exemplares, com periodicidade quinzenal.

Luiz Marques, que concorreu ao governo em 1998 pelo PPS, deixou o partido e abriu apoio a Tarso Genro, sábado, em festa de Estilac Xavier.

Candidato à reeleição ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB, contratou equipe de TV no Estado para registrar ações da administração Olívio Dutra.

Anthony Garotinho visitará os gaúchos dias 22 e 23 deste mês.

Disque-eleições do TRE passa a operar de hoje até a eleição pelos telefones 3231-1000, em Porto Alegre, e 0300-1470137, no Interior.


Editorial

PRISÃO À ALTURA DAS PENAS

Para o cidadão comum, soam como um preocupante deboche as condições de cumprimento de penas de muitos condenados, entre eles os traficantes e membros do crime organizado. Celulares nas prisões, gerenciamento de negócios escusos, mordomias, acesso a armas e outras coisas mais são diariamente noticiados pela imprensa. A sensação de impunidade dos criminosos e a verificação da real impotência do Estado são assustadoras. Diante disso, não é de estranhar o desfecho da recente rebelião de Bangu 1, liderada pelo apenado Fernandinho Beira-Mar, na qual ele conseguiu seu intento de eliminar outros rivais na disputa do tráfico, todos igualmente presos. Ficou, assim, evidente a fragilidade dos presídios. Não isolam, não ressocializam, não inibem delitos, não tranqüilizam a sociedade.

Tão logo encerrou-se o episódio, o governo do Rio de Janeiro apressou-se a informar que tomará duras medidas contra os protagonistas dos fatos, além dos respectivos processos legais. As visitas serão reduzidas a duas horas semanais, entrega de alimentos e roupas uma vez por mês e proibição da visita íntima, bem como anunciou empenho pela transferência de Beira-Mar. Se bem que progressivas, tais providências são paliativas, pois não garantem que o traficante irá ser finalmente neutralizado, que é o mínimo que se espera de um apenado.

A verdade é que, dado o poder de que desfrutam tais bandidos, dificilmente se reverterá o quadro a curto prazo. Precisamos de prisões que sejam realmente de segurança máxima, com o mínimo de contato entre reclusos e agentes, para evitar a corrupção. Há que se lançar mão da tecnologia disponível, operando por meio de sistemas informatizados e controles remotos. É possível obter maior segurança com menor quantidade de mão-de-obra, atingindo-se o isolamento do preso. As dicas são do engenheiro Charles Finkel, que participou do projeto de Bangu 1, que não foi planejado como presídio de segurança máxima. Inclusive, Finkel é taxativo: no país não temos nenhum presídio dessa natureza, o que demonstra que está na hora de construí-los.

O Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo. É preciso que o contribuinte visualize a aplicação dos seus impostos. Se for necessário construir presídios eficientes para conter definitivamente os criminosos, que assim seja. A pena não pode ser meramente formal.


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09/16/2002


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