Bernardi quer ter aceso às secretarias de Estado



Bernardi quer ter aceso às secretarias de Estado O presidente regional licenciado do PPB, Celso Bernardi, adiantou ontem que sua primeira ação como candidato do partido ao governo gaúcho será agendar uma audiência com o governador Olívio Dutra (PT). Bernardi pretende pedir a Olívio que libere o acesso dos pepebistas às secretarias de Estado. "Precisamos conhecer o que se passa no Rio Grande porque as informações embasarão nosso projeto de governo", justificou. Em entrevista coletiva à tarde, o PPB anunciou o resultado oficial da prévia realizada domingo. Bernardi recebeu 31.672 votos contra 8.136 do adversário Fetter Jr. Houve ainda 495 votos brancos e 94 nulos, num total de 40.165 votantes, faltando a apuração de 62 cidades. "O PPB saiu vencedor porque conseguiu mobilizar pessoas que não faziam política e voltaram a fazer", analisou o presidente em exercício João Fischer. Apesar de garantir respeito ao governador Olívio Dutra, Bernardi criticou sua administração. "Está apequenando o Rio Grande", acrescentou. Para disputar a eleição contra o PT, o pepebista pretende mostrar os equívocos do atual governo, apresentando soluções de desenvolvimento baseadas em dois pilares: agricultura e educação. "Teremos, também, uma política salarial de respeito aos servidores, um projeto de descentralização do poder e dos recursos e um plano de governo para cada região", anunciou. Sobre a possibilidade de os problemas envolvendo Paulo Maluf prejudicarem sua campanha, Bernardi enfatizou que o PPB gaúcho sempre foi contrário às decisões do presidente nacional. "O Rio Grande conhece nossa posição", concluiu. Simon classifica atitude de deputados de "traição" O senador Pedro Simon (PMDB) fez, ontem, duras críticas à decisão do ex-governador Antônio Britto de deixar o partido e ir, acompanhado de seis deputados estaduais e um federal, para o PPS de Ciro Gomes. Segundo Simon, o ato de Britto é um "erro dramático, uma traição e uma injustiça pessoal contra ele e o PMDB". O senador disse que a resposta à "noite das injustiças e das punhaladas" será dada com "o dia do fico" que, de acordo com Simon, "demonstrará a firmeza dos que vão ficar e vão entender que não há outro caminho a não ser o do PMDB do Rio Grande do Sul no ano que vem". Magoado com a decisão do grupo dissidente, Simon afirmou que, se Britto for para o PPS para ser candidato ao governo do Estado, poderá rever a sua posição de disputar as prévias do PMDB e aceitar a indicação para o Piratini. "Se o Britto fizer isso, o PMDB fará o possível e o impossível para que uma pecha de traidores não chegue ao governo do Rio Grande do Sul", rechaçou. O senador lembrou que Britto teve todas as oportunidades para construir a aliança com os partidos de centro-esquerda contra o PT, sem sair do PMDB. "Britto não quis ser candidato pelo PMDB e sai fazendo um trabalho de destruição do partido para ser candidato por uma sigla com a qual não possui qualquer identificação política e ideológica. O povo do Rio Grande conhece bem esse tipo de atitude", disse. Simon apelou aos deputados estaduais que repensem suas atitudes e não cometam o que considerou uma "atitude suicida". Destacou que Britto anuncia não postular candidatura e que, se isso acontecer, são os deputados que sofrerão as conseqüências. Britto só deve falar amanhã ou quinta-feira O senador Pedro Simon disse ontem que o ex-governador Antônio Britto está com uma situação financeira cômoda e não deve ser candidato, prejudicando os deputados estaduais que o acompanharem na saída do PMDB. Simon lembrou que quando tentavam convencer Britto a ser candidato pelo PMDB ao governo, o mesmo teria citado que o fato de ter aceito prestar consultoria para o Banco Opportunity e para empresas calçadistas, poderia lhe trazer desgastes perante o eleitorado. "Confio que alguns dos que dizem estar saindo do partido que repensem e fiquem lutando dentro do PMDB", projetou Simon, referindo-se nominalmente aos deputados Paulo Odone e Cézar Busatto, que construíram a sua vida política no PMDB e foram ajudados por ele. Simon ainda destacou que é dificil de entender como alguém que ontem estava aliado com forças políticas consideradas de direita, como o PPB, hoje propõe aproximação com o PPS que é o antigo Partido Comunista, reformulado pelo senador Roberto Freire. Procurado pela reportagem do Jornal do Comércio, Antônio Britto não quis falar sobre as acusações de Simon. Sua assessoria informou que ele pediu a compreensão da imprensa, prometendo dar todos os esclarecimentos amanhã ou quinta-feira. Indicação de Jáder para CCJ irrita os senadores A decisão do líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), de indicar o senador Jáder Barbalho (PMDB-PA) para integrar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa não foi bem recebida entre os senadores. "Não acho isso interessante. Não soa bem", afirmou ontem o senador José Fogaça (PMDB-RS), ao criticar a iniciativa de Calheiros. Na sua avaliação, a indicação de Jáder para a CCJ "parece coisa encomendada", uma vez que, mesmo não sendo titular, ele pode atuar na comissão. A senadora Heloísa Helena (PT-AL) considerou "uma provocação" de Renan, uma vez que a CCJ vai examinar amanhã questão de ordem do próprio Jáder pedindo ampla defesa no Conselho de Ética antes da leitura do relatório que pede abertura de processo por quebra de decoro parlamentar. A senadora chama a atenção para o fato de o regimento determinar que o assunto seja deliberado no Conselho mesmo que algum senador venha a pedir vista na CCJ. "Nós não aceitamos flexibilidade do regimento", disse ele, afirmando que o PT não aceitará manobras para favorecer Jáder Barbalho. Reunião de urgência discute exportações Preocupado com a escalada do dólar e com a certeza de que o aumento das exportações é fundamental para o País enfrentar a crise, o presidente Fernando Henrique Cardoso convocou a equipe econômica para uma reunião de urgência hoje no Palácio do Planalto. O alarme que levou o presidente a chamar seus assessores principais para discutir medidas mais rápidas para incrementar as exportações foi o fechamento recorde do dólar na última sexta-feira, quando a moeda norte-americana atingiu a cotação de R$ 2,8350. O presidente não quer mais perder tempo porque a crise provocada pelos atentados terroristas nos Estados Unidos comprometeu ainda mais o crescimento econômico global com impacto no comércio mundial. No Brasil, o aumento das exportações agora passou a ser visto como a saída principal para o País enfrentar a redução de fluxo de capital para os países emergentes e ter condições de fechar as suas contas com o exterior. Pois esta vulnerabilidade externa tornou-se um dos maiores temores das empresas brasileiras que têm buscado uma proteção cada vez maior no dólar, pressionando a cotação e contaminando outros mercados de ativos, como juros e ações. A visão da equipe econômica que será passada ao presidente amanhã, segundo assessores, é que o incremento do saldo da balança comercial favorece a redução do déficit em transações correntes que, por sua vez, contribui para melhorar a percepção de risco do País e diminui a pressão sobre a taxa de câmbio. As transações correntes, que representam todas as operações de comércio e serviço com o exterior, são um dos principais indicadores da saúde do País. A convocação do presidente foi feita na própria sexta-feira à noite, um dia de muito nervosismo e rumores no mercado, o que forçou o Banco Central a fazer seis leilões de títulos cambiais, sem conseguir interromper a disparada do dólar, e ainda desmentir os boatos de centralização cambial. Na reunião com o presidente, que está marcada para às 17h30, estarão os ministros da área econômica, o da Casa Civil, Pedro Parente, e o presidente do BC, Armínio Fraga. Para poder comparecer, o ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral, cancelou alguns compromissos que teria hoje no Rio de Janeiro. Já Armínio Fraga foi obrigado a antecipar sua vinda a Brasília, onde normalmente só chega na terça-feira. FHC cria comissão para impulsionar vendas externas O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, anunciou que o presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu criar uma Comissão Executiva de Comércio Exterior para implementar medidas que impulsionem o setor. Ele participou de uma reunião no início da noite de ontem com o presidente Fernando Henrique Cardoso e a equipe econômica. A comissão, de acordo com Sérgio Amaral, provavelmente ficará subordinada à Câmara de Comércio Exterior (Camex) e terá os moldes da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCEE). O ministro ressaltou que a intenção de criar a comissão partiu do próprio presidente Fernando Henrique Cardoso. "Temos que tirar as amarras do comércio exterior", enfatizou Sérgio Amaral. Sérgio Amaral informou também que na reunião realizada pela equipe econômica não foi discutida nenhuma medida relacionada ao câmbio, mas apenas ao setor de exportação. "Foi discutido o cenário mundial e a forma de fazer uma virada nas nossas exportações, diminuindo o custos logísticos e burocráticos, que impedem o exportador de se beneficiar mais desse câmbio", disse Amaral, que hoje, ao meio-dia, concederá nova entrevista para detalhar o funcionamento da comissão executiva Na reunião que convocou para discutir a alta do dólar nos últimos dias, o presidente Fernando Henrique Cardoso ouviu dos ministros da área econômica que a saída para esta crise não passa por nenhum tipo de controle cambial. Diferentemente da sexta-feira, quando o governo viveu momentos de muito nervosismo por não conseguir domar o dólar, que atingiu o pico de R$ 2,8350, ontem, o anúncio de que a balança comercial teve superávit de US$ 474 milhões na semana passada e o recuo do dólar, que fechou a R$ 2,72, animaram o clima da reunião. No encontro, foram discutidas idéias para incrementar este saldo e diminuir as pressões sobre o dólar. A reunião marcada para 17h30 começou com atraso e até o início da noite não havia se encerrado. A convocação da reunião provocou inquietação no mercado, que temia o anúncio de medidas mais drásticas de controle do câmbio. Para desarmar essa expectativa, o governo procurou ao longo do dia, reduzir a importância do encontro, do qual participaram os ministros da Fazenda, Pedro Malan, da Casa Civil, Pedro Parente e do Desenvolvimento, Sérgio Amaral, além do presidente do Banco Central, Armínio Fraga. Sem-terra ocupam prédio da Conab na Capital Cerca de 250 manifestantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) ocuparam ontem um armazém da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), situado na rua Voluntários da Pátria, na Capital. Os sem-terra, que fazem parte do grupo de 500 acampados ao lado do terreno do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Centro, reivindicam a distribuição de cestas básicas para assentados e acampados cadastrados pelo Incra no Estado. A entrega dos mantimentos, segundo Denise da Rocha, coordenadora do MST, está atrasada há cinco meses. Ontem mesmo os manifestantes se retiraram do local, com a promessa que até começo de outubro as 3.349 cestas estarão disponíveis. O atraso na entrega é contestado pelo superintendente regional da Conab, Raul Merch. Ele afirma que as cestas - entregues normalmente entre 30 e 50 dias - foram repassadas ao Incra nos meses de março, maio, julho e agosto. Em agosto também foram repassados 15 kg de arroz para cada família, já que um dos produtos que foi inserido em setembro na cesta básica - o fiambre - está em análise laboratorial por falta de proteína em alguns lotes, acarretando o atraso na liberação das cestas. "Eles sabiam sobre o atraso que ocorreria no mês de setembro e também a data de entrega em outubro", informa. "A Conab é rigorosa no controle de qualidade dos produtos distribuídos. Enquanto não sair a análise, as cestas não serão entregues", afirma Merch. Além do resultado do teste, Merch também esperará a confirmação de que nenhum produto armazenado no local invadido foi danificado. "Guardamos também mantimentos de outras empresas naquele armazém. Teremos que averiguar se está faltando algum item", diz. O dirigente caracterizou a invasão como um "ato exageradamente arbitrário", que poderá prejudicar outros grupos que recebem a cesta básica, como índios e escolas. Artigos A humanidade em ruínas Paulo Gaiger Tantas coisas já se falaram a respeito do estúpido e incompreensível ato terrorista acontecido em Nova Iorque, que não tem causa nem rosto definidos e tampouco audácia e coragem. Os terroristas camicases refletem uma opção covarde e sombria embebida até as veias pela prepotência imperialista e violenta que fingem condenar, e que não dá chances de escolha a nenhum dos milhares de seres humanos assassinados no World Trade Center. O terror não é contra o império americano, historicamente desumano e imbecil, apenas quer ocupar o seu lugar, o gozo está em poder massacrar oponentes sem prestar contas das ações, e pode ser em nome de qualquer Deus que se interpõe à frente de verdadeiros interesses comerciais, tudo conforme o manual capitalista: por dólares, violência e vingança se justificam! Não surpreende, então, que em seu primeiro depoimento, W. Bush tenha demonstrado preocupação com a economia para somente depois prestar solidariedade às vítimas! Assim, os terroristas, sejam quais forem, inclusive o somente suspeito Osama, são clones daquilo que é mais repugnante na política internacional dos EUA, a diferença essencial é que o presidente americano é o imperador oficial e tem laços íntimos com as mais poderosas indústrias bélicas e da "mass media" do planeta! Tristemente, refresco a memória com as invasões do exército canalha dos EUA ao Panamá, a Porto Rico, à Guatemala, à Nicarágua, a El Salvador, ao Vietnã, ao Afeganistão, e posso trazer na cacunda das dezenas de exemplos, todas as ditaduras planejadas pelo primeiro organismo de terror oficial, a CIA, e que causaram, em suas épocas, assassinatos em tão grande número como este último em Nova Iorque, todos consentidos pela mídia e senso comum. O povo americano, ainda sob a forte emoção, exige desforra, o que é compreensível neste momento. Porém, pensando nos salvadorenhos, por exemplo, ainda que lhes possa ter passado este mesmo desejo, não teriam tanto ibope e solidariedade ao querer vingar-se dos EUA por sua pátria calada e assassinada. Fato é que nos últimos anos a política externa do EUA é o grande mestre do terrorismo mundial. O suspeito Osama bin Laden, em nome de seu Deus, é um dos maiores milionários do mundo, já contou com o apoio dos EUA, e, como qualquer multinacional, explora trabalhadores pertencentes inclusive à sua religião e, por essa razão, é milionário. É bom que todos os que esconderam uma satisfação pela desgraça dos outros anotem esta informação, pois tudo é muito parecido com a ideologia e política externa dos EUA, o orgasmo do capitalismo em sua versão mais sedutora, hedionda e dissimulada. A esquerda estreita, com seu folguedo contido pelo terror e suas lágrimas de crocodilo pelos mortos do WTC, ao contrário do que supõe, a aproxima e a iguala ao que do império é tenebroso, autoritário e medíocre, como em uma amálgama de prepotentes e neofascistas: por detrás da retórica contra o imperialismo, nenhuma motivação humanitária somente o desejo, inconsciente ou não, de ocupar o seu lugar. Sabe-se que oportunistas de plantão já comercializam fitas de vídeo, camisetas, botons e outras quinquilharias com as imagens da tragédia obtendo pequenos lucros com a dor alheia, e há quem compre e se regozije. De todos os ângulos desta tragédia, parece que só o que se vê é a reificação da desumanidade que nos seduz e consome, nossa ruína como espécie. Parece, também, que não aprendemos com a trajetória senil que estamos descrevendo. Talvez, por tudo o que está acontecendo e de que somos protagonistas ou cúmplices, deveríamos parar: o que estamos construindo, que ser humano somos e o que queremos?! Querer e fazer o bem para os outros é simples mas está cada vez mais distante! Colunistas Cenário Político - Carlos Bastos Simon abre guerra total contra Britto Em entrevista radiofônica, o senador Pedro Simon abriu guerra total contra Antônio Britto. Ele chegou a dizer que o ex-governador está cometendo um ato de traição contra o PMDB ao se transferir para o PPS e que os parlamentares que o estão acompanhando praticam um suicídio político coletivo. A guerra total aberta por Simon atinge alta temperatura quando sustenta que Britto, ao assumir uma consultoria do Banco Opportunity e da Associação dos Exportadores de Calçados, estava abandonando a carreira política. Simon voltou a insistir que pode revisar sua decisão de disputar as prévias à sucessão de FHC para concorrer ao governo do Estado, caso Britto se lance candidato do PPS. Lamentou que Paulo Odone esteja adotando esta atitude por sua amizade com o ex-governador, e que Cézar Busatto e Clênia Maranhão - que trabalharam com ele no Ministério da Agricultura quando ainda eram dois jovens e, depois, Busatto ter sido prestigiado em seu governo e ele o ter indicado para Guazzelli e, mesmo para Antônio Britto - agora esteja rompendo politicamente com ele. Diversas Simon chegou a dizer que Britto governou apoiado por setores conservadores e absolutamente afinado com o PPB e, agora, faz sua nova opção por um partido de esquerda, cujo presidente é o senador Roberto Freire, que militou no antigo PCB, o partidão. O ex-governador Antônio Britto só vai falar à imprensa na quarta-feira, quando deverá acontecer o anúncio do ingresso de todo o grupo no PPS. Por enquanto, ele procura convencer seus companheiros ainda renitentes, como o senador José Fogaça e o deputado estadual Elmar Schneider. A grande baixa do grupo Britto que apoiou a candidatura Paulo Odone, derrotada por César Schirmer, foi a decisão do deputado federal Germano Rigotto de permanecer no PMDB. Ganha repercussão a declaração de Britto no programa de Lazier Martins no Canal 20 de que, se o ex-governador Leonel Brizola decidir concorrer ao governo do Estado, todos os partidos de centro-esquerda deveriam fazer uma grande aliança e apoiá-lo. Ele se alistaria entre os primeiros defensores do nome de Brizola para o Piratini. O vereador José Fortunati afirmou, no mesmo programa, que está agora auscultando pessoas que se identificam com ele politicamente, para tomar a decisão de optar por um novo partido. A decisão acontece até quarta-feira. Quinta-feira, o ex-governador Leonel Brizola estará em Porto Alegre, pois deverá participar de uma reunião partidária em Portão, promovida pelo deputado Paulo Azeredo. Já poderia aproveitar e participar da festa de adesão de José Fortunati. Nesta sua vinda a Porto Alegre, Brizola poderá ter um encontro com o ex-vice-governador Vicente Bogo, cuja iminente saída do PSDB está sendo anunciada. Ontem, quem se reuniu com o ainda tucano Vicente Bogo foi o presidente da Assembléia, deputado Sérgio Zambiasi, do PTB. Os deputados Onyx Lorenzoni (PFL) e Iara Wortmann (PMDB) estão no Chile, onde as universidade públicas são pagas. Os chilenos só tem gratuito o ensino básico. Última O candidato do PPB ao governo do Estado anunciou aos jornalistas que vai solicitar ao governador Olívio Dutra acesso às secretarias e demais órgãos estaduais, para a elaboração de seu plano de governo. Os jornalistas ponderaram que o governo anterior, que era integrado pelo PPB, não abriu os órgãos estaduais ao PT, então na oposição. Bernardi lembrou que os secretários de seu partido abriram as informações aos petistas, mas ponderou que seguiam ordens do governador Britto. Começo de Conversa - Fernando Albrecht Altos do Mercado Depois de longo e tenebroso inverno parece que os altos do Mercado Público engrenam uma segunda. Como o JC já havia antecipado, a Smic definiu que, dos 14 espaços vagos, 11 terão um mix composto de salas de cinema, farmácia, papelaria/CDs, artigos fotográficos, telefonia, café, estética, ECT e lavanderia. As três restantes ficarão com a prefeitura. Se o mercado funcionasse 24 horas, seria um senhor lojão de conveniências. Quanto ao MST no térreo, a Smic informa que faz parte da política contemplar projetos de inclusão social. A luta parou? Pois é, vai se cumprindo o vaticínio feito semana passada, dando conta de que o PMDB poderá ficar só com quatro deputados. Como lembrado aqui, o PMDB também poderia mudar seu slogan. Em vez de “a luta continua”, poderia ser “PMDB, quem te viu e quem te vê”. Bom, depois do exocet que Pedro Simon jogou ontem contra Antônio Britto, ruíram as torres peemedebistas. Tudo a ver Deve mesmo chamar-se Eduardo o primeiro filho do piloto Rubens Barrichello, nascimento ocorrido domingo. Portanto, não procedem as informações iniciais que o nome do rebento seria Segundinho, igual ao filho de Roberto Carlos. O pai do piloto é Rubão, ele é Rubinho; ele é segundão, o filho seria Segundinho. Tudo a ver. A expansão das multas Causam espanto os números apresentados pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Fernando Záchia (PMDB) no Fórum sobre Segurança no Trânsito. De julho de 1999 a julho de 2000 as multas dos azuizinhos em Porto Alegre aumentaram 54,5%; as dos pardais cresceram 45,5%, sendo que a soma das multas em geral tiveram um crescimento de 207%. Depois disso não se sabe, porque os dados não são mais divulgados. Lista tríplice O Conselho dos Consumidores de Energia tem reunião hoje em Caxias do Sul. Pauta: eleição da lista tríplice para o Conselho Superior da Agergs. Votam a Farsul, Fiergs, Federasul, Famurs e Fracab. O passo seguinte é encaminhar um dos nomes ao governador e sabatina na Casa do Povo. O emergente eletrônico Entre os milhares de cartazes de propaganda tosca afixados nos prédios do Centro este aí é da pesada. Um primor. O artista que redigiu esta primorosa peça publicitária conseguiu errar quase tudo. Tem cedilha até no C do CD. O “empresário” em questão precisa ser um emergente de peso para poder comprar estes equipamentos todos. No telefone de referência, vem a informação de que realmente se compra tudo isso “de preferência com nota”. De preferência. A greve universitária Semana passada a página informou que haveria uma reunião de professores da Ufrgs para avaliar a greve e cancelamento do semestre. Porta-voz da Reitoria negou ter havido a reunião. Pois houve, por unidade, para “tirar uma posição” para assembléia geral. Opiniões divididas, mas consta que a tendência era pelo cancelamento não só do semestre como também do vestibular. Tem gente achando que a idéia é criar uma situação de impasse total. Até porque sabem que não vem aumento. Licitação na prefeitura Deu na Press Advertising: pela primeira vez em 14 anos, a prefeitura de Porto Alegre contará com trabalho sistemático de uma agência de propaganda. Já saiu o edital de licitação - a verba é de R$ 650 mil. A escolhida deverá ter só um mês para trabalhar, com renovação para 2002. Correm mais duas concorrências, uma para o Cidade Viva, também com verba de R$ 650 mil, e a outra para a nova logomarca da administração Tarso Genro, com verba de R$ 28 mil. CD industrial A Fiergs está lançando o Cadastro Industrial 2001, a sexta edição e a segunda em CD-ROM, com informações sobre 7,5 mil indústrias gaúchos. As informações contém o nome das empresas, produtos, endereços, telefones, e-mails, ano de fundação, a quem pertencem, número de empregados e os nomes dos principais executivos. Maus-tratos Hoje às 19h uma reunião aberta no plenarinho da Câmara Municipal vai debater os maus-tratos aos animais, especialmente cavalos, iniciativa dos vereadores Beto Moesch (PPB) e Adeli Sell (PT). É uma realidade cruel. A propósito: depois de uma diminuição, o número de carroças trafegando pelas principais ruas e avenidas aumentou de novo, especialmente no horário de pique. Inclusive no Centro. Miúdas Café da manhã hoje no Sindilojas vai esquentar: debate com vereadores sobre o Centro. Causa justa: a Spaan comemora amanhã seus 70 anos junto com o Dia Nacional do Idoso. Hermes/Accor Brasil inauguram hoje às 19h30min o Novotel do America Business Square. Hoje às 19h a DCS promove palestra com o historiador Voltaire Schilling sobre o terrorismo causas e efeitos. Grupo Escoteiro Tupã-Ci, do Colégio do Rosário, promove fogo do conselho sábado para comemorar os 60 anos. ABA e Popai Brasil promovem Intershop - o PDV do Marketing Mix de 2 a 4 de outubro no Centro Têxtil de SP. Wesley Lacerda e Silva faz palestra hoje na Puc para a Semana Técnico-Acadêmica de Computação e Telecomunicações. Microsoft apresenta amanhã em café no Hotel Swan Tower a plataforma BizTalk Server 2000. Plaza/Secretaria de Turismo fazem coq hoje às 18h para o II Festival Brasileiro de Aves Migratórias. Conexão Brasília - Adão Oliveira Conversei, ontem, com o deputado Bernardo de Souza, do PPS. Bernardo esclareceu-me como será a entrada do grupo de Britto no seu partido. O princípio básico para o desembarque dos peemedebistas é o seguinte: o controle do processo de filiação é do PPS; no ato de filiação os peemedebistas deverão passar uma procuração autorizando a quebra do sigilo bancário, fiscal e patrimonial; para entrar no partido é básico acreditar no seu programa. Desentendimentos com uma outra agremiação não justifica a filiação; O processo eleitoral - candidaturas majoritárias e coligações - será decidido pelo PPS. E, finalmente, outras lideranças que se incorporarem ao grupo de Antônio Britto terão de passar pelo crivo das lideranças locais do PPS. Não vai ter moleza! Informação O diretório regional do PMDB não tem conhecimento oficial da saída de Antônio Britto e seu grupo do partido. O presidente do diretório, Cézar Schirmer não recebeu nenhuma informação oficial do desenlace. "Sei pela imprensa que amanhã eles vão sair". Para Schirmer "as bases do PMDB repudiam esta decisão de Britto em abandonar o partido. E mais; estão inconformadas com o fato". Schirmer acredita que, no interior, muito pouca gente vai acompanhar o ex-governador. Simon O senador Pedro Simon bateu forte em Antônio Britto. Chamou o ex-governador de traidor. Muita gente não gostou do que ouviu na entrevista que o senador deu à Ana Amélia, principalmente quando Simon falou da preferência de Britto pelos seus empregos a concorrer ao governo do Estado. Amigos de Britto contra-atacam: "o Simon que lamentou a não eleição de Fogaça para a presidência do Senado é o mesmo que foi a Campo Grande abraçar Ramez Tebet". Governador O deputado Bernardo de Souza é o candidato do PPS à sucessão de Olívio Dutra. Mas, isso não é empecilho para a filiação de Britto, que pode trazer consigo a pretensão de ser candidato a governador pelo PPS. Bernardo Souza se for o caso, poderá até abrir mão da legitimidade que possui em concorrer pelo partido à sucessão de Olívio Dutra. Fogaça O senador José Fogaça está sofrendo uma pressão danada. Seus amigos pessoais querem que ele saia imediatamente do PMDB. A base eleitoral, no entanto, quer que ele fique e "brigue" dentro do partido. Fogaça está em reflexão. O evento que o afetou - disputa na bancada pela indicação à presidência do Senado - é ainda muito recente, Fogaça não quer decidir sob a influência da emocionalidade, da frustração e do ressentimento. Suicídio Para o deputado federal, Osvaldo Biolchi, a saída de Britto e seu grupo do PMDB é "um autêntico suicídio". Biolchi não vê hipótese de abandonar o partido. No próximo fim-de-semana ele vai percorrer as suas bases para discutir um reaquecimento no partido. Está nos planos a realização de encontros regionais com a presença de nomes ilustres do partido. Vitória Depois da acachapante vitória sobre o deputado federal Fetter Junior nas prévias do PPB, Celso Bernardi reassume hoje a presidência do diretório regional do partido. Seu primeiro gesto como candidato à sucessão de Olívio Dutra é procurar o PFL, o PSDB e o PTB em busca de prováveis alianças. Celso Bernardi protocolou no Palácio Piratini um pedido de audiência ao governador. Bernardi quer que Olívio oportunize informações básicas de governo para o grupo que vai montar o programa de governo do PPB. Editorial Há interrogações demais sobre a economia O excesso de "se" e "mas" nas análises da economia perturbam o melhor dos especialistas, mais ainda os leigos. A exemplo da crítica partidária, o chamado linguajar "economês" sendo ouvido por humildes nordestinos, também há um atordoamento globalizado. Simultaneamente, são previstos cenários sombrios e alentadores para todos os gostos. Há uma onda de pessimismo sobre as empresas de aviação civil e de seguros, as mais atingidas com os atentados nos EUA, embora ambos os setores estivessem em situação periclitante desde o ano passado, o medo contamina os negócios de turismo ao redor do planeta. Não bastassem os ataques nos EUA, a possibilidade de uma guerra demorada e cruenta no Afeganistão piora tudo. Porém, como se comportam os mercados? Aí começam as contradições. A Nova Economia despencou há mais de ano, consumo de alta tecnologia saturado, do Japão à Europa. "Mas", no Brasil há mercado potencial para mais 14 milhões de microcomputadores e expansão da telefonia, logo, bom cenário. O dólar bate recordes sucessivos, "mas", com isso as importações diminuem, embora as exportações não aumentem no ritmo desejado. Os Estados Unidos têm gastos extras de US$ 60 bilhões, dos quais US$ 40 bilhões para os militares e US$ 20 bilhões para o novo World Trade Center, guerra também é negócio. "Se" os Estados Unidos, que articularam uma redução geral de juros com os principais BCs mundiais e evitaram quebradeira histórica em Wall Street, mantiverem a esperada retomada do crescimento, o Brasil terá chances de acompanhar, a partir do final do ano e, mais ainda, em 2002. Consumo e investimento foram derrubados junto com o WTC, "mas" no curto prazo. Havia uma autêntica sincronia de desaceleração econômica nos EUA, no Japão e mesmo da Europa, antes da tragédia. Apenas a China, a Índia e a Rússia cresceram além da média. No Brasil, o ciclo financeiro e econômico continua a reboque dos estrangeiros. Empresas, com medo, compram dólares, quem tem não vende. O dólar dispara, por isso os juros continuam em 19% para segurar a inflação, porém a dívida pública cresce e passa dos R$ 600 bilhões, ainda que com vencimentos maiores, de 32 meses. "Se" o petróleo continuar a cair, pois os produtores temem a recessão e mantêm a extração, o Brasil também estará melhor, a Petrobras abastece 80% do consumo nacional. Como a economia estava em recessão moderada, podemos ter, em dois ou três meses, uma explosão de criatividade e de renovação, acredita Marcílio Marques Moreira, ex-ministro da Fazenda. "Se" as captações externas em setembro murcharam, perto de zero, as exportações explodiram para US$ 594 milhões, superávit anual em fantástico e quase inexplicável US$ 1,253 bilhão. Finalmente, "se" o irriquieto Domingo Cavallo parar sua campanha contra o Brasil e o Mercosul e ajudar, em Washington, na contra-proposta aos Estados Unidos para negociar as regras do chamado "Quatro Mais Um", todo o bloco se beneficiará. A idéia é detalhar a redução das medidas tarifárias e não-tarifárias para o setor agrícola, que vem deslanchando no Brasil, apesar da crise mundial. Como existem assimetrias entre o Brasil e a Argentina, a maior delas a paridade do peso com o dólar e a desvalorização do real, "se" não houver, antes das eleições de outubro na Argentina uma decisão forte a favor do Mercado Comum do Sul, teremos outro complicador neste quadro, com excessos de "mas" e "se". O que não dá para entender, no caso argentino, é que o superávit deles com o Brasil, até junho, era de US$ 598 milhões, enquanto têm déficit com os EUA e a UE. De 1995 a 2000, o superávit argentino no Mercosul foi de US$ 10 bilhões! Topo da página

09/25/2001


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