Bernardi quer vias alternativas









Bernardi quer vias alternativas
O candidato do PPB ao governo, Celso Bernardi, disse sábado, durante comício em Canoas, que irá resolver o problema da saturação de veículos na BR 116 entre o município e Porto Alegre. Conforme levantamento da Câmara de Indústria e Comércio de Canoas, o trecho é o segundo em movimento do país, com tráfego diário de 120 mil veículos. A solução pretendida por Bernardi é a de desviar o trânsito da zona de congestionamento, construindo estradas alternativas para os que se dirigem à freeway, ao porto de Rio Grande e à região Sul. As obras rodoviárias, segundo o candidato, estarão incluídas no plano diretor organizado no início de seu governo, com perfil de todas estradas projetadas e em andamento para definir prioridades e o cronograma de recursos.


Fortunati promete atenção à região de origem alemã
Durante visita a Lomba Grande, em Novo Hamburgo, o candidato ao Palácio Piratini José Fortunati, que concorre pela Frente Trabalhista (PDT-PTB-PAN), comprometeu-se ontem a revitalizar a Rota Romântica, roteiro que liga os principais pontos turísticos dos municípios de colonização alemã da região. 'Este belo roteiro não tem recebido do governo apoio necessário para que se transforme em grande ponto turístico do Estado', afirmou.


Partidos começam a ocupar o Brique
Autorizados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), partidos e coligações com candidatos ao governo começaram ontem a ocupar espaços no Brique da Redenção. A distribuição de propaganda e a comercialização de artigos serão permitidas até 29 de setembro, das 8h às 18h. A ordem dos boxes foi determinada por sorteio. O PPB ocupou a primeira área, próxima ao Monumento ao Expedicionário. PMDB, PL, PCO, PTN, Prona, PSTU e PSC não utilizaram os locais reservados pelo TRE.


Disputa custará R$ 146,4 milhões
A corrida presidencial vai movimentar nas eleições deste ano em torno de R$ 146,4 milhões. De acordo com o registro das candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a campanha mais cara será a do tucano José Serra, que concorre pela Grande Aliança (PSDB-PMDB). Foram fixados R$ 60 milhões. A reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso em 1998 custou R$ 46 milhões conforme a sua prestação de contas à Justiça Eleitoral. A segunda campanha mais cara será a de Luiz Inácio Lula da Silva, da coligação Lula Presidente (PT-PL-PC do B-PMN-PCB). Os gastos foram estimados em R$ 36 milhões. Os candidatos Ciro Gomes, da Frente Trabalhista (PPS-PDT-PTB), e Anthony Garotinho, da coligação Frente Brasil Esperança (PSB-PGT-PTC), projetaram os custos em R$ 25 milhões cada. Rui Pimenta, do PCO, e José Maria de Almeida, do PSTU, registraram no TSE R$ 200 mil cada.

Em comparação ao total de gastos estimados para as campanhas ao governo do Rio Grande do Sul, os presidenciáveis consumirão seis vezes mais. Os recursos reservados pelos partidos e pelas coligações no
Estado variam, para a eleição ao Palácio Piratini, de R$ 20 mil a R$ 5,5 milhões. Os valores comunicados à Justiça Eleitoral são o máximo que cada candidato poderá gastar no decorrer da campanha. Se ultrapassarem o limite imposto por seus comitês financeiros, pagarão multa.


Paulinho defende duas revoluções
Entre elas, previdência única para setores público e privado com contribuição sobre faturamento

O candidato à vice-presidência da República Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, declarou sábado, em Porto Alegre, que a Frente Trabalhista fará duas revoluções se chegar ao poder: a da Previdência Social e a do emprego. Garantiu que uma das primeiras medidas do governo Ciro Gomes será acabar com os dois sistemas, unificando a Previdência dos setores público e privado, com teto máximo de dez salários mínimos. Quem quiser mais do que isso pagará fundo de pensão. 'Vamos acabar com todos os privilégios. Cada trabalhador terá uma conta individual de capitalização com juros e correção monetária do mercado', afirmou. Lembrou que atualmente apenas 900 mil aposentados recebem quase a metade do dinheiro da Previdência, que opera com mais de R$ 50 bilhões de déficit por ano. Admitiu que há direitos adquiridos, como o caso dos que recebem até R$ 70 mil de aposentadorias, 'mas é preciso modificar profundamente daqui para frente'.

Paulinho também quer acabar com os impostos sobre a folha de pagamento, incluindo a Previdência Social, passando-os ao consumo, 'como em qualquer país civilizado'. A contribuição da Previdência recairia sobre o faturamento das empresas. Com isso, acrescentou, elas ganhariam condições para competir e exportar. Propôs ainda que haja redução da jornada de trabalho de quatro horas semanais em troca de alguns desses impostos que seriam tirados da folha. Garantiu que não haveria diminuição de receita porque 1,7 milhão de trabalhadores voltariam ao mercado, passando a consumir: 'Resolveríamos o grave problema da falta de crescimento econômico'.

Outra questão destacada por Paulinho foi o desemprego. Referiu-se à dramática situação de que, em cada dez presos, sete têm no máximo 25 anos. 'Parte dos que não estão nos presídios foi morta nas periferias das cidades', enfatizou. A proposta da Frente Trabalhista é dar incentivos fiscais às empresas que contratarem jovens. 'Para isso, não é preciso inventar. Basta a qualificação profissional. Há de sobra dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador. O ministro Pedro Malan é que não deixa gastar', comentou. Para esse programa, o vice de Ciro quer obter recursos com o alongamento da dívida externa. 'Pagamos R$ 93 bilhões anuais só de juros. Não há país que agüente. É mais do que duas vezes o orçamento do Estado de São Paulo. Precisamos estender os prazos e com isso baixar os juros', enfatizou. Pelo seu cálculo, cada um por cento que for reduzido no pagamento de juros corresponderá à economia de R$ 8 bilhões. 'Com essa sobra pretendemos incentivar a criação de empregos', afirmou.

A vinda de Paulinho a Porto Alegre foi a convite do Sindicato dos Comerciários, que comemorou 70 anos com festa sábado à noite.


Pedida a cassação de vereadores
Bancada do PT na Câmara Municipal de São Leopoldo quer o afastamento de suspeitos de corrupção

Uma audiência pública marcada para o final da tarde de hoje, na Câmara Municipal de São Leopoldo, deverá discutir as denúncias de corrupção envolvendo vereadores, que resultaram na interdição da Câmara na última sexta-feira. O encontro foi organizado pela bancada do PT, que deverá solicitar a cassação dos 14 vereadores e a demissão de quatro secretários.

Atualmente, nove foram reeleitos e quatro são secretários da Prefeitura. Os petistas querem uma posição do prefeito Waldir Schmidt (PMDB), já que os secretários foram identificados na fita de vídeo apresentada ao Ministério Público sexta-feira pelo vereador Alexandre Roso, do PHS. 'Queremos da demissão desses secretários', declarou o líder do PT na Câmara, vereador Ronaldo Teixeira. O partido está conclamando a população, entidades de classe, associações e igrejas para comparecerem à audiência. 'É preciso resgatar a ética e a integridade na política de São Leopoldo', afirmou o presidente do PT local, vereador Nestor Schwertner.

A fita de vídeo foi feita às escondidas no ano 2000. Nela, nove vereadores aparecem recebendo entre R$ 1,5 mil e R$ 2,5 mil no gabinete da presidência da Câmara. Segundo foi apurado, a verba era o pagamento pela eleição da mesa diretora da casa. Schwertner destaca que outros cinco vereadores ainda estão sob averiguação. Ronaldo Teixeira vai mais longe: 'Também estamos averiguando a possibilidade de anularmos a eleição de 2000', avisa.

Não é a primeira vez que o Legislativo de São Leopold o é envolvido em escândalos. Em 1987 houve o caso conhecido como 'Cestas de Natal', quando foram compradas 21 cestas para os vereadores a preço superfaturado. Todos os 21 foram cassados.


Serra condena a troca de insultos
Diz que adversários perdem oportunidade de debater propostas ao ressaltarem mazelas do país

O candidato à Presidência da República pela coligação PSDB-PMDB, José Serra, criticou ontem, na Bahia, o clima de bate-boca entre os adversários e condenou a atitude de ressaltarem apenas as mazelas do país e do governo Fernando Henrique Cardoso. 'Durante a campanha, a tendência é que se acentue o clima de negativismo. Eleição deveria servir como ótima oportunidade para a gente debater idéias, propostas e não fazer baixarias e trocar insultos', disse a uma platéia de empresários exportadores de soja e de café, no município de Barreiras. O candidato comparou vários programas do governo ao sucesso da Seleção Brasileira de Futebol. 'O país não é apenas campeão em futebol, mas também na campanha contra a Aids e de vacinação', ressaltou, citando ainda como exemplo bem-sucedido o programa Bolsa Escola.

Serra defendeu a ampliação do mandato do presidente de quatro para cinco anos, mantendo o instituto da reeleição. Em relação à afirmação do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, de que precisaria só de quatro anos para resolver os principais problemas do país e que não pensa em reeleição, o tucano declarou: 'É o ponto de vista de Lula, tem todo o direito de dizer isso'. Serra assegurou que não mudará a regra se for eleito para não haver má interpretação. Ele não comentou nada sobre o candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, demonstrando que a nova estratégia é não polemizar com o adversário, pois estão disputando o segundo lugar nas pesquisas.

Na tentativa de se aproximar de Antônio Carlos Magalhães, do PFL, Serra elogiou o seu filho Luiz Eduardo, que era deputado federal e faleceu em 1998. 'Ele estava acima das divergências políticas', disse. O discurso teve efeito contrário. Aliados a Serra acharam as declarações despropositadas. Além disso, o presidenciável deixou de visitar uma feira para evitar confronto entre militantes do PSDB e do PFL que apóiam a candidatura a deputado federal de Antônio Carlos Magalhães Neto.


Tarso critica a situação do país
O candidato ao governo pela Frente Popular (PT-PCB-PC do B-PMN), Tarso Genro, criticou ontem o presidente Fernando Henrique Cardoso por chegar ao final do mandato e não poder mostrar o que fez porque 'o país está à beira do precipício'. Disse que nestas eleições o PT enfrentará o projeto decadente representado por FHC. Ele participou de caminhada no Brique da Redenção, em Porto Alegre, com os candidatos ao Senado pela coligação, Emília Fernandes e Paulo Paim, e a vice-governador, Miguel Rossetto, além do governador Olívio Dutra e do prefeito João Verle. Os que disputam a Assembléia e a Câmara distribuíram propaganda. Olívio incentivou militantes puxando coro com frases como 'É Lula lá e Tarso aqui'.

Na esquina da rua José Bonifácio com a avenida João Pessoa, os candidatos subiram ao carro de som para discursar. Paim fez desagravo a Olívio ao se referir à CPI da Segurança Pública como 'inventada' pela Assembléia. Segundo Emília, os eleitores terão oportunidade 'de dizer não aos entreguistas que venderam o Rio Grande e o Brasil'. Tarso lembrou que nenhum governo gaúcho foi tão fiscalizado e atacado como o da Frente Popular.


Coligação com PL desagrada a líderes
Lideranças do PT permanecem descontentes com a aliança presidencial firmada com o PL. O vice-líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados, Walter Pinheiro, defendeu ontem a posição da senadora Heloísa Helena, que renunciou à candidatura ao governo de Alagoas em função da obrigatoriedade da aliança com os liberais. Pinheiro observou que a coligação tirou o ânimo de parte da militância, o que poderá prejudicar o partido nacionalmente. 'Engolimos uma pedra, mas não a digerimos', disse. Em roteiro pela Bahia, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva não quis falar sobre o assunto, confirmando disposição de esconder as divergências internas.


Coronel ordena prisão a major que concorrerá
O coronel Ipurinam Calixto, comandante do 6O Batalhão da Polícia Militar do Rio, deu ontem ordem de prisão ao major Paulo Nei, candidato a deputado federal pelo PSC. Segundo Calixto, Nei estaria fazendo campanha política dentro da unidade. Após receber a voz de prisão, ele alegou que conduzia apenas pesquisa sobre habitação na cidade. Nei acusou Calixto de agressão e foi ao IML fazer exame de corpo de delito.


Juízes ouvem propostas de candidatos ao governo
A Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul promove hoje, às 17h30min, exposição pública dos candidatos ao governo do Estado. O evento abordará criminalidade, acesso à Justiça, segurança pública, orçamento público e Lei de Responsabilidade Fiscal. Os principais candidatos ao Palácio Piratini foram convidados, mas confirmaram presença Celso Bernardi, do PPB, Germano Rigotto, do PMDB, José Fortunati, do PDT, e Tarso Genro, do PT.


Missão: resgatar o trabalhismo
Paulinho da Força Sindical afirmou sábado que a frente unindo PTB, PDT e PPS tem a missão de resgatar o trabalhismo histórico, cujas raízes estão no Rio Grande do Sul e que garantiu todos os direitos e as conquistas dos operários. Lembrou que os três partidos se identificam há muito tempo apesar das rivalidades com os comunistas em meados da década de 40. 'Nós nos diferenciamos dos demais porque José Serra representa o sistema financeiro e é candidato do desemprego. Luiz Inácio Lula da Silva precisa usar roupas caras de marca estrangeira para dizer que mudou', ironizou. Acrescentou que 'na primeira batida de pé que o FMI deu, Lula se afinou e fez uma carta para dizer que não é bem assim e pode negociar'.

Sobre o apoio do PFL à candidatura ao Planalto, Paulinho garantiu que não compromete o perfil ideológico da Frente Trabalhista. 'O PFL cumpre o que combina, diferentemente do PSDB. Tudo o que o presidente Fernando Henrique Cardoso fala que vai fazer acaba não realizando', afirmou. Lembrou o debate sobre o pagamento das perdas do FGTS com os planos Collor e Verão. 'Chegamos a fazer caminhada de São Paulo a Brasília para que o governo federal pagasse. Quando negociei o problema com o então presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães, ele assumiu o compromisso e cumpriu tudo. O acordo no Congresso Nacional foi sustentado por ACM, que estava brigando com Fernando Henrique', citou.


Pimenta disputa para ajudar PCO
O jornalista e tradutor Rui Costa Pimenta, dissidente do PT e de formação trotskista, linha comunista baseada nos ideais do líder revolucionário Leon Trotski, concorre à Presidência com o objetivo de construir o Partido da Causa Operária (PCO). 'O nosso partido ainda está em formação', explicou Pimenta. Garantiu que o PCO não tem a pretensão de ganhar a eleição, mas quer apenas mostrar o que os líderes pensam e alternativas ao país.

Com o slogan 'Quem bate cartão não vota em patrão', o PCO é contrário ao capitalismo como sistema econômico e prioriza o combate ao desemprego, o aumento salarial e a redução da jornada de trabalho. 'Se eleito, tomarei providências também em relação à privatização de serviços públicos e farei programas de assentamento da população rural', informou Pimenta. Na TV, o PCO terá dois minutos e 46 segundos.


PPS de Alagoas recua e não apoiará Collor
O diretório do PPS de Alagoas recuou ontem da decisão de apoiar Fernando Collor, do PRTB, ao governo do estado, um dia depois de o candidato à Presidência Ciro Gomes criticar a aliança. Em nota, o diretório garantiu que não existe acordo para apoiar Collor ao governo . A coligação seria apenas para as eleições proporcionais (deputados estaduais e federais). O Diário Oficial tinha publicado a relação dos partidos que apoiariam Collor para o governo e, entre eles, estava o PPS.

O candidato a vice-presidente Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, defendeu ontem a intervenção do diretório nacional do PPS em Alagoas. 'Não precisamos fazer esse tipo de coisa. Não vale a pena ganhar assim.' Na nota do diretório estadual do PPS em Alagoas, seu presidente, Anivaldo Pinto, afirma que o partido coligou-se com a chamada Frente de Oposição no estado. 'Isso não implica qualquer participação do PPS na campanha do candidato do PRTB', garantiu.

Em Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco, a atriz Patrícia Pillar fez na madrugada de ontem seu discurso de estréia em comícios do namorado. Ela elogiou a capacidade administrativa de Ciro e pediu votos. Aplaudida, Patrícia agradeceu, acenou para a multidão e passou o microfone para Ciro. Mas ainda não era o momento de o candidato falar. O locutor da campanha corrigiu o erro e logo anunciou outra 'grande atração'.


Presidente passa o dia no Alvorada
O presidente Fernando Henrique Cardoso passou o dia de ontem no Palácio da Alvorada. De manhã, recebeu o governador do Amazonas, Amazonino Mendes, e o senador Bernardo Cabral, do PFL. Centenas de turistas estiveram na portaria da residência oficial, um dos cartões postais da cidade. Até o senador Teotônio Villela Filho, do PSDB, foi ao Palácio da Alvorada, ciceroneando a sua sobrinha Paula, de 13 anos, que mora em Alagoas.

Fernando Henrique se reúne hoje de manhã e de tarde com assessores nos palácios da Alvorada e do Planalto. Recebe, às 16h, o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Rubens Approbato, no Planalto.


Religião reúne Garotinho, Rosinha e Benedita no Rio
A abertura do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana, realizada ontem no Maracanãzinho, Rio de Janeiro, reuniu cerca de 10 mil evangélicos. Compareceram o presidenciável do PSB, Anthony Garotinho, a sua esposa e candidata ao governo do Rio, Rosinha Matheus, e a governadora Benedita da Silva, do PT. Durante o evento, foram debatidos assuntos como a violência e o papel político da congregação.


Rigotto planeja prevenção a invasões dos sem-terra
O candidato da União pelo Rio Grande (PMDB-PSDB-PHS) ao governo, Germano Rigotto, disse sábado, em Carazinho, que, se for eleito, irá treinar e equipar a Brigada Militar para prevenir e antecipar as ações do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Para ele, o governo não tem interesse em resolver os conflitos agrários. 'De outra forma, o PT aceitaria o Banco da Terra, promovendo acordo com o governo federal', avaliou.


Serra sofre forte ataque do vice da Frente Trabalhista
O presidenciável José Serra, da coligação PSDB-PMDB, será 'o maior corno do Brasil porque nunca houve gente tão traída quanto ele nestas eleições' segundo Paulo Pereira da Silva, candidato a vice da Frente Trabalhista. No showmício de ontem em Osasco, Paulinho se referiu à aproximação de Aécio Neves, do PSDB, que disputa o governo de Minas, a Ciro Gomes. Segundo ele, Serra está acabando com toda a base que o presidente construiu.


Agenda dos candidatos

HOJE
11 Celso Bernardi (PPB)
17h30min: debate na Ajuris. 20h: Tapes.
12 José Fortunati (PDT-PTB-PAN)
17h30min: debate na Ajuris.
13 Tarso Genro (PT-PCB-PC do B-PMN)
14h: reunião da coordenação de campanha. 15h: entrevista ao SBT. 17h30min: debate na Ajuris.
15 Germano Rigotto (PMDB-PSDB-PHS)
10h: reunião com candidatos a deputado no Caixeiros Viajantes. 15h: inauguração do comitê central. 17h30min: debate na Ajuris. 20h: reunião com prefeitos, vices e ex-prefeitos da oligação.
23 Antônio Britto (PPS-PFL-PT do B-PSL)
15h: visita a associações comunitárias. 20h: jantar com setor cultural no restaurante Copacabana.
40 Caleb de Oliveira (PSB)
9h: gravação de programa de TV. Tarde: Caxias do Sul.
43 José Vilhena (PV)
19h30min: reunião com candidatos do partido.


Artigos

O carisma de uma gaúcha
Francisco Turra

Todas as decisões, por mais difíceis que sejam, devem ser respeitadas. Mas algo ainda precisa de bons e fortes argumentos para um convencimento e posterior aceitação ou não. Refiro-me à ausência da mulher brasileira nos meios políticos. Com 51% de eleitoras no país, com maior presença na força produtiva nacional e, mais ainda, com total dedicação à grande máquina que move uma nação, chamada família, ela ainda resiste em concorrer a um cargo que, de certa forma, a retira da responsabilidade pública. Neste jovem Brasil se convive com entraves em áreas onde impera a resistência em aceitar o ponderável. Eis o xis da questão: o machismo que ainda assola parte dos grupos de trabalho que conduzem as decisões sobre temas importantes para a população. O país político se ressente da figura da mulher na condução de algumas atividades públicas, nas quais a participação feminina é praticamente nula. Uma carência maior se comparada com a dos países nórdicos, onde a presença feminina em cargos públicos é de 50%.

Faço a introdução para lamentar a retirada desse cenário da deputada Maria do Carmo Bueno. Poucas vezes a sociedade gaúcha pôde conviver com uma mulher idealista, batalhadora, abnegada e cumpridora do real papel que desempenha como cidadã e profissional. Sua decisão em se afastar da atividade pública será mais do que sentida no Estado, onde esbanjou carisma, talento, inteligência e simpatia. Guerreira sempre dedicada nas ações envolvendo o bem-estar da população, a deputada deixa a vida pública esculpindo a bela e bravia imagem da mulher gaúcha. Infelizmente, a mesma mulher que enfrenta o desafio de se fazer presente na política nacional. Em pleno século XXI, torna-se difícil aceitar que as maiores responsáveis pela força de trabalho do Brasil ainda estejam tão distantes da política, setor-chave dos destinos de todas as nações.
Há pouco tempo e neste mesmo espaço, a própria deputada estadual reconheceu e lamentou esse distanciamento. Escrevia ela que, na medida em que as mulheres estão ausentes das responsabilidades públicas, uma nação desperdiça inestimável potencial humano para a solução de problemas. Agora é o Rio Grande que se torna órfão da convivência da parlamentar, que surgiu no cenário conquistando o telespectador e agora, discreta e silenciosamente, deixa uma cadeira vazia em encontros políticos e no plenário da Assembléia Legislativa.


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

LÍDERES SE DISTANCIAM
Sobre resultados do Centro de Pesquisa Correio do Povo (CPCP): 1) a campanha fica entre dois pólos, já que os demais candidatos de partidos considerados fortes enfrentam dificuldades para aumentar os índices;

2) Antônio Britto tem contra si a mais alta rejeição entre os candidatos; 3) os 49,2% de entrevistados indecisos na pesquisa espontânea revelam que há espaço por conquistar durante a propaganda gratuita em rádio e TV que começará a 20 de agosto; 4) são 34,4% os indecisos na escolha do candidato à Presidência da República, 14,8% a menos do que para o governo do Estado; 4) a diferença de 3,2% de Luiz Inácio Lula da Silva sobre Ciro Gomes na pesquisa estimulada demonstra dificuldades do PT e ascensão da Frente Trabalhista.

DE ONDE TIRAR
Se Celso Bernardi, Germano Rigotto e José Fortunati quiserem subir nas pesquisas, adiantará pouco manter Tarso Genro como o principal alvo dos ataques. A fatia sobre a qual podem avançar é de Britto.

HÁ QUATRO ANOS
Na 1a pesquisa do CPCP, publicada a 6 de julho de 1998, Olívio tinha 37%, Britto, 36,7% , e Emília Fernandes, 6,3%. Para a Presidência da República, Lula somava 35,2%; Fernando Henrique, 31,2%.

COM TODA FORÇA
Fato novo da eleição é o engajamento da Força Sindical, que tem 1.700 entidades filiadas em todo o país e representa 16,7 milhões de trabalhadores. Paulo Pereira da Silva deixou a presidência da Força para se lançar como candidato a vice na chapa de Ciro Gomes. Até há pouco, havia receio de envolvimento, ao contrário da Central Única dos Trabalhadores, que sempre esteve ao lado do PT nas campanhas eleitorais.

MUDA PRIORIDADE
Não houve número mínimo de delegados para reunião do diretório estadual do PT, sábado. É raro isso acontecer. Mesmo assim, programa de governo foi aprovado. Revela que se jogaram cedo na campanha pelo Interior. Quem não corre voa.

SEGURANÇA
O candidato do PL ao governo do Estado, capitão Medina, esteve sábado na Festa do Peixe em Tramandaí. Como tem a segurança pública como prioridade, foi cercado. Querem conhecer seu plano para evitar os arrombamentos no Litoral.

180 GRAUS
O Fórum de Entidades dos Servidores Municipais há três meses fazia duras críticas à regulamentação da lei de previdência da Prefeitura de Porto Alegre, que tramita na Câmara. Subitamente, mudaram de idéia. Pois o que terá acontecido?

PRECAUÇÃO
A executiva regional envia hoje correspondência aos 80 prefeitos do PDT recomendando que, além de Fortunati, recebam os demais candidatos ao governo, mas não permitam as explorações sobre apoios.

SUBSÍDIOS
Moacir Kol, do PDT e agrônomo gaúcho de Não-Me-Toque, concorre ao governo de Mato Grosso do Sul coligado ao PPS. É vice-governador e rompeu com o governador Zeca do PT. Para sustentar o discurso de campanha, ligou 6ª-feira ao gabinete do deputado João Luiz Vargas pedindo as teses de Alberto Pasqualini.

DO LEITOR
Luiz Alberto Porto: 'A coluna referiu, domingo, pesquisa apontando que 91,9% dos argentinos querem que a classe política atual vá toda embora. Se feita no Brasil o resultado não seria pelo menos parecido?'.

APARTES
Em agosto, a TV: staffs de personal stylers já estão a postos para transformarem certos candidatos em atores.

Vaia faz parte do show eleitoral. Sempre foi assim, não vai mudar.

Na festa dos 70 anos do Sindicato dos Comerciários, todos os candidatos ao Piratini foram convidados. Só falaram José Fortunati e Celso Bernardi.

PMDB dá hoje instruções a seus candidatos sobre arrecadação de campanha e multa por propaganda.

Ciro Gomes e Geraldo Alckmin são ilustres pindenses, isto é, nascidos em Pindamonhangaba, interior paulista.

Terminará 4a-feira prazo para emendas de vereadores à Lei de Diretrizes Orçamentárias de P. Alegre.

Deputados Jair Foscarini e João Fischer conferem hoje em Franca (SP) o mercado para os calçados do RS.

Deu no jornal: 'Volta da inflação ameaça EUA'. Tanto lá como aqui.

Sem tempo, candidatos em campanha experimentam todas as variações que sanduíches possam oferecer.


Editorial

AS TURBULÊNCIAS DA AMÉRICA

Quando de sua descoberta, o continente americano foi saudado como um lugar paradisíaco, de lugares fantásticos habitados por monstros terríveis e homens em estado de primitiva inocência. Foi um prato cheio para a mentalidade européia da época, com seu imaginário limitado pelos problemas sociais que levariam a inúmeras revoluções. A conquista do Novo Mundo não se fez sem heroísmos e tragédias, a exemplo da expedição de Fernão de Magalhães, em 1519, que partiu com 237 homens e retornou com 18, depois de os sobreviventes encontrarem nos ratos do porão um manjar dos deuses. Quando os tinham.

Desde o início de sua história oficial, nosso continente nunca encontrou as melhores condições para vingar e prosperar. Ditaduras, traições das elites, desvio de riquezas, exploração dos habitantes, corrupção, golpes de Estado, imolação de idealistas, execuções sumárias sempre fizeram parte do cotidiano de povos que nunca tiveram o direito de conduzir seu próprio destino, sem, todavia, abandonar a esperança e render-se à desolação. Foi, inclusive, de tais fatos que os escritores retiraram o substrato material e espiritual para elaborar uma das literaturas mais ricas do mundo, agraciada pelo reconhecimento do Prêmio Nobel, a exemplo de Pablo Neruda e Gabriel García Márquez.

Essa saga de infortúnios, infelizmente, continua nos dias de hoje. A Argentina enfrenta a pior crise de sua história, com a pauperização crescente da população. Na Venezuela, a democracia oscila entre golpes e contragolpes, com futuro instável. Na Colômbia, a cidadania é vitimada pelos conflitos entre guerrilha, governo e paramilitares. No Peru, a frustração com Alejandro Toledo abala a confiança na democracia. Na Bolívia, o abandono dos cocaleiros leva a que eles se unam em torno de um candidato próprio. No Equador, a questão indígena mal resolvida derruba governos eleitos. No Chile, as feridas de um passado recente dividem a população. No Brasil, constatamos amargamente que nossa democracia ainda é mais formal que substantiva, com muito para avançar. Enfim, a frustração ainda é cotidiana na América.

Segundo o filósofo Kierkegaard, a vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas só pode ser vivida olhando-se para a frente. Talvez compreender o passado possa ajudar a América a deixar de ser um 'barco sem destino', na metáfora de García Márquez.


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07/15/2002


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