Bernardi vai criar Fundo de Sanidade Animal e Vegetal
Bernardi vai criar Fundo de Sanidade Animal e Vegetal
O candidato do PPB ao Governo do Estado, Celso Bernardi, disse ontem, durante visita à XXV Expointer que, se eleito, irá implantar o Fundo de Sanidade Animal e Vegetal, como forma de compensar as perdas dos produtores primários com o descarte obrigatório. "Seja pela aquisição de outro animal, seja pela indenização do valor correspondente ao valor da carne ou pelo descarte obrigatório de plantios vegetais", afirmou.
Entre os compromissos assumidos, Bernardi garantiu que irá buscar o aumento da produtividade e da rentabilidade da atividade agropecuária, principalmente nas pequenas propriedades rurais, através da intensificação dos programas sanitários obrigatórios e dos esforços para a eliminação da tuberculose, da raiva bovina, da tristeza parasitária, da leucose bovina e da leptospirose. Para tanto, assegurou que os programas de sanidade animal de seu governo terão a participação do Centro Panamericano de Zoonoses, organismo das Nações Unidas.
O candidato do PPB garantiu, também, que o melhoramento zootécnico nas pequenas propriedades rurais será estimulado mediante inseminação artificial e a compra de matrizes. Outro incentivo previsto será a pontuação das matrizes quanto ao tipo de inseminação mais adequado e o controle leiteiro, compreendendo a avaliação da produtividade animal; a divulgação das técnicas mais adequadas; a difusão de tecnologias, especialmente quanto ao tipo de alimentação mais adequado para os diversos níveis de exploração, recomendados pelos Centros de Pesquisas e Universidades.
A visita de Bernardi a Expointer foi acompanhada pelo músico Gaúcho da Fronteira, ancora do seu programa no horário eleitoral gratuitom, pela candidata a vice, Denise Kempf, e pelo candidato ao Senado, Hugo Mardini. Ao meio dia Bernardi almoçou com a direção da Farsul e com o presidente da Assembléia, Sergio Zambiasi (PTB). Após assistiu as provas do Freio de Ouro e visitou os pavilhões da feira.
Marta Suplicy quer mulheres participando do governo
A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), criticou, em Porto Alegre, no final de semana, o fato de o governo de Fernando Henrique Cardoso ter nomeado apenas uma ministra durante seus dois mandatos.
"Espero que Lula (Luiz Inácio Lula da Silva) leve mulheres competentes para seu governo", afirmou Marta que participou, na capital gaúcha, do lançamento do plano de políticas públicas para as mulheres do candidato ao governo gaúcho pela Frente Popular (PT-PCB-PC do B/PMN), Tarso Genro.
Em seu discurso durante o ato, no Mercado Público de Porto Alegre, a prefeita enfatizou ações de sua administração voltadas para as mulheres. Ela afirmou que em menos de dois anos abriu cerca de 17 mil vagas em creches, enquanto os antecessores Paulo Maluf e Celso Pitta ampliaram a oferta em 14 mil vagas ao longo de oito anos. Em Porto Alegre, a prefeita ainda manteve uma audiência com o governador do Estado, Olívio Dutra (PT), e com o prefeito da capital, João Verle (PT), e participou de atos partidários e gravou uma participação para o programa de horário eleitoral gratuito de Tarso.
Frente Trabalhista faz comícios na fronteira
O candidato a presidente pela Frente Trabalhista, Ciro Gomes (PPS), juntamente com o líder pedetista Leonel Brizola e o candidato ao governo da aliança "O Rio Grande em 1º Lugar", Antônio Britto, repetiram em Itaqui e Uruguaiana, o sucesso obtido durante a passagem que fizeram por São Borja, pela manhã, quando realizaram ato solene no túmulo do ex-presidente Getúlio Vargas, lembrando o seu aniversário de morte. Em Itaqui, foram recebidos por milhares de pessoas, num grande comício na praça central.
Em Uruguaiana, último compromisso do roteiro realizado pela Fronteira-Oeste, na entrada da cidade, Ciro, Brizola e Britto, em carro aberto, foram saudados por centenas de pessoas. Ao longo dos três quilômetros até o Largo da Rodoviária, onde foi realizado um comício, a população ocupou calçadas, jardins, janelas, saudando com entusiasmo os participantes da carreata.
No comício, que segundo o prefeito Caio Riela (PTB) reuniu mais de 10 mil pessoas, a companheira de Ciro Gomes, Patrícia Pillar, disse que o presidenciável "vai dar até a última gota do seu trabalho para vocês, principalmente para as pessoas mais simples, que precisam mais. Eu tô com ele porque sinto que o Brasil não pode continuar como está. O Brasil tem que mudar com segurança, para que a gente não corra nenhum risco.
E podemos mudar com o Ciro porque ele é experiente, dedicado, e competente".
Pedetista sela consolidação da aliança nacional com PPS
No sábado, em São Borja, junto ao túmulo de Getúlio Vargas, o ex-governador Leonel Brizola selou a consolidação da Frente Trabalhista em nível nacional.O líder pedetista, por sua vez, disse querer fazer uma saudação especial ao ex-governador Antônio Britto. "Nós decidimos nos unir, trazer os nossos companheiros e estamos trazendo todos. Nós estamos certos de que esse caminho é o correto. Vamos trabalhar juntos para tirar o Rio Grande da grave situação em que se encontra".
Ciro Gomes, candidato à presidência, classificou o ato como uma convocação "ao futuro do País, com a marca da reconciliação, no acordo em torno de Antônio Britto. Esta reconciliação é de quem compreende o drama profundo vivido pelo povo brasileiro, e de quem tem experiência e humildade para saber que as soluções existem, mas não serão construídas por salvadores da pátria. É preciso conciliar, unir, superar divergências para firmar, no exemplo de Vargas, o futuro de um país que será respeitado pelo mundo".
Aécio convoca deputados para votar texto do PIS
Em plena campanha eleitoral, o presidente da Câmara e candidato ao governo de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), está convocando os parlamentares para estarem em Brasília amanhã e quarta-feiras. A intenção é desobstruir a pauta para permitir a votação do projeto que acaba com a cumulatividade da cobrança do PIS/Pasep, mas não há consenso na base aliada do governo. Caso o Congresso não aprove a proposta, o presidente Fernando Henrique Cardoso prometeu editar Medida Provisória tratando do assunto. Apesar dos esforços de Aécio Neves, o governo não está otimista.
Realistas, auxiliares políticos de Fernando Henrique reconhecem que dificilmente a Câmara conseguirá votar o fim da cumulatividade do PIS esta semana por dois motivos: a campanha eleitoral exige a presença dos deputados nos Estados e a aprovação depende de negociações com setores contrários ao projeto, como a agroindústria e serviços. Os deputados que representam essas duas áreas alegam aumento de carga tributária com a mudança nas regras de cobrança do PIS.
Além de ser importante para aumentar as exportações e dar sinalização positiva ao mercado, a aprovação desse projeto conta com o empenho do ministro da Fazenda, Pedro Malan. "O governo precisa deixar uma marca na reforma tributária", disse um governista. Na base aliada do governo há resistência do PFL e do PPB e, na oposição, o PDT tem criado obstáculos. O PT apóia a proposta, que vem sendo defendida pelo candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva.
A votação do fim do efeito cascata (cobrança do tributo em todas as etapas da cadeia da produção) do PIS, no entanto, depende da desobstrução da pauta da Câmara, que está trancada pela Medida Provisória que trata do parcelamento de débitos tributários dos Estados, municípios e de empresas, em processo de falência ou de liquidação. Como também está na pauta a emenda constitucional que autoriza cobrança de taxa de iluminação pública, alvo de forte pressão de prefeitos junto aos deputados, a expectativa é de que isso ajude na obtenção de quorum.
Partidos pequenos também buscam seus espaços no Senado
O Jornal do Comércio
encerra hoje as entrevistas especiais dos candidatos que concorrem a duas vagas ao Senado federal.
Nesta edição, os oito candidatos dos partidos pequenos explicam os motivos pelos quais decidiram encarar o desafio e esclarecem suas principais prioridades. Ocupam o espaço do JC
nesta edição os candidatos Marcos Cittolin, vereador do PSB, Valdir Caetano, presidente metropolitano do PL, Marisa Medeiros, presidente do Prona/RS, o servidor público Otávio Rohrig, pelo PSTU, Paulo Barela, coordenador da CUT metropolitana, também pelo PSTU, Roner Anderson, presidente do PV de Guaíba, Paulo Cardoso, vereador de Cachoeirinha pelo PV e Ágis Caraíba, advogado, pelo PSC. O nono concorrente, que seria o candidato do PCO, ainda não está definido.
Marcos Cittolin - PSB
Jornal do Comércio - Por que o senhor quer ser senador?
Cittolin
Concorro porque tenho convicção que represento a renovação da representação política do Estado no Senado Federal. Meu partido, o PSB, tem diretrizes claras que defendo desde a minha filiação em 1996.
Não penso que, por ser menos conhecido ou participar de um partido menor, isso diminua a possibilidade de ser senador, até porque 70% das pessoas não definiram qual o seu voto, e nós estamos numa eleição em que a população pode votar em dois senadores. Um senador pode ser aquele político mais conhecido e o outro pode ser o voto de renovação.
JC - Qual a sua principal prioridade caso chegue ao Congresso?
Cittolin
- Em primeiro lugar é ação. A representação política do Estado tem sido muito morna, muito parada. Gostaria de estar sempre presente nos principais debates que envolvem o Rio Grande do Sul, ou seja, questões do desenvolvimento, pacto federativo, renegociação de dívidas. Também quero fazer um grande debate sobre o desenvolvimento social do Rio Grande do Sul, não apenas econômico, mas de cunho social, porque o Estado é cheio de potencialidades. O Rio Grande do Sul é repleto de desigualdades regionais. Nós temos que criar uma melhor distribuição do desenvolvimento, valorizando as pecualiaridades de cada uma das regiões.
Valdir Caetano - PL
JC - Por que o senhor quer ser senador?
Caetano
- Eu tenho 46 anos e concorri a vereador pela primeira vez, tendo sido eleito há dois anos. No momento em que eu ingressei na política, fui o terceiro vereador mais votado da história do PTB e o terceiro mais votado de Porto Alegre. Fiz onze mil votos. Desse momento em diante, eu comecei a me interessar mais pela vida política, pelos contatos políticos que fiz. O Senado foi um convite do partido. O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, esteve aqui e disse que a minha candidatura era viável e me incentivou. Eu quero representar o Rio Grande do Sul no Senado para trazer recursos, melhorias para o nosso estado.
JC - Qual a sua principal prioridade caso chegue ao Congresso?
Caetano
- São diversas coisas que nós pretendemos fazer. Estamos estudando ações e propostas, juntamente com o pessoal do partido, para que amadureçamos ainda mais as nossas idéias para o Senado. Não há uma prioridade ou algo que queiramos de principal. Mas já temos algumas metas que queremos colocar em prática chegando ao Senado. Essas metas têm importância fundamental para o Rio grande do Sul.
Marisa Medeiros - Prona
JC - Por que a senhora quer ser senadora?
Marisa
- Eu considero que a população tem uma necessidade de candidatos novos, de gente nova na política. Já tem muito político carreirista aí, que, diga-se de passagem, está com o prazo de validade vencido. Então, eles têm que dar lugar para outros, para novas idéias.
JC - Qual sua principal prioridade caso chegue ao Congresso?
Marisa
- A minha prioridade é resgatar a família, a Pátria e os princípios cristãos. A nossa Pátria está sendo ultrajada.
Otávio Rohrig - PSTU
JC - Por que o senhor quer ser senador?
Rohrig
- As candidaturas do PSTU não são candidaturas individuais, ou seja, não são as pessoas querendo disputar um cargo para se projetar politicamente. Elas são decisão do partido de ocupar todo o espaço que existe para divulgar nossas propostas e programa, ligado à luta dos trabalhadores contra o modelo neoliberal e contra o capitalismo. Não é possível que, com toda a crise colocada em nível nacional, da dívida externa, a proposta de uma nova colonização da América Latina pela Alca, tenhamos uma esquerda vacilante que faça alianças com a burguesia, como está fazendo o PT nesse momento. Então, há necessidade de reafirmar uma esquerda com princípios.
JC - Qual a sua principal prioridade caso chegue ao Congresso?
Rohrig
- É o combate sem tréguas à forma de exploração da América Latina e do Brasil, em especial, que significa uma discussão do acordo (Alca) com a esfera nacional. Nós temos uma posição clara de que é necessário um movimento para o rompimento desse acordo.
Paulo Barela - PSTU
JC - Por que o senhor quer ser senador?
Barela
- Milito em um partido que busca construir uma sociedade diferente dessa que nós temos. O Senado é uma representação estadual que tem poder de definir as políticas do País. Nós entendemos que o Senado está hoje controlado pelos setores da classe dominante. Então, é preciso que a gente tenha lá a representação da classe trabalhadora para construir uma alternativa melhor para os trabalhadores, que hoje nós não temos.
JC - Qual a sua principal prioridade caso chegue ao Congresso?
Barela
- A prioridade hoje, para nós do PSTU, é lutar contra a instalação da Alca, pelo que isso significa. É um projeto que está sendo imposto pelos Estados Unidos que vai aprofundar ainda mais o grau de dependência que temos do FMI, da dívida externa e do imperialismo americano. Fundamentalmente, estaremos dentro do Congresso Nacional através do Senado lutando contra a implantação da Alca.
Roner Anderson - PV
JC - Por que o senhor quer ser senador?
Anderson
- Por duas razões básicas. O partido me indicou e o pessoal acreditou que eu poderia representar as idéias que o PV quer apresentar para a sociedade. O PV tem sido visto nas campanhas anteriores no Rio Grande do Sul como um partido que tem todo um projeto ecológico e ambiental, tendo esquecido a questão social, que pretendemos reforçar a partir dessa eleição.
JC - Qual a sua principal prioridade caso chegue ao Congresso?
Anderson
- Resolvi levantar da cadeira em vez de ficar como alguns grupos discutindo problemas por falta de iniciativa. Resolvi botar a cara para buscar algum resultado na atividade em si. Assumindo no Congresso, pretendo fazer com que a política seja atuante, porque identificamos muita morosidade no trabalho dos legisladores. Minha primeira proposta é tornar o sistema ágil, fazendo com que funcione em benefício da maioria da população, representando o Rio Grande do Sul.
Paulo Cardoso - PV
JC - Por que o senhor quer ser senador?
Cardoso
- Representamos uma alternativa de política ecológica para o Estado. Queremos o desenvolvimento, desde que seja ecologicamente sustentável. Devemos construir com toda a sociedade essas propostas de desenvolvimento com coerência e realidade. Não podemos dizer que existem soluções milagrosas e que vamos conseguir, em curto espaço de tempo, a modificação de coisas que já vêm acontecendo há anos, em função da devastação do planeta ao longo dos anos.
JC - Qual a sua principal prioridade caso chegue ao Congresso?
Cardoso
- Vamos trabalhar um conjunto de prioridades. Além de resgatar as áreas degradadas da natureza, temos que recuperar a ética na política. O papel de um senador é representar o Estado dentro do Congresso, e há várias questões de interesse econômico muito grande, mas que devem ser observadas do ponto de vista social e de preservação natural. Esse é o caso dos transgênicos e da implantação da Alca, que tem uma importância muito grande, uma vez que o nosso Mercosul está saindo enfraquecido deste processo. São questões que devemos analisar, não de maneira isolada. Normalmente as decisões acabam sendo tomadas em função do poder econômico e a questão ambiental fica em segundo plano.
Ágis Caraíba dos Santos - PSC
JC - Por que o senhor quer ser senador?
Santos
- Nosso partido é pequeno, mas tem um excelente programa de governo. Nós tivemos que ocupar espaços para desenvolver o partido. Acho até que foi o primeiro partido a ter um programa para os diversos setores da atividade do Estado. O PSC acreditou que eu poderia me candidatar a senador. Talvez até porque eu tenha mais idade do que os outros, tendo uma formação sólida em vários cursos. Tenho uma certa experiência e sou mais velho também. Os senadores, desde a época da Roma República, eram escolhidos entre os mais velhos, os de mais experiência. Nós queremos alternar a política. São sempre as mesmas caras, as mesmas pessoas. Estamos tentando mudar um pouco isso aí. Até porque eu acho que as coisas não vão bem.
JC - Qual a sua principal prioridade caso chegue ao Congresso?
Santos
- No Estado, como estão as coisas, é simples, é claro. É o chavão básico. Eu acho que é saúde, educação, segurança e emprego. Até a segurança não deveria estar na escala de questões básicas. Já seria uma coisa tida como segundo plano, porque a insegurança, no nosso caso, vem da má educação, das más condições de vida, da falta de emprego, da falta de uma série de condições. Do jeito que estão as coisas, os nossos jovens viram vários delinqüentes que a gente encontra por aí, principalmente pela falta de uma Educação Moral e Cívica importantíssima que a gente tinha antigamente e agora não tem mais.
Área da Redenção ganha novas paradas de ônibus
Uma espécie de punição para a prefeitura de Porto Alegre vai beneficiar milhares de pessoas que freqüentam o Parque Farroupilha. Como ocorreu um atraso de dois meses para a devolução de dois metros do parque, que foram emprestados para a restauração do Viaduto Imperatriz Leopoldina - no cruzamento das avenidas Loureiro da Silva e João Pessoa - o Ministério Público penalizou o Município a erguer oito paradas de ônibus no entorno da área. O pequeno trecho - que serviu como pista durante as obras do viaduto - já foi devolvido.
Os abrigos devem estar prontos em 30 dias e terão as características do Parque - inclusive a cor verde. "A padronização de mobiliário ajuda a reduzir a poluição visual", afirma o administrador da Redenção, Clóvis Breda. Além de iluminação e maior segurança, que as paradas antigas não tinham, as novas terão latas de lixo que auxiliarão na limpeza da área. Os pisos de todas as unidade já estão praticamente finalizados.
Os novos abrigos serão semelhantes aos utilizados junto ao Mercado Público. O alicerce será transparente para que os freqüentadores possam visualizar o Parque enquanto esperam o ônibus. Os equipamentos estarão nas avenidas Engenheiro Luiz Englert, Osvaldo Aranha, José Bonifácio e Paulo Gama. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) destinou R$ 45 mil para a construção dos abrigos.
O parque também terá dois novos banheiros. Um deles já está em fase licitatória e deve ser construído até o final do ano. O Conselho dos Usuários da Redenção também entrará com uma ação junto ao Ministério Público para que sejam tomadas providências sobre a situação em que hoje se encontra o Mercado do Bom Fim, principalmente em relação ao final de semana, quando pessoas drogadas costumam freqüentar a área.
Artigos
A equação do segundo turno
Gaudêncio Torquato
Quem vai para o segundo turno? Acertará quem melhor souber resolver a equação composta por: a tipologia do eleitor, a natureza do discurso, a identidade regional, a ação de FHC e a temperatura ambiental nas próximas semanas. A solução deve apontar para o rumo seguido pela roda movimentada por esses cinco eixos. O acerto dos elementos previsíveis e uma correta interpretação dos fatores imprevisíveis darão a resposta correta à questão. Tentemos a empreitada. O eleitorado se reparte entre os seguintes blocos: 30% de massas amorfas, sediadas principalmente nas regiões metropolitanas, que incluem desde iletrados ingênuos a letrados sofridos; 20% de eleitores orgânicos, cujo sistema cognitivo se impregna de racionalidade; 15% de bolsões tradicionais, localizados nos currais eleitorais; 15% de votos ideológicos, conservadores, à direita; 15% de votos ideológicos, à esquerda, e 5% de votos amarrados nas correntes religiosas de fé. O maior segmento eleitoral é o da faixa entre 25 a 34 anos, com quase 28 milhões de eleitores, seguido do grupamento entre 35 a 44 anos, que tem um pouco mais de 24 milhões. Os votos dessas faixas terão influência decisiva.
As massas amorfas tendem a selecionar heróis, salvadores da pátria, fogueteiros de plantão, desbravadores e, ainda, quem estiver na frente das pesquisas. Ou seja, Ciro e Lula. Até o momento, os candidatos estão cantando uma melodia desconhecida para os eleitores. As propostas se canibalizam, algumas são ininteligíveis e outras param no meio da sociedade, não descendo às margens. O discurso é um amálgama de significações em torno de perfis pessoais e, ainda, das ondas vagas que correm ao sabor da maré de especulação e das pesquisas. Portanto, a cooptação do voto, comandada pelo aparato das apresentações pessoais cobertas pela mídia, se ampara na credibilidade de Lula, com sua história de líder popular; no arrojo de Ciro, com seu perfil de metralhadora ambulante; na capacidade de Serra, com sua frieza técnica; no manejo verbal de Garotinho, com suas generalidades. O discurso de Lula e Ciro ainda traz incertezas, mas no suco do primeiro um torrão de açúcar foi colocado para se contrapor à pimenta malagueta do prato do segundo. Como frappé, Serra nem é preto como café nem branco como leite. Perdeu identidade. Garotinho é um animador de festa de criança.
Mas a decisão passa, também, por um certo bairrismo que, queiram ou não, ainda existe. O Sudeste tem 43,98% dos votos, o Nordeste, 26,91%, enquanto o Sul exibe 15,47%, o Centro-Oeste, 6,96% e o Norte, 6,62%. São Paulo, com 25 milhões de eleitores, é o maior pólo da decisão eleitoral. Mas o voto paulista não é tão bairrista como, por exemplo, o voto do Nordeste ou o voto do Sul. Por isso, Ciro Gomes, que se diz paulista e nordestino, será muito bem votado nas duas regiões, podendo ganhar, em São Paulo, redutos tradicionais de Lula. Se Garotinho entusiasma os cariocas, os paulistas ainda não descobriram a face telúrica de Serra, exatamente porque o ex-ministro da Saúde parece não gostar de cores quentes e sabores fortes. Nem com a terra se identifica. Os mineiros somam 12,6 milhões de eleitores, são muito bairristas e dão o voto aos cultores da mineiridade. O mesmo ocorre com os sulistas. Vale conferir quem é o candidato mais próximo a essas comunidades. Resta a força de Fernando Henrique, que não deve ser subestimada. Se arregaçasse as mangas, fosse a campo, levantaria barreiras e abriria espaços de mais de 15 km. Sua postura olímpica, de estadista e magistrado, o afasta de José Serra, que estiola seu potencial em um campo no qual deveria ter fixado profundas raízes.
O clima do País é o cobertor sobre o qual os outros elementos se deitam. Se continuar quente, beneficiará os oposicionistas. A recíproca é verdadeira. Ora, a temperatura é conseqüência do Produto Nacional Bruto da Infelicidade (PNBinf), que é a somatória das angústias e expectativas, aí incluídas a violência desenfreada, o medo das ruas, o desemprego em massa, a falta de motivação, a fuga da auto-estima, a ausência de esperanças, o descrédito e a deterioração das bases cotidianas do bem-estar. Ciro ganha mais que Lula com o aumento do PNBinf e este passa bem no teste da frigideira de teflon. As nuvens negras do efeito Argentina estão se distanciando de Lula, a partir do convite do diálogo que abriu com o mercado e com o governo. O mal que ameaça Serra é o da cirurgia que fez em seu corpo xifópago. Ao separar-se do governo, Serra definha ao perder sangue. Já Garotinho se embala na gangorra do jardim de infância, onde a garotada se diverte olhando o mundo de cima e de baixo.
Colunistas
ADÃO OLIVEIRA
A ponte reconstruída
Muita gente atribui a derrota de Antônio Britto para Olívio Dutra, na eleição para o governo do Estado, há quatro anos atrás, ao distanciamento que Britto tomou dos produtores rurais. É claro que os professores e o PDT influenciaram muito na derrota de Britto, mas a verdade é que a Farsul, entidade que congrega os produtores rurais não era, sequer, recebida pelo então governador. Carlos Sperotto, o presidente da Farsul, esperou por meses que um pedido de audiência fosse atendido. Mas, Britto se manteve reticente à aproximação.
Deu no que deu.
Os aliados e Britto culparam os produtores rurais pela derrota.
Agora, vinte dias depois de iniciada a campanha, o comitê de Britto enviou à Farsul sinais de boa vontade. A entidade, absorveu a mensagem e, imediatamente se propôs a receber Antônio Britto, e a seu grupo, para uma conversa em sua sede.
O encontro foi ameno e elegante e serviu para aparar as arestas que haviam ficado da eleição passada.
Um novo encontro ficou acertado para quando da realização da Expointer.
Ontem foi o segundo momento da distensão.
A descompressão política entre Antônio Britto e os produtores se deu a partir de uma longa caminhada que fizeram, na Expointer, Britto e seus aliados - Germano Bonow, Nelson Proença e Sérgio Moraes e Carlos Sperotto e seu grupo - Gedeão Pereira e Nestor Heinz.
Foi um verdadeiro "love story", dizia um observador, encantado com a desenvoltura dos grupos ao desfilar por entre peões e proprietários rurais.
"Esse eleitorado é todo dele", disse-me um produtor, para em seguida justificar: "Desta vez, mesmo que ele
não queira, nós não vamos mudar o voto".
Britto, que a tudo ouvia, não continha a sua alegria. Abraçava e beijava mulheres e crianças. Para os homens, Britto reservava um aperto de mão que, se não era tão firme, pelo menos não era tão solene.
Solene? Na eleição anterior, Britto não era acusado de ser solene. Acusavam-no de, no mínimo, indiferença.
O resto, nem é bom falar.
Mas, era um outro momento.
Britto vivia uma relação conjugal bastante conturbada. Isso o fazia trabalhar bastante. O trabalho o deixava cansado, irritado. Aí, o governador não resistia: era porrada pra todo o lado. Que o digam os prefeitos do interior, acostumados a sair do Piratini de cabeça baixa pelas humilhações sofridas.
Hoje, não! O tempo é outro.
Antônio Britto separou-se da baiana, Wolia Costa Manso, 50 anos, ex-primeira dama. Casou de novo, com a jovem advogada caxiense Luciana Cogo Maydana, 30 anos, com quem terá três filhos (gêmeos), no início do próximo ano. Luciana o repaginou.
Mas, a principal obra da engenharia política de Antônio Britto é capitaneada por ele mesmo: Britto está reconstruíndo as pontes que destruiu na eleição anterior. A partir daí, disse-me um cientista político, o caminho de volta ao Piratini começa a ser pavimentado.
Ontem, Britto foi aplaudido por cerca de 40 mil pessoas na pista de provas do "Freio de Ouro".
Este é um sinal de que os produtores rurais estão dispostos recuperar o tempo perdido, extasiava-se um diretor
da Farsul.
CARLOS BASTOS
TSE atinge estratégia de José Serra
Com os índices baixos nas pesquisas persistindo, os marqueteiros do candidato tucano José Serra concluiram que só restaria para sua estratégia eleitoral, bater forte em Ciro Gomes nos programas de rádio e televisão.
Tanto isto é verdade, que já em seu primeiro programa o candidato do Palácio do Planalto partiu para a ofensiva de forma agressiva, usando uma discussão do candidato do PPS com um ouvinte numa rádio baiana.
A decisão do TSE dando direito de resposta a Ciro Gomes, e proibindo Serra de utilizar em seus programas a voz e a imagem do candidato do PPS, atingiu no cerne o esquema montado por seus marqueteiros, que seria um bombardeio sobre o concorrente do tucano para a vaga de disputar com o petista Lula o segundo turno. O roteiro terá que ser modificado. Por certo não deixará de haver críticas ao candidato da Frente Trabalhista, mas o tom deverá ser mais ameno, e aí cai por terra o resultado previsto pelos marqueteiros.
Diversas
E os programas do candidato do PT à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, demonstram sobejamente que o marqueteiro Duda Mendonça quer colocá-lo na condição de bom moço. Lula não pode assustar a classe média e as elites brasileiras neste pleito de 2002.
Até aqui a estratégia tem dado resultado, pois já foi esta a postura adotada por Lula nos debates entre os presidenciáveis, que elevou os seus índices nas pesquisas de opinião.
Na nossa modesta opinião, está muito pouco petista o roteiro dos programas de Lula. O candidato está bem comportado, mas de forma exagerada. Está hermético, para não dizer asséptico. Tem levantado temas prioritários como emprego e remédios, mas com abordagem que sairia perfeitamente num telejornal, de excelente qualidade. Porém, o público está acostumado com os programas do PT mais descontraídos, com uma certa irreverência e com um toque de humor.
Parece que o Duda Mendonça quer esconder a condição de metalúrgico de Lula, colocando-o na condição de um empresário. Este novo estilo pode até sair vencedor e atingir seus objetivos, mas é o inverso do Lula nas três eleições anteriores, nas quais em duas chegou ao segundo turno.
Exemplo do estilo petista está nos programas regionais do PT, onde foi criada a Casa dos Gaúchos. Vão sobrar ironias para os candidatos concorrentes, principalmente para Antônio Britto. Talvez o Carlos Gerbase poderia dar um pulo a São Paulo, e dar um pouco mais de tempero petista, marca adquirida em várias campanhas.
Última
Dois fatos colhidos na passagem dos candidatos da Frente Trabalhista em São Borja, no sábado. Brizola fez questão de deixar claro que as razões do seu apoio a Britto no Rio Grande do Sul se devem a necessidade de fortalecimento da candidatura de Ciro Gomes ao Planalto. O líder pedetista deu como exemplo a união de Chimangos e Maragatos, na eleição de Getúlio Vargas, em 1930, mesmo depois de terem sido inimigos mortais durante a revolução de 1923. O outro, foi a presença do prefeito Trilha (PPB), de Itacurubi, e da esposa do deputado Luiz Carlos Heinze (PPB), na recepção a Ciro, Brizola e Britto, no aeroporto. A propaganda de Heinze foi notada nos atos realizados pelos trabalhistas em São Borja.
FERNANDO ALBRECHT
Hotéis na Bahia
A Rede Plaza de Hotéis toca firme seus projetos em outros estados. O Bahia Plaza Hotel Porto Busca-Vida, em Camaçari, teve sua pedra fundamental lançada em março e agora as obras vão em ritmo acelerado. A segunda unidade no local, cinco estrelas, está em fase de projeto e terá 215 apartamentos. O total dos investimentos é de R$ 40 milhões. Se a Ford tivesse ficado aqui, quem sabe este dinheiro ficaria no estado.
Agricultura e Mídia
Será dia 29 na Casa do Cavalo Crioulo, na Expointer, o I Seminário Agricultura e a Mídia, promoção do Jornal do Comércio, Ministério da Agricultura e Conexão Brasília, do nosso colega Adão Oliveira. O agronegócio é responsável por 29% do nosso PIB mas os veículos de comunicação inexplicavelmente dedicam a ele pouquíssimo espaço. Falarão profissionais como Paulo Henrique Amorim, Humberto Pereira, ministro Pratini de Moraes, José Carlos Cafundó de Moraes e Paulo Markun.
Postos BR
A Petrobrás vai abrir oito megapostos até o final de 2003 em Porto Alegre. Destes, alguns estão sendo tocados ou serão tocados em breve. Bombas de gás estarão no posto - já em obras - da Voluntários da Pátria, defronte ao estacionamento do Ritter Hotel. Dois ficarão na Ipiranga, um na antiga fábrica da Mumu. Outra estará na Farrapos quase Barros Cassal, onde até há pouco era um dos espaços da Casa Dico.
Inferno tecnológico
É um inferno essa tecnologia moderna de máquinas que funcionam por moedas. Ora algumas não aceitam as moedas novas, ora é exatamente o contrário. Muitas delas, por exemplo, não aceitam as moedas novas de R$ 0,50. Portanto, para ter uma diminuição na vontade de chutar essas geringonças é bom ter não só moedas, mas moedas novas e velhas nos bolsos.
A cabanha do tango
O advogado e gente fina Ney Fayet toca sua cabanha de charolês PO em Santa Rita, Estrêla, em ritmo de tango. O nome é Cabanha Caminito e a primeira terceira premiada na Expointer, há alguns anos, levava o nome de La Cumparsita. Agora, Fayet vai concorrer com o touro charolês Gardel.
Por falar em Expointer...
...no sábado um indignado produtor não entendia como podia ter levado 25 minutos para percorrer os 22 quilômetros entre Porto Alegre e Esteio e ainda ficasse trancado durante 43 minutos nas cinco quadras da avenida Celina Kroeff, que dá acesso aos portões do estacionamento do Parque. É que para chegar ao primeiro portão, o 5, o expositor é obrigado a percorrer a avenida até o fim e ficar engarrafado diante dos portões 11 e 12, os mais distantes. Não seria mais fácil retirar os cavaletes que fecham os retornos?
Engano histórico
Vamos combinar uma coisa: o filme A Paixão de Jacobina trata o caso Mucker com a profundidade de uma poça d'água. A complexidade do drama do Morro Ferrabráz exige muito profundo. Os aspectos místicos, sociológicos, culturais, políticos - alguns dos mucker sofreram a influência do famoso Manifesto Comunista de 1848 - sequer foram arranhados. E quem está de parabéns é a Azaléia. Não se sabia que já naquela época existiam suas sandálias.
Os Mercedeiros
O Grupo de Interesse Mercedes Benz do Veteran Car Club do RS, conhecido como "Os Mercedeiros", pretende comemorar com pompa e circunstância os 100 anos da Mercedes Benz. Em setembro de 1902 foi registrada oficialmente na Alemanha a marca da estrela de três pontas, que produzia o Simplex. Carl Benz e Gotlieb Daimler já haviam lançado o Velo, em 1896. A festa será em Taquara e o grupo, Ulrich Schierz à frente, pretendem levar centenas de donos de Mercedes à cidade.
Teatro no Detran
O Detran RS informa que realmente patrocina a apresentação do espetáculo teatral em que pardal e vaca são assunto. Trata-se, segundo o Detran, de ampliar os métodos, alternativas e atingir o público infanto-juvenil, cuja temática é focada na segurança no trânsito. Dos 27 textos foi selecionado o do Homem que viu o pardal e não viu a vaca.
Boa notícia
O TRT-4ª Região mostrará dia 2 de setembro às 17h aos advogados trabalhistas seu Serviço TRT4Push. Permitirá o acompanhamento dos trâmites dos processos nas Varas do Trabalho e no TRT. E-mails diários informarão os advogados sobre os seus processos e os acórdãos. São dois os tipos de acesso, um de uso exclusivo dos advogados, que será viabilizado mediante o número da OAB, e o outro para os demais usuários, que será identificado pelo número do processo de interesse.
Feliz aniversário
Uma empresa chegar aos 100 anos neste estado não é pouca coisa, ainda mais em se tratando de uma farmácia homeopática. Caso da Farmácia Vanderlan, que dia 28 completa seu centenário com uma justa homenagem na Assembléia. A proposição é da deputada Jussara Cony (PC do B), ela própria farmacêutica. A Vanderlan é do professor Sérgio Lamb, diretor da Faculdade de Farmácia da Puc.
Procurador-geral de Justiça Cláudio Barros Silva inaugura amanhã o novo prédio do MP em Santa Rosa.
Bureau de Representações (Marcos Profes) representa a linha italiana The Bridge.
Bolsas de Mercadorias RS e SP estão com estande na Expointer.
Secretaria Municipal de Cultura promove dia 28 o Ciclo Civilização e Barbárie, na Usina do Gasômetro.
Dia 28 às 17, na Drogamaster, debate sobre artrose com Mauro Meyer. Renda para o Padre Cacique.
Calçados Opananken Antistress participa do Salão Internacional do Couro e do Calçado, em Gramado.
Grêmio e Bambas da Orgia apresentam dia 28 às 21h, na Voluntários da Pátria 1387, o samba-enredo 2003 da escola.
Abre hoje o Lóris Restaurante, na Carlos Gomes, 965. Pedro Mello recomenda.
Editorial
ÊXODO RURAL E URBANIZAÇÃO CONTINUAM NO BRASIL
A consolidação da urbanização do Brasil foi constatada pelo Censo 2000 da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, segundo o qual 81,23% da população nacional vive nas cidades. Ainda assim, o IBGE diz que o percentual é pequeno, na comparação com os países desenvolvidos, onde os indicadores sociais são melhores do que os do Brasil. A tendência é inexorável e, segundo especialistas, até mesmo desejável. São Paulo, o Estado mais adiantado, tem a maior urbanização, junto com a maior renda renda per capita do campo. Ajudando o êxodo rural está a diminuição dos preços das commodities agrícolas - salvo a recuperação da soja e do milho -, mais o aumento da produtividade, sem tanta necessidade de mão-de-obra.
Além disso, implementar técnicas agrícolas requer cada vez mais aporte de capital, nem sempre disponível aos que vivem no meio rural. Dados de entidades que lutam pela chamada liberdade econômica informam que o nosso País está mal, em 96º lugar, no meio do Camboja, Costa do Marfim e Egito, por causa da baixa renda per capita nacional. No entanto, o índice de alfabetização tem crescido, atingindo a 87% da população, sendo que os países de maior renda per capita têm 100% de alfabetização. Em regiões inóspitas do Brasil o percentual de pessoas que não sabem ler e escrever chega a mais da metade da população adulta. O setor de serviços, que é importantíssimo nas nações adiantadas, está em torno aos 46% do nosso PIB, baixo, portanto, comparado aos 70% dos desenvolvidos. Outro dado, que abordamos, é o envelhecimento da população, aumentando os que têm acima de 60 anos, algo saudável pois mostra maior longevidade, mas com fortes repercussões no sistema previdenciário, calculando-se em 30 milhões os que estarão acima desta idade, até 2025.
De 1950 a 2000, a população rural diminuiu, em termos absolutos, sendo que, naquele ano, era de pouco mais de 33 milhões de pessoas, sendo hoje menor, de 32 milhões de pessoas, embora a população tenha passado de 52 milhões para 170 milhões de pessoas. Ainda segundo o IBGE, nos últimos 30 anos cerca de 10 milhões de pessoas saíram do meio rural, das quais metade deslocou-se nos últimos nove anos no rumo das cidades. Em 1950, 65% dos brasileiros viviam nas zonas rurais, sendo que atualmente o índice caiu para somente 19%. E isso mesmo com a abertura das novas fronteiras agrícolas no Norte e no Centro-Oeste. Em relação ao último Censo do IBGE, de 1991, houve um aumento de quase 27 milhões de moradores nas cidades. Com isso, o grau de urbanização subiu de 75,5%, em 1991, para 81%, em 2000. A Região Sudeste absorveu este fenômeno de concen tração nas cidades entre 1991 e 2000, com mais de 38% do incremento populacional.
Enquanto isso, São Paulo, o Estado mais desenvolvido na área agrícola, apresentando os melhores índices de aproveitamento na produção agropastoril, teve uma das menores populações rurais na relação com outros estados brasileiros, de apenas 6,59%, sendo que 93,41% dos paulistas estão vivendo nas cidades da "locomotiva do Brasil". Feita a constatação, vemos que resta aos futuros presidente e governadores trabalharem em prol de uma reforma agrária que resolva um problema social, jamais econômico. Produzir para o próprio sustento e o da família, vá lá, atendendo a uma vocação passada desde muitas gerações. No entanto, não dá para se iludir, a tecnologia é parte fundamental da agropecuária de escala e algo que veio para ficar. Os Estados Unidos são o maior exemplo, uma população diminuta de norte-americanos produz as maiores safras de grãos do planeta. Dar suporte à agricultura e aos produtores familiares não são políticas excludentes, mas sim independentes e muito claras, específicas.
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08/26/2002
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