Britto admite concorrer ao governo
Britto admite concorrer ao governo
O ex-governador Antônio Britto admitiu, em entrevista coletiva realizada ontem, concorrer ao governo do Estado pelo PPS. Após ser isolado da Frente Trabalhista por acordo dos líderes nacionais do PDT e PTB, Britto anunciou que o partido está livre para negociar com outras legendas.
Tanto ele quanto o senador José Fogaça admitiram disputar a eleição, "conclamados pelas bases partidárias e pela sociedade". "Vamos conciliar nossas desambições pessoais com os compromissos coletivos do PPS", afirmou.
A oficialização da candidatura foi adiada ainda sem data marcada, porque depende do resultado das conversações com o PFL, por exemplo, principal alvo para uma aliança. Mas, durante o encontro do diretório estadual, pela manhã, Britto também fez referências elogiosas a Celso Bernardi, do PPB, e até a Germano Rigotto, do PMDB, partido que abandonou no ano passado.
Os liberais participaram do governo de Britto, entre 1995 e 1998, e teriam três minutos na propaganda eleitoral gratuita para somar aos 30 segundos do PPS. "Nos preparamos interna e externamente para uma candidatura respaldada por uma equação política capaz de governar, e não somente de ganhar a eleição", explicou.
Segundo suas lideranças, o PPS esperava a consolidação da Frente Trabalhista. "A Brizola não dou adeus, digo até logo. Nunca fechamos as portas e, se hoje, amanhã ou a qualquer tempo, o PDT quiser conversar, estamos abertos", enfatizou Antônio Britto.
Apesar da disposição, não faltaram críticas aos pedetistas. "Os últimos meses foram de silêncio de nossa parte, visando a construção, mas nossa atitude foi respondida com intransigências, intolerâncias, vetos e imposições", condenou.
Em relação ao PT, destacou a importância de saber administrar. "Não vamos colocar o poder a serviço do partido, como fez o PT, mas vamos governar com outras forças. Não adianta somente ganhar a eleição, mas é preciso saber o que fazer com o poder", cutucou.
Fogaça, por sua vez, destacou sua "disposição unívoca e irrefreável de mudar o Rio Grande". "Estamos aí para assumir qualquer tarefa e papel para o qual queiram nos incumbir", afirmou.
Lembrou os momentos de "ponderação, moderação e silêncio construtivos" aos quais o PPS e seus líderes se submeteram nos últimos meses. "Alguns entenderam nosso silêncio como covardia ou timidez e ultrapassaram os limites do respeito e da cortesia política que deve pautar as relações entre os partidos", acusou.
PMDB defende a volta do PFL à aliança governista
O PMDB defenderá hoje, na publicidade partidária gratuita, que será exibida em cadeia nacional de rádio e televisão, a volta do PFL à aliança governista para combater as desigualdades no País. "O desafio de melhorar a distribuição de renda deste Brasil rico, onde 80% da população são pobres, pressupõe um esforço de unidade do povo e das forças políticas", dirá o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco, convocando o PFL a participar deste esforço. Ao apresentar as propostas da legenda, o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), salientará que seu partido está "olhando para o futuro" e tem um projeto para o País, detalhado no documento "Tirando o atraso, combatendo a desigualdade já". O programa deixará claro que o PMDB colaborou com a construção da estabilidade financeira e outros avanços deste governo, e que agora quer muito mais. Caberá ao líder na Câmara, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), a defesa da continuidade com novos avanços, sob o comando do pré-candidato a presidente José Serra (PSDB).
"Estamos preparados para ganhar a eleição presidencial", dirá Temer, que também trabalha nos bastidores para ajudar o PSDB a recompor a aliança com o PFL. "Se queremos enfrentar as desigualdades e vencer a eleição, precisamos reunir o apoio da maioria do povo e do futuro Congresso", justifica Franco. Foi esta conclusão que motivou, o telefonema de Temer ao presidente nacional do PFL, senador licenciado Jorge Bornhausen (SC). "Eu propus a ele uma conversa nossa sobre a reaproximação", relata.
Candidatura a vice-presidente não está em jogo
Não será tarefa fácil. "Temos de preparar uma ponte de prata para que eles (os pefelistas) se sintam confortáveis no caminho de volta", brinca Moreira Franco, nos bastidores. Mas a ponte de prata a que se refere não inclui a disposição de ceder o lugar de candidato a vice-presidente da chapa de Serra ao PFL, como cogitam alguns estrategistas da campanha presidencial tucana.
Menos pelo peso político do cargo em si, e mais pela simbologia da vaga de vice-presidente. O PMDB faz questão do título e do status de parceiro preferencial dos tucanos no eventual governo Serra.
Diante da falta de acordo em torno do nome do vice peemedebista para compor a chapa com os tucanos, o PMDB bem que tentou adiar mais uma vez o uso dos 20 minutos anuais a que tem direito no horário gratuito de propaganda, reservado por lei aos partidos políticos. O resultado é que o programa foi montado às pressas, em apenas três dias.
Fortunati afirma que está pronto para governar o RS
O vereador José Fortunati, afirmou, em visita ao Jornal do Comércio, no dia 30/04, que a mobilização do PDT, durante reunião do diretório regional, lhe proporcionou a certeza de que o caminho escolhido, ao filiar-se ao partido de Leonel Brizola, foi o passo político mais correto de sua vida . "No PDT encontrei homens que ainda acreditam na palavra empenhada, preocupam-se com o indivíduo, acima de interesses políticos e buscam, com idealismo, um mundo melhor para todos". Ele destacou que tem todas as condições para defender o projeto da Frente Trabalhista (FT) e governar o Estado, caso vença a eleição.
Sobre as desavenças do PDT com o ex-governador Antônio Britto e o PPS gaúcho, com quem a Frente confirmou a aliança nacional em torno do nome de Ciro Gomes, Fortunati disse que, a composição só não foi possível porque prevaleceram interesses pessoais e de grandes estruturas empresariais. Para o vereador mais votado da Capital, entretanto, os atritos devem ser superados no 2º Turno, onde ressalta terá condições de contar com o apoio de outros partidos da oposição. "Fui deputado estadual e federal juntamente com Rigotto (Germano) e Bernardi (Celso)", projetando o apoio dos candidatos do PMDB e do PPB.
Com o PTB local, Fortunati espera o entendimento. "Farei o possível para convencê-los de que temos condições de fazer a aliança ter o sucesso que todos nós queremos", garantiu.
Em relação ao PT, Fortunati alertou que não existe candidato diferente daquilo que o partido prega.
"Tarso é o PT". Disse que não vai adotar a tática do anti-petismo, mas transmitirá as idéias e projetos trabalhistas com a convicção de que são a melhor proposta, apontando, sempre que necessário, os erros dos governos anteriores. "O eleitor quer uma alternativa que repita a bi-polarização da última eleição (98)", lembrou Fortunati.
Gasolina sobe 1,78% em 16 estados
A gasolina começa o mês mais cara em 16 estados brasileiros e no Distrito Federal. O reajuste foi feito ontem, no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre, Alagoas, Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Roraima, Sergipe e Tocantins.
O aumento no preço, desta vez, nada tem a ver com a Petrobras, mas é fruto de uma mudança no valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado pelos estados. Na última reunião, do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), os estados que cobram o imposto sobre um valor presumido decidiram aumentar o preço da pauta fiscal em 5,91%. No entanto, o consumidor vai paga r 1,78% a mais pelo combustível, o que representa um aumento de R$ 0,03 por litro. Na prática, o consumidor pagará R$ 1,35 a mais para completar um tanque de 45 litros.
No sistema de preço presumido, as fazendas estaduais definem um valor para a cobrança do ICMS, antes da venda dos produtos nas bombas. O governo do Rio, por exemplo, aumentou de R$ 1,62 para R$ 1,699 o valor presumido por litro. Esse aumento deve provocar um reajuste de até R$ 0,025 nas bombas, na avaliação de especialistas.
A maior parte dos estados promoveu também aumentos nos valores presumidos para a cobrança do ICMS sobre o diesel, o gás liquefeito de petróleo (gás de botijão) e o querosene de aviação. Quando a Petrobras reduziu em 25% o preço da gasolina, no início do ano, os estados não reduziram o ICMS na mesma proporção e figuraram na lista de culpados pela redução não ter atingido os 20% previstos pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Com isso, o preço do litro de óleo diesel também sofre reajuste. A elevação da pauta fiscal do produto passou de R$ 0,94 para R$ 1,02. O litro do diesel também fica R$ 0,03 por litro, um aumento médio de 3,96%. O diesel passa de R$ 0,98 para um preço que vai variar entre R$ 1,01 e R$ 1,05.
A solução para o vai-e-vem no preço de cobrança do ICMS, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e as distribuidoras é definir uma alíquota específica, como a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Por este sistema, o imposto é cobrado em reais por litro e não por um porcentual sobre o preço definido por Estados ou pela Petrobras.
A estatal está cobrando pelo litro da gasolina e do diesel um preço superior ao cobrado no mercado internacional, segundo o Centro Brasileiro de Estudos em Infra-Estrutura (CBIE). Em reais, por litro, a cotação da gasolina no Golfo Americano, usada como parâmetro pela estatal, era de R$ 0,4597 na semana passada. No Brasil, as refinarias da estatal vendem o combustível (sem imposto) a R$ 0,5008 por litro cerca de 9% a mais.
No diesel, a diferença é de 15%: o preço internacional é de R$ 0,4037 por litro e o da Petrobras, R$ 0,4654. O professor Adriano Pires, do CBIE, acredita que há espaço para redução dos preços. A ANP prepara uma comparação entre os preços da Petrobras e os do mercado internacional para fiscalizar se há abuso de poder, mas ainda não divulgou os resultados.
Seminário Prefeito Amigo da Criança começa hoje
A Capital será sede do seminário Prefeito Amigo da Criança, que ocorre entre hoje e sábado, reunindo prefeitos e representantes de 273 municípios da região Sul. O encontro, que é promovido pela Fundação Abrinq, realiza-se no Centro de Eventos da PUC. Sua primeira edição foi em São Paulo, no ano passado, quando houve o lançamento do Mapa da Criança e do Adolescente - Indicadores Prefeito Amigo da Criança.
O objetivo do seminário é oferecer subsídios para a construção de diagnósticos municipais da situação da população infanto-juvenil. De posse dos dados, as prefeituras poderão traçar planos de ação em seus municípios e elaborar o Mapa da Criança e do Adolescente. Porto Alegre conquistou duas vezes consecutivas o Prêmio Prefeito Criança, concedido pela Fundação Abrinq e Unicef.
Este instrumento reúne, em um único formulário, informações sobre políticas em áreas diferenciadas e seu impacto na vida das crianças e jovens das cidades. O Mapa da Criança e do Adolescente é dividido em três cadernos: informações de planejamento estratégico e participativo; indicadores Prefeito Amigo da Criança - formulário que deve ser preenchido pelas gestões e enviado à Fundação Abrinq; e fontes de recursos e projetos de apoio, com informações de programas do Governo Federal e de instituições de financiamento. O Mapa facilita o planejamento das gestões municipais voltadas à infância e à adolescência.
Trabalhadores protestam contra a mudanças da CLT
O Parque Farroupilha foi o local da manifestação do Dia do Trabalho deste ano, promovida ontem pela Central Única de Trabalhadores (CUT) em Porto Alegre. Cerca de 800 pessoas, representantes de diversas categorias sindicais - como Assufrgs, Unafisco e bancários - aproveitaram a comemoração para protestar contra as mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que tramitam no Congresso. O prefeito João Verle também discursou para os manifestantes.
Na Redenção, também houve apresentação de músicos que gravaram o CD do Comitê Gaúcho do Fórum Social Mundial. "O 1º de maio é um dia de reflexão e luta, mas também de lazer e cidadania", afirma Quintino Severo, presidente estadual da CUT. O presidente Fernando Henrique Cardoso foi o principal alvo de críticas durante as cinco horas de protesto. Ele foi acusado de praticar "uma política econômica recessiva, que causa desemprego, miséria e violência", segundo Severo. De acordo o dirigente, as mudanças na CLT são uma armadilha para o trabalhador. "Este projeto permite que todos os direitos previstos na lei - como 13º salário e licença maternidade - não sejam mais obrigatórios, mas sim objeto de negociações entre patrões e empregados", alega. O pacote antigreve, que também está tramitando no Congresso, também foi alvo de crítica pelos manifestantes.
Houve manifestações da CUT em mais 14 municípios gaúchos, entre os quais Lajeado, Pelotas, Caxias do Sul e Santa Cruz do Sul. Em Parobé, a Força Sindical reuniu mais de 20 mil pessoas em um ato público.
Na zona norte de São Paulo, a Força Sindical reuniu mais de 800 mil pessoas. A organização chegou a sortear entre os participantes carros e até apartamentos. A CUT planejou comemorações descentralizadas este ano, com 26 grandes atos em todo o País. Sete deles ocorreram somente na Região Metropolitana de São Paulo.
Ministro quer retomar discussão do projeto
O ministro do Trabalho, Paulo Jobim, defendeu ontem a retomada da discussão do projeto que altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A proposta saiu da pauta de discussão em regime urgente urgentíssimo para que os deputados pudessem votar a continuidade da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Jobim espera que, até o fim do ano, o assunto volte ao plenário da Câmara.
Segundo o ministro, as mudanças previstas no plano incentivarão as negociações trabalhistas. "O Brasil tem hoje 2,5 milhões de ações trabalhistas em andamento, contra uma média de 70 a 75 mil em outros países." De acordo com Jobim, a lei atual dá incentivo ao conflito e não à negociação. O ministro do Trabalho participou ontem de manhã da comemoração do 1º de maio organizada pela Força Sindical na capital paulista.
Artigos
Loas ao Ministério Público
Léo L. Vieira
A imprensa publicou matéria alusiva aos marqueteiros que esmiuçam o lado mais atraente dos candidatos para as próximas eleições. Não será necessário explicar com mais detalhes o lado feio de certos personagens que, através dos anos, passam incólume pela Justiça, sem um arranhão que possa lhes valer um puxão de orelhas, uma reprimenda ou castigo de alguns dias na cadeia pelo descumprimento da lei, da justiça e da honra ultrajada. O interessante da notícia é que um batalhão de 610 procuradores da República e 8.700 promotores e procuradores estaduais estão a serviço da sociedade brasileira, haja vista a derrubada de quatro senadores, processo contra 30 ministros, 20 governadores, 25 senadores, 50 deputados e uma infinidade de personalidades envolvidas em falcatruas ou crimes contra o erário público. Essa travessia entre o bem e o mal, me faz lembrar de uma menina que indagou do pai como deveria portar-se quando a televisão mostrava, em horário infantil, os horrores dos crimes e das ofensas verbais: o melhor seria desligar a televisão para que o mal não e ntrasse em casa, disse o pai. Ela disse: Mas, como, pai, aí eu não vou conhecer o lado do homem errado, pois não fico sabendo quem é o bandido para bani-lo da minha mente. Assim está acontecendo com os milhares de candidatos que se escondem por trás de uma máscara onde suas aparências são de bonzinhos e honestos, jamais se imaginaria que poderiam estar envolvidos em delitos como cidadãos suspeitos ou desonestos. Finalmente, o Ministério Público acabou de esmiuçar o sigilo bancário de pelo menos 50 autoridades esparramadas pelo País afora. Esses homens que honram o Ministério Público, todos jovens, abrem uma nova página contra os esbusteiros ou mentirosos candidatos. Esta nova mentalidade de abertura de um Brasil renovado tem sentido quanto os brasileiros começam acreditar mais em dedicados advogados, juízes e promotores públicos.
Colunistas
FERNANDO ALBRECHT
Revitalização do Centro...
A prefeitura de Porto Alegre já iniciou operação com a Caixa Econômica Federal e a embaixada da França no Brasil para viabilizar a reforma de imóveis antigos e tombados do Centro para fins de moradia. Exemplo é o prédio da Sul América, na Borges de Medeiros, que durante o Fórum Social Mundial foi ocupado pelo movimento dos sem-teto. Só que desta vez a União se faz presente também na propaganda. Há quem ache que não ajuda muito revitalizar o Centro colocando nele famílias de baixa renda. Serão 78 famílias no prédio, a um custo de mais de R$ 1,7 milhão, cerca de R$ 30 mil por unidade. Sem falar nas despesas de condomínio, elevador, luz etc que deverão ser pagas pelos novos inquilinos.
Batuqueiros de Codó I
No creo em las brujas, pero que las hay, las hay...
se aplica rigorosamente em um grupo de batuqueiros maranhenses chamado Batuqueiros de Codó, que em áureos tempos freqüentava a Casa da Dinda, de Fernando Collor, em Brasília. A fama do grupo é tenaz. Dizem que não existe praga que não possam rogar - e tornar verdadeira. Depois que foi defenestrado do poder, Collor procurou os Batuqueiros de Codó para fazer um trabalho contra seus inimigos. E bota trabalho nisso.
Batuqueiros de Codó II
Sobrou para todo mundo. Mais precisamente, cerca de 50 pessoas ou morreram, ou foram cassadas, ou não foram reeleitos, sem falar em desgraças menores como perda de emprego, de fortuna etc.. Entre os que foram desta para uma melhor estão seu irmão Pedro, sua mãe Leda, PC Farias, sua mulher Helga e sua amante, para citar só alguns. O jornalista Adão Oliveira está ultimando o listão dos 50 que teriam sido vitimados pelos Batuqueiros de Codó. Quando fala neles, Adão bate na madeira três vezes.
E por falar em Brasília...
...o jornalista Adão Oliveira está escrevendo um livro sobre Ibsen Pinheiro. Em fase de recolhimento de depoimentos, Adão vai de Ceca a Meca para contar a história do ex-parlamentar. Entre as histórias, Ibsen relata que, um dia depois de cassado, apresentou-se ao Ministério Público gaúcho. Na rua, transeuntes manifestaram-lhe sua perplexidade, incredulidade, piedade, espanto, mas nunca condenação.
Cabo eleitoral
Quem matou a charada há semanas foi o interino desta página, Pedro Maciel, o que agora é referendado pelo jornalista Paulo Sant'Ana: Leonel Brizola e seu PDT deram a vitória a Olívio Dutra em 1998 e podem dar novamente o Piratini de bandeja ao PT. E olha que Tarso precisa desta força. As últimas pesquisas dão a ele em torno de 34% dos votos, que é pouco considerando que a) ele já foi lançado e teve espaço enorme na mídia; b) o PT representa cerca de um terço dos eleitores. Se Tarso tivesse com essa bola toda, teria perto de 50% das intenções de voto desde já.
Dureza na campanha
Enquanto seu lobo não vem, as candidaturas já postas colocam a questão da (in)segurança como ponto chave na campanha. Caso de Celso Bernardi (PPB) que falou duro em encontro realizado na Região Celeiro, em visita a Ijuí, Catuípe e Augusto Pestana. "Com o PPB no Palácio Piratini os bandidos, os assaltantes e desordeiros só terão duas opções: ou vão embora do Rio Grande ou vão para a cadeia", disse Bernardi. Recorde-se que ele já disse que no seu governo praticará "tolerância zero" com relação às invasões de terras.
Mercado agitado I
O mercado publicitário anda agitado. Não só com as mudanças nas agências, mas pela temporada em que a característica é o pé no freio, seja pela aproximação da Copa do Mundo, seja pela indefinição do quadro sucessório. Uma das exceções é a Arauto, que conquistou meia dúzia de contas de vulto em dois meses. Já a Competence dará hoje coletiva em que mostrará suas ações, novas contas e seu desempenho no mercado publicitário gaúcho.
Mercado agitado II
Enquanto isso, a Upper esclareceu em comunicado oficial a saída de Marcelo Pires da casa, dizendo que "este desligamento se dá em clima de absoluta cordialidade. Depois de um período de experimentação previamente planejado, por consenso, as partes decidiram não efetivar a sua sociedade. Alguns motivos são conjunturais, outros são empresariais e outros pessoais". A direção da Upper volta a ter Luiz Henrique Rosa no comando.
Três Coroas
A simpática Três Coroas está em festa para comemorar o 43º aniversário do município. O festerê começou ontem e vai até dia 12. Shows, palestras, mostras artísticas, promoção de peças teatrais, bailes e, claro, muito chope fazem parte da comemoração.
33 juízes gaúchos da Amatra IV participam do Congresso Nacional dos Magistrados do Trabalho, em Blumenau.
Roberto Plentz, diretor de marketing da Santa Casa, fala hoje em São Paulo no Encontro de Santas Casas.
Savarauto promove dias 3 a 5 o Star Show Mercedes-Benz na Nilo Peçanha, em frente ao Iguatemi.
Idosos a partir dos 60 anos já podem se inscrever no concurso Banco Real Talentos da Maturidade.
Linha Mestra Eventos coloca sua infra para apoiar o Instituto do Câncer Infantil.
Laurita Leão entrevistando o goleiro Danrlei é atração de hoje na Mercearia do Padre, na Padre Chagas.
Memorial do RS apresenta a partir de hoje o evento múltiplo Uruguai no Memorial.
ADÃO OLIVEIRA
A raia
Antônio Britto será candidato à sucessão de Olívio Dutra, mas ainda não assumiu a candidatura. Ontem, na sede do PPS, seus companheiros conclamaram a que ele aceitasse ser candidato mas Britto ainda não anunciou oficialmente a sua candidatura. Pediu alguns dias para articular composições que possam lhe facilitar a "empreitada", tanto no primeiro quanto no segundo turno.
Com José Fogaça aconteceu a mesma coisa.
O senador teve seu nome saudado, mas solidário, pediu compreensão e paciência aos presentes e, justificou o pedido de aguardar mais uns dias, em virtude da verticalização das coligações. Fogaça disse que a decisão do TSE proporcionou a formação da "ditadura das cúpulas partidárias" para quem o desejo das bases não vale nada. A ditadura das cúpulas, segundo Fogaça, exige submissão de seus filiados, sem levar em conta a história do partido.
Mas, essa decisão dos dois "cardeais" parece não ter agradado a maioria dos presentes à sede do partido da rua Pelotas. Tudo estava montado para uma grande festa. Antes da chegada triunfal de Britto e Fogaça houve uma reunião do Diretório Estadual do Partido Popular Socialista, presidido por Nelson Proença. Nesse encontro foi tirada uma nota em que, entre outras coisas o PPS conclama Britto e Fogaça para que "reavaliem a elogiável e construtiva postura de despreendimento, mantida até aqui, e aceitem a indicação do PPS e dos gaúchos, assumindo a condição de pré-candidatos a governador e a senador, respectivamente".
"Se os aguapés se mexeram é porque a traíra é grande", vibrava um néo-comunista, que estava ansioso pelo lançamento das candidaturas, pouco antes dos discursos de Britto e Fogaça. Depois dos discursos, o entusiasmo, entre os presentes, já não era tão grande. "Houve reversão de expectativa", disse-me um velho comunista que resistia em cantar o hino brasileiro, puxado por um Nelson Proença, completamente desafinado. O Hino Riograndense não teve melhor sorte. O deputado Cézar Busatto, num tom "lá em cima" cantava aos gritos "sirvam nossas façanhas de modelo a toda a terra", para espanto da cantora Isabel Fogaça que, afinadíssima, tentava dar à música, o tratamento que ela merece.
Em vão!
Como deputados, Proença e Busatto são péssimos cantores.
Depois dos hinos e dos vivas, Britto chegou à coletiva "a não fazer". Para isso repetia, sem parar, uma frase de Tancredo Neves: Se tinha coletiva porque eu fiz o discurso?"
Para nada!
Nem o discurso, nem a coletiva valeram para nada. Faltava a frase que todos os gaúchos esperavam, como ele mesmo disse : "metade por alegria e metade por medo".
"Eu sou candidato".
A frase não veio, embora tudo estava montado para que ele fosse dita. Até a data foi marcada. E mais, os dois candidatos estavam lá, acompanhados de suas mulheres. Britto, com a advogada Luciana Maydana e Fogaça com Isabel. Talvez, só elas soubessem que tudo aquilo daria em nada. Só pantomima.
Britto admitiu, mas não anunciou a candidatura alegando que precisava conversar, articular e, irônico deu um incompreensível "até logo" para Brizola.
Eu que lá estava e "para não chover no molhado" perguntei a Luciana Maydana :
"Dona Luciana, seu marido é candidato?".
Ela não se fez de rogada e, simpática, respondeu-me:
"Ele não costuma fugir da raia".
E, diante da minha incredulidade, repetiu:
"Ele não costuma fugir da raia!".
CARLOS BASTOS
Só faltou PPS homologar Antônio Britto
A reunião do diretório regional do PPS, ontem, indicou que o partido terá o ex-governador Antônio Britto como candidato ao governo do Estado, e o senador José Fogaça como candidato a uma das vagas no Senado Federal. Só faltou a homologação oficial das duas candidaturas. Tanto Britto, como Fogaça, preferiram adiar por alguns dias o lançamento de suas candidaturas, aguardando as articulações que estão se desenvolvendo com outros partidos. O principal alvo do PPS gaúcho é o PFL de Germano Bonow, Onyx Lorenzoni e Reginaldo Pujol. Todos eles tem muita identidade com o ex-governador Britto e se identificam com os rumos que foram dados à sua gestão quando ocupou o Palácio Piratini. A aliança com o PFL resolve o problema de espaço do candidato em rádio e televisão, e inclui Bonow como candidato a vice, na condição de ser bom de voto, tanto que sempre se elegeu para a Assembléia com expressivas votações.
Diversas
Última
Não se espantem os eleitores gaúchos se o PPS chegar ao requinte em sua chapa majoritária de apresentar Antônio Britto para o governo do Estado, Germano Bonow do PFL, para vice-governador, e apenas o senador José Fogaça como candidato a reeleição para o Senado. A outra vaga ficaria, assim, em aberto para possibilitar a "aliança branca" com o PTB de Sérgio Zambiasi.
Editorial
ELEIÇÕES SÃO TERRENO FÉRTIL PARA UTOPIAS DECEPCIONANTES
Mesmo com os problemas brutais que a Argentina está sofrendo há candidatos a presidente aqui no Brasil que sequer enrubescem quando prometem atender todas as demandas nacionais, conciliando o que é impossível.
Estamos ouvindo um rosário de utopias que, não cumpridas, decepcionarão. O antagonismo do que é falado com a realidade das finanças é flagrante, não se pode baixar juros e subsidiar diversos setores, simultaneamente com impostos e inflação também baixos, valendo somente a tal de "vontade política". De onde virão os recursos? É preciso que fique claro uma coisa, os governos não geram dinheiro, jamais geraram e quando o fizeram despejaram em cima do povo humilde o pior dos tributos, a inflação, que prejudica os que não têm aplicações em bancos, sem falar nos mais de 50 milhões de brasileiros que sequer têm conta corrente.
Como abandonar o ajuste fiscal? Como deixar de produzir superávit primário de 3,5% do PIB nas contas públicas, a fim de não aumentar, ainda mais, a dívida federal? Como não honrar os compromissos com o FMI e Banco Mundial, se deles precisamos, com déficit em transações correntes, embora declinante, em torno aos US$ 19 bilhões nos últimos 12 meses? Como não incentivar a substituição das importações, aumentando o saldo positivo da balança comercial, tão importante? Como reajustar aposentadorias, pensões e as chamadas carreiras de estado sem manter uma planta de impostos aprovada por unanimidade? Como, enfim, realizar a Reforma Tributária se todos, União, governadores, prefeitos e empresários apenas querem ganhar no bolo, sem abrir mão de nada?
Pois estamos ouvindo prometerem aquilo que, antecipadamente, sabemos não será cumprido. A Argentina está enredada por seus próprios defeitos, não por uma overdose da cartilha neoliberal, que somente ocorreu nas privatizações. Buenos Aires aplicou pedaços dos mandamentos de Wall Street, mas deixou de fora tudo o que era impopular, como disciplina fiscal, combate à sonegação, liberalização dos mercados e modernização do parque industrial, além de não ter cumprido 19 acordos com o FMI. A conversibilidade de um peso por um dólar manteve o egocentrismo portenho nas alturas, tão alto que se um argentino de lá caísse morreria.
Também decepcionados, os eleitores franceses de Jospin e Chirac acabaram por votar em Le Pen. O lepenismo é conseqüência do desencanto político e partidário à esquerda. Vamos nos colocar no lugar do próximo presidente da República e ver o que ele poderá realizar frente aos clamores populares. Primeiro, as 19 milhões de aposentadorias e pensões do INSS, realmente baixas, déficit de R$ 16 bilhões em 2002 entre o que é arrecadado e pago. Aí, somente o aumento do emprego formal resolverá. Mais 50 milhões de p otenciais contribuintes que não pagam a previdência oficial, mas dela usufruem, via SUS. Reajuste dos servidores federais, civis e militares, é uma necessidade, porém não poderá mais ser linear, sob pena das injustiças voltarem. Juros mais baixos, somente quando o Brasil não precisar tanto dos capitais externos, déficit de US$ 18 bilhões anuais em conta corrente, ainda coberto pelos investimentos diretos estrangeiros. Os dólares devem chegar é via balança comercial. Reforma Tributária urgente, fato inquestionável. O que faz tremer os técnicos fazendários é a transição do modelo, quando uma inevitável queda da arrecadação desequilibrará as contas, perturbando os orçamentos do País. Assim, sucessivamente, vemos que há muito blá-blá-blá inconseqüente.
Administrar o Brasil é, antes de tudo, tomar decisões impopulares, rígido na aplicação das leis, saber aglutinar forças parlamentares e continuar avançando nas reformas. Fora disso, seremos uma nova versão, ampliada e perversa, da Argentina.
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05/02/2002
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