Bornhausen: depois de 12 dias, PF tem de dizer de onde saiu o dinheiro do dossiê



O senador Jorge Bornhausen (SC), presidente do PFL, afirmou da tribuna nesta terça-feira (26) que a Polícia Federal tem a obrigação de informar aos brasileiros de onde saiu o R$ 1,7 milhão, apreendido há 12 dias, que seria usado no pagamento de um dossiê contra os candidatos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin.

- Já se passaram 12 dias, tempo suficiente para que as investigações tivessem chegado à origem do dinheiro, dos reais e dos dólares escusos - disse.

O senador criticou o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a quem a Polícia Federal está subordinada.

- O ministro não merece nossa confiança, porque ele tem sido um competente advogado criminalista do presidente da República, mas não ministro da Justiça - afirmou.

Jorge Bornhausen acusou o ministro de "arrastar" a investigação da compra do dossiê para depois das eleições.

O senador também criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por entender que "ele mentiu ao Brasil" ao dizer que Jorge Lorenzetti, envolvido na negociaçãodo dossiê, não seria funcionário do governo. O senador leu declaração de Eurides Mescolotto, presidente do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc), hoje gerido pelo governo federal, o qual sustentou que a demissão de Lorenzetti de uma diretoria do banco dependia do ministro da Fazenda.

O presidente do PFL desafiou o presidente Lula a participar do debate com os outros candidatos à Presidência, na quinta-feira (28), na TV Globo.

- Vá ao debate, presidente Lula. Vá lá mostrar as palmas que não existiram na [Assembléia Geral da] ONU. Vá lá dizer que não conhece e não sabia do 'valerioduto' do 'mensalão'. Vá lá dizer que nunca ouviu falar dos aloprados, como os chamou, Freud Godoy e Jorge Lorenzetti, seus íntimos. Vá lá. Porque quem convive com aloprado, aloprado é - disse Bornhausen.

26/09/2006

Agência Senado


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