Heráclito entende que Dilma saiu-se bem mas não convenceu sobre dossiê



O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) considerou correto o comportamento da ministra da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Rousseff, de permitir aos senadores perguntas relativas à suposta montagem de um dossiê contra pessoas ligadas ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na audiência pública realizada nesta quarta-feira (7) na Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI).

Dilma foi convocada para prestar esclarecimentos sobre o andamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas respondeu algumas perguntas relativas ao dossiê, que negou existir.

Heráclito, porém, questionou o fato de a ministra ter demorado a atender à convocação dos senadores, que propuseram a audiência para março deste ano. Por outro lado, manifestou sua convicção de que, na reunião desta quarta-feira, Dilma foi "inteligente e contrariou os aloprados do governo ao liberar as perguntas".

- A ministra veio e viu o que a denúncia sobre o dossiê pode ter partido de "fogo amigo", de dentro do próprio Palácio, por quem teve interesse em afastá-la da candidatura a presidente - disse, observando, por outro lado, que os esclarecimentos de Dilma sobre o documento elaborado pelo governo "não convenceram".

Heráclito recorreu a outros episódios ocorridos durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva para reiterar suas críticas relativas à formação de dossiês neste governo, exemplificando o caso do caseiro Francenildo, que culminou com a queda do ex-ministro da Fazenda e atual deputado federal pelo PT de São Paulo, Antonio Palocci.

- A ministra não pode negar a prática do governo de fabricar dossiês. É uma rotina no Planalto. Ela só tem que mostrar que nada ocorreu na sua gestão. O que não é fácil, avaliou o parlamentar pelo Piauí.

PAC

Heráclito Fortes também cobrou do governo as obras anunciadas para o PAC. Segundo ele, até o momento, só existem promessas e quase nenhuma realização em prol do desenvolvimento do país.

- A maravilha que se propaga do Brasil é mera especulação. Não temos um passo concreto na educação, na melhoria da saúde e abandonamos a indústria e o setor produtivo. Na realidade, somos apenas um paraíso fiscal para especuladores estrangeiros - criticou o senador.



07/05/2008

Agência Senado


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