Bush tem aval para ataque e Taleban promete reagir



Bush tem aval para ataque e Taleban promete reagir O Senado dos EUA aprovou, por unanimidade, autorização para o presidente George W. Bush "usar toda a força" contra os autores dos atentados que destruíram o World Trade Center e parte do Pentágono na última terça-feira. Os deputados devem dar hoje autorização semelhante. O Congresso aprovou pacote de US$ 40 bilhões para operações militares e de resgates a vítimas. O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, deu sinais claros de que o Afeganistão poderá ser o primeiro alvo. O país abriga o saudita Osama bin Laden, apontado pelos EUA como o principal suspeito de comandar os atentados. "Este conflito começou no momento e em termos determinados por outros. Vai terminar da maneira que nós decidirmos", disse Bush em cerimônia pelas vítimas, em Washington. O desempenho do presidente diante da crise é aprovado por 86% da população, segundo pesquisa. São 77% os que defendem retaliação mesmo que ela signifique a perda de civis. Os EUA convocaram 35 mil reservistas. No Afeganistão, o Taleban, grupo que controla quase todo o país, afirmou que partirá para a vingança caso seu território seja bombardeado. Embora tenham prometido apoiar os americanos na luta contra o terrorismo, governantes da Europa afirmaram ontem que não entrarão em guerra contra outros países. Em todo o mundo, cerimônias homenagearam as vítimas dos ataques terroristas. Em Nova York, no local em que se erguiam as torres do World Trade Center, Bush foi saudado aos gritos de "USA! USA! USA!" pelas equipes de resgate. (pág. 1 e cad. Guerra na América) * As bolsas despencaram ao redor do mundo e, na Europa, foram aos níveis mais baixos desde outubro de 98, época da crise russa. Frankfurt recuou 6,29%. São Paulo fechou com baixa de 2,63%. A Bolsa de Nova York ficou fechada, mas a previsão para segunda-feira é de queda entre 5% e 10%. O dólar chegou à cotação mais baixa dos últimos seis meses em comparação ao iene e ao euro. (pág. 1 e cad. Especial, pág. 17) * Passageiros do primeiro vôo dos EUA para o Brasil após o ataque, vindos de Miami, contam que não foram admitidos alicates nem tesouras de unhas, que os talheres eram de plástico e que a cabine de pilotos ficou trancada. O número de brasileiros desaparecidos caiu de 28 para 26. (pág. 1, cad. Especial, pág. 12 e 13) * Vimos imagens terríveis. O atentado foi concebido pensando nas imagens. Levou em conta, de maneira maníaca, o efeito comunicativo da televisão. Nunca a precisão e a sucessão dos eventos atingiram efeito tão estupefaciente. Os rostos desesperados das vítimas não são diferentes dos de milhões de desesperados que vi todos esses anos. No mundo de hoje, não existe proteção. Tudo se nivelou. O olhar atônito nas fotos de Powell, de Chirac, de Bush, mostra o quanto estávamos despreparados para isso. (Sebastião Salgado) (pág. 1 e cad. Especial, pág. 16) * Parece quase de mau gosto falar agora sobre dólares e centavos depois de um assassinato em massa. No entanto devemos nos perguntar sobre as conseqüências econômicas do horror de terça-feira. Esses abalos não precisam ser sérios. Embora possa soar terrível dizer isso, o ataque do terror, assim como o dia da infâmia, que pôs fim à Grande Depressão, poderá até causar alguns benefícios econômicos. Nossa economia é tão imensa que as cenas de destruição, por mais impressionantes, são só um incômodo menor. (Paul Krugman) (pág. 1 e cad. Especial, pág. 23) Editorial "Rumo independente" A posição do Governo brasileiro ante os trágicos atentados terroristas ocorridos nos EUA ainda é vacilante. Deplorou o fato, como não poderia deixar de fazer, mas não mostrou o caminho prático que efetivamente tomará. Num momento que muitos afirmam ser de transição na ordem mundial, o Brasil tem de abraçar posições mais firmes e claras em favor da democracia e do respeito aos direitos individuais. A solidariedade com a população norte-americana deve ser total. Os atentados constituíram-se numa tragédia inominável e não é possível ser conivente com o terrorismo. Porém não parece conveniente embarcar na ânsia de vingança, no desejo de "retribuir na mesma moeda", de usar a lei de talião. (...) (pág. A-2) Colunistas Painel Leonel Brizola (PDT) deu uma semana de prazo para Itamar Franco trocar o PMDB pelo PDT. Do contrário, anunciará seu apoio a Ciro Gomes (PPS) na sucessão presidencial. * Brizola tem pressa na resposta de Itamar porque quer ter tempo para filiar novos parlamentares ao PDT antes do prazo legal (5 de outubro). O que não ocorrerá enquanto o partido não definir seu rumo na sucessão. * José Sarney disse ontem à família que não aceitará disputar a presidência do Senado. Os próprios filhos, no entanto, encararam a negativa com cautela. Como ele é sempre muito imprevisível, ninguém ficará surpreso se o peemedebista mudar de idéia. (pág. A-4) Topo da página

09/15/2001


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