Taleban: "Nunca nos renderemos"



Taleban: "Nunca nos renderemos" O Taleban, milícia islâmica que governa o Afeganistão, desafiou ontem os norte-americanos a promover uma invasão em busca do saudita Osama bin Laden, suposto responsável pelos atentados terroristas em Nova York e Washington. "Se eles querem mostrar seu poder, estamos prontos e nunca nos renderemos", disse o representante do governo afegão no Paquistão, Sohail Shaheen, como informa o enviado especial Lourival Saint´Anna. Shaheen descartou a possibilidade de Bin Laden ser expulso do Afeganistão. "O ultimato (dos EUA) enfureceu os muçulmanos do mundo e pode mergulhar toda a região numa crise", alertou. Bin Laden pode já ter deixado o território afegão, possivelmente rumo à Chechênia ou ao Líbano. Na província afegã de Samangan, desde quinta-feira intensificaram-se os combates entre o Taleban e as forças de oposição da Aliança do Norte. (pág. 1, A13 a A24) * Os líderes dos 15 países da União Européia (UE) manifestaram ontem "solidariedade ilimitada" aos EUA. Líder no processo de apoio aos americanos, o britânico Tony Blair classificou a decisão de histórica e pediu a adoção de medidas para combater o terrorismo. (pág. 1 e A20) * O Banco Central fez ontem seis leilões de títulos cambiais, para tentar interromper a disparada do dólar, que chegou a R$ 2,84 e fechou a R$ 2,835 - alta de 2,72% em relação à véspera. Em dia de mercado tenso, a Nasdaq e as bolsas de Nova York, Paris, Londres e Frankfurt caíram - a Bovespa fechou em queda de 1,19%, após ter chegado a -6,20%. (pág. 1, B1 e B17) * Os ministros das Relações Exteriores das Américas aprovaram ontem proposta do Brasil de invocar o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, pelo qual cada país contribui com a luta contra um inimigo comum. O gesto foi bem recebido em Washington. "Quero transmitir a gratidão do meu país ao Brasil", afirmou o secretário de Estado Colin Powel. (pág. 1 e A20) * A tática americana contra o Taleban poderá envolver apoio ao rei exilado Zahir Shah. Ele voltaria ao poder apoiado pela Aliança do Norte, que domina parte do Afeganistão e tem feito contato com o rei em Roma. Antes, os EUA querem um governo provisório da ONU. (pág. 1 e A18) * Os estragos do atentado ao World Trade Center podem continuar. Uma equipe de engenheiros tenta evitar que os sete andares do subsolo das torres desabem em meio a entulho, água e tubulações. Há risco de desestabilizar mais prédios vizinhos. (pág. 1 e A22) * A polícia do Paraguai prendeu ontem, na fronteira com o Brasil, 17 pessoas de origem árabe. Elas portavam documento falsos e constam de lista da Interpol como suspeitas de estarem ligadas a grupos extremistas. Um casal teria fugido para o Brasil. (pág. 1 e A24) * O ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, disse ontem que o MST não tem poder para expulsar famílias de assentamentos, como recentemente ocorreu no Paraná. "Não é sua função receber repasses de dinheiro para o assentamento, nem tirar as pessoas que estão assentadas, pois o movimento não é dono das terras." Lembrou que o MST não pode fazer o papel de juiz. (pág. 1 e A12) Editorial "Fins e meios de uma luta global" Não conseguindo, ao que parece, distinguir o mais importante - frente mundial antiterror - do que foi estabelecido como urgente - a ofensiva contra Bin Laden e milícias que o protegem -, Bush subordinou a política e a diplomacia a uma retórica bélica e unilateralista. (pág. 1 e A3) Topo da página

09/22/2001


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