CAE APROVA NOVA LEI DE INFORMÁTICA



Após uma longa discussão, os senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) estabeleceram um acordo parcial e aprovaram parecer favorável à nova lei de informática. O relator da matéria, senador Ney Suassuna (PMDB-PB), aceitou emendas que havia preliminarmente rejeitado. Isso não impediu que outros parlamentares apresentassem destaque para votação em separado das emendas que não foram, ao final, incluídas no parecer do relator. Uma delas foi aprovada. O acordo parcial obtido na CAE, no entanto, não terá validade na votação em plenário. O único a votar contrariamente foi o senador Roberto Saturnino (PSB-RJ).

O relator acolheu duas emendas apresentadas pelo senador Paulo Souto (PFL-BA). A primeira impede a concessão dos benefícios fiscais para os estados cujas empresas, entre 1996 e 1999, tenham sido agraciadas com mais da metade da renúncia fiscal decorrente.

- Vamos falar português claro: esta emenda limita incentivos a São Paulo, para redirecioná-los aos outros estados brasileiros - afirmou o líder do governo, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), que pediu a inclusão, no relatório, das emendas de Souto.

A segunda emenda de Paulo Souto incluída no relatório de Suassuna estende os benefícios para os bens de informática e automação produzidos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste até 31 de dezembro de 2003. Após esta data, os benefícios transformam-se em redução do Imposto sobre Produtos Industrializados, de 95% em 2004; 90% em 2005; e 85% de 2006 a 2009, quando será extinto.

Após o acordo parcial, ocorrido durante a reunião da comissão, Suassuna acolheu também a emenda da senadora Heloísa Helena (PT-AL), que inclui entre os integrantes do Comitê Gestor do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico um representante de entidade sindical de âmbito nacional dos trabalhadores do setor de informática.

O senador incluiu também duas emendas do senador José Eduardo Dutra (PT-SE), que permitem a inclusão, entre os bens e mercadorias que terão direito aos benefícios da nova lei, os equipamentos médico-hospitalares. As duas outras emendas aceitas por Suassuna ampliam as regiões beneficiadas com os incentivos. As propostas, apresentadas pelo senador Ricardo Santos (PSDB-ES), alteram o critério geográfico que contempla as regiões Norte e Nordeste pelo critério geo-político, incluindo nas regiões beneficiadas municípios mineiros e capixabas que integram a área de atuação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).

Os senadores pelo Amazonas pediram destaque para votação de emendas que excluem telefones celulares e monitores de vídeo da lista de produtos que serão considerados bens de informática e sujeitos aos benefícios. Na votação em separado, foram rejeitadas. Também não foram aprovadas as emendas que preservavam os benefícios exclusivos da Zona Franca de Manaus.

Os celulares e monitores de TV foram excluídos do rol de bens de informática no parecer aprovado pela Comissão de Educação (CE), mas reincorporados no parecer de Suassuna. Na votação da emenda, o senador Bernardo Cabral pediu verificação nominal, mas a alteração do texto foi rejeitada por 13 votos contra 7.

A única emenda aprovada em votação em separado foi apresentada pelo senador José Eduardo Dutra. Ela prevê que as empresas, para fazerem jus ao benefício fiscal, deverão implantar sistema de qualidade e programa de participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa.

28/11/2000

Agência Senado


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