CAE aprova projeto que reajusta deduções com dependentes no IR



A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou nesta terça-feira (dia 12) projeto de lei de autoria do senador Arlindo Porto (PTB-MG) que reajusta em 51,11% os valores da dedução para cada dependente do contribuinte pessoa física do Imposto de Renda. Em seu parecer, o relator da matéria, senador José Alencar (PMDB-MG), disse que a medida vai corrigir uma grave injustiça cometida pelo governo contra a população.

Pelo projeto, a dedução mensal com dependente no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) passa de R$ 90 para R$ 136 mensais, enquanto o valor da dedução anual passa dos atuais R$ 1.080 para R$ 1.632. O parecer de José Alencar foi aprovado com 12 votos favoráveis e 3 abstenções - dos senadores Romero Jucá (PSDB-RR), líder do governo, Bello Parga (PFL-MA) e José Fogaça ( PMDB-RS).

Comentou-se na reunião a possibilidade de Jucá entrar com requerimento, com a assinatura de nove senadores, como determina o Regimento, pedindo que a matéria seja apreciada pelo Plenário antes de seguir para a Câmara. Se ele não fizer isso, a matéria seguirá direto ao exame dos deputados, que já discutem matéria mais ampla, de autoria do senador Paulo Hartung (PPS-ES), que reajusta não somente os valores das deduções com dependentes, mas também a tabela progressiva do Imposto de Renda, congelada desde 1995.

Romero Jucá apresentou requerimento para adiar a votação argumentando que iria levantar, na Receita Federal, o impacto do projeto sobre a arrecadação tributária federal. A CAE rejeitou o pedido. Já o senador Fogaça considerou o projeto "muito sedutor", mas explicou que não poderia votar a favor, porque entendia não caber ao Legislativo fixar tabela de dedução do IRPF. Disse também temer o aspecto terminativo do projeto, por impedir uma discussão mais aprofundada da matéria no Senado.

O senador José Eduardo Dutra (PT-SE) argumentou que o projeto poderá ser melhor discutido no Plenário do Senado, caso haja requerimento nesse sentido, mas advertiu que a Justiça tem dado ganho de causa para quem contesta o não reajuste da tabela do IRPF e dos valores das deduções praticados ilegalmente pelo governo. O Senado teria, assim, a seu ver, a oportunidade de evitar o congestionamento da Justiça com milhões de processos. Nessa mesma linha, o senador Jefferson Péres (PDT-AM) afirmou que a Constituição não dá direito ao Executivo de elevar a carga do IR sem consultar o Congresso, coisa que na verdade o governo faz, ao não reajustar a tabela e os valores das deduções.

Para o senador Roberto Saturnino (PSB-RJ), é preciso que o Congresso manifeste sua insatisfação com a injustiça cometida pelo governo contra os contribuintes. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que a população vem sofrendo com reajustes de preços, como os de consulta médica, de mensalidades escolares e outros, tendo de conviver com o congelamento dos salários e o aumento artificial da carga tributária. O senador José Agripino (PFL-RN) também defendeu o projeto, afirmando não ver qualquer motivo para rejeitar a matéria, de largo interesse social.



12/06/2001

Agência Senado


Artigos Relacionados


Senado aprova projeto que reajusta salário de carreiras do Executivo

Senado aprova projeto que reajusta bolsa dos médicos residentes

Assembléia aprova projeto do Governo que reajusta salário do magistério

CAE aprova projeto que inclui nascituro no rol de dependentes para dedução do IR

Comissão de Educação aprova amplo pacote de deduções do Imposto de Renda

Projeto inclui despesas com material escolar nas deduções do IR