Calçada era um presidente desinformado, diz Geraldo Althoff
Entre as irregularidades, está o depósito de R$ 2,03 milhões na conta do responsável pelo departamento de futebol amador do clube, Aremithas José de Lima. De acordo com Calçada, os recursos foram depositados na conta do funcionário pela Vasco Licenciamentos - empresa contratada para tratar da imagem do Vasco - para pagamento da alimentação de 130 jovens atletas do clube que moram em São Januário, uma vez que as contas oficiais do clube estavam bloqueadas pela Justiça para pagamento de dívida junto à Portuguesa, relativa ao passe do jogador Dener, que acabara de falecer.
Outro problema encontrado por Althoff no período foi um cheque no valor de US$ 110 mil, pagos em dezembro de 1998 pela Confederação Sulamericana de Futebol pela participação do Vasco da Gama na Copa Toyota no Japão e endossado pelo vice-presidente do clube, o deputado Eurico Miranda. "Esse cheque nunca entrou na contabilidade do Vasco", afirmou Calçada, ao garantir que os recursos foram usados para pagar a permanência da delegação vascaína de futebol no Japão para a disputa da Copa.
O ex-presidente do Vasco da Gama insistiu em negar quatro documentos em poder da CPI comprovando o envio total de R$ 12,5 milhões para o Banco Liberal de Nassau, nas Bahamas. Calçada repetiu diversas vezes que o Vasco não tem conta no exterior e que os recursos não foram enviados para paraísos fiscais. Segundo ele, o valor era para pagar negociações envolvendo os jogadores Donizeti, Guilherme e Luizão.
Junta Médica
Junta médica do Senado analisou a saúde do funcionário do Vasco da Gama Aremithas José de Lima, convocado a depor na CPI do Futebol sobre depósito de R$ 2,03 milhões em sua conta pessoal pela Vasco Licenciamentos e que não compareceu na data marcada da audiência, apresentando atestado médico. De acordo com os médicos do Senado, Aremithas efetivamente está impossibilitado de prestar depoimento no Senado, por ser portador de patologias clínica e cardiológica crônicas. O senador Geraldo Althoff (PFL-SC) apresentou requerimento pedindo que a Polícia Federal ouça, no entanto, a médica Heloísa Carlos da Rocha, por ter dado atestado a Aremithas sem o devido exame clínico e referindo-se a internação ocorrida quase um mês antes de 6 de março, data da emissão do atestado.
13/03/2001
Agência Senado
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