Caneta anima campanha de Serra
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Editorial
- Caneta anima campanha de Serra
- Num esforço concentrado que precedeu o lançamento de sua candidatura à sucessão presidencial, o ministro José Serra bateu o recorde de convênios celebrados pelo Ministério da Saúde. Eles totalizaram 4.265 apenas entre 26 e 31 de dezembro, numa média aproximada de 36 por hora.
Governos estaduais, prefeituras, universidades e instituições filantrópicas de todo o País foram favorecidos com a distribuição de R$ 541,7 milhões, cifra superior ao total liberado nos primeiros onze meses do ano passado.
Num único dia - 16 de janeiro - a publicação dos atos consumiu 56 páginas do "Diário Oficial da União". (pág. 1 e 2)
- Mais de uma década depois do fim da ditadura militar, o Exército ainda mantém 541 agentes incumbidos de espionar partidos políticos, sindicatos e outras entidades. O "JB" teve o acesso a documentos confidenciais e fotografias que mostram o funcionamento dessa estrutura. (pág. 1, 3 e 4)
- Operadoras estrangeiras de telefonia cobram no Brasil tarifas até 150% superiores às de seus países de origem. Em conseqüência dessa distorção, um telefonema para os Estados Unidos, por exemplo, pode custar muito mais barato do que uma ligação entre Rio e São Paulo.
A pesquisa do "JB" baseou-se nas tarifas normalmente aplicadas pelas empresas, desconsiderando eventuais promoções. (pág. 1 e 19)
- Cientistas do Instituto de Biologia do Exército, da Fiocruz e da Universidade Federal Fluminense promovem pesquisas destinadas a comprovar que o "Aedes aegypti", mosquito transmissor da dengue, desenvolveu resistência aos venenos usados contra ele.
Nos últimos dois anos, os larvicidas aplicados nas caixas d'água perderam o efeito, em razão das constantes epidemias. (pág. 1 e 25)
- Três fatores conjugados - a falência da americana Enron, maior empresa de energia do mundo e sócia no gasoduto Bolívia-Brasil, os prejuízos da espanhola Repsol na Argentina e a disputa jurídica entre o governo do Amazonas e a Petrobras envolvendo o transporte do gás natural de Urucu, principal jazida nativa - ameaçam o suprimento desse tipo de combustível nos níveis exigidos pelo desenvolvimento brasileiro.
A convergência de tais problemas tem impedido a conclusão da rede de dutos planejada para cortar o País, interligando fontes produtoras a centros consumidores.
O gás tem valor estratégico para o País. Com mais eficácia e menor custo, poderia substituir a nafta utilizada nas indústrias petroquímica, de fertilizantes e na siderurgia.
Na Amazônia, diante da necessidade de se explorar o petróleo nas jazidas, o gás precisa ser rejeitado nos poços. Essa operação resulta num desperdício anual de R$ 1,5 bilhão. (pág. 1 e 20)
- As bombas ainda caem, mas já há quem procure agentes de viagens em busca de um "tour" pelo Afeganistão. Nada novo para o canadense Robert Pelton, autor de um guia de viagem sobre lugares como Serra Leoa e Chechênia.
Na aventura mais recente, Pelton descobriu John Walker, o talibã americano, na casa de um general afegão. (pág. 1 e 18)
Colunistas
COISAS DA POLÍTICA – Dora Kramer
A campanha do candidato tucano à Presidência da República começou faz quatro dias, mas já se nota claramente que o ainda ministro José Serra vai adotar o estilo "gente que faz". Foi a idéia central de seu discurso ao PSDB na quinta-feira, e é o eixo de todas as declarações que vem fazendo desde então.
Para ele, sem dúvida, é um bom lema, dado o pragmatismo e a preguiça ideológica que tem demonstrado o eleitorado em suas escolhas.
Já para o Presidente, ainda no cargo, a depender das dimensões e do rumo que essa conversa for tomando e das comparações que forem se estabelecendo, o assunto pode não se configurar de todo confortável. (...) (pág. 2)
(Informe JB - Ricardo Boechat) - Fernando Henrique Cardoso recebeu de José Maria Aznar, por telefone, um ardoroso pedido de socorro à Argentina.
O primeiro-ministro quer mobilizar aliados que ajudem o governo Duhalde a obter créditos internacionais.
Teme que a crise econômica quebre os bancos espanhóis que investiram pesado no país.
E vai quebrar mesmo. (pág. 6)
Editorial
“MÃO DURA”
O deputado paulista José Genoíno, ao destampar a discussão sobre a segurança pública, numa espécie de "avant-première" da campanha eleitoral, na verdade tocou uma ferida nacional que insiste em não cicatrizar. Para começo de conversa ele quebrou um tabu petista ao reconhecer que não há apenas "causas sociais" para a criminalidade, isto é, que a bandidagem precisa ser combatida com dureza em benefício da população.
O candidato a governador diz sem meias palavras que a polícia paulista (entenda-se aí também a polícia dos outros estados) perdeu a guerra contra o crime. Recomenda, para sua reabilitação, remédios amargos.
Isto quer dizer, segundo ele, que o Governo deve ter "autoridade, disciplina, mão dura para que a polícia estimule a defesa da sociedade". (...) (pág. 10)
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01/20/2002
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