Para Cunha Lima, greve dos professores denuncia crise da universidade pública
- Parece paradoxal que governo tão sensível ao desafio histórico do ensino básico, que havia transitado sem resposta por administrações inumeráveis, possa estar menos atento à questão não menos fundamental do ensino público superior. As evidências são irrecusáveis de que uma crise já crônica vem lavrando no âmbito da universidade pública brasileira - disse.
Ronaldo Cunha Lima citou estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), segundo o qual a União gasta cada vez menos com as universidades públicas, já que diminuem continuadamente os recursos consignados a instalações e laboratórios, com limitações diretas no volume e qualidade das pesquisas. Decrescem também os recursos destinados a bolsas de estudos, com impactos negativos mais intensos nas áreas de mestrado e doutorado.
O senador questionou a opção que dissocia a instrução básica de sua projeção universitária natural, como responsabilidades de governo. O ensino fundamental, médio e universitário, disse o senador, "são momentos articulados de construção orgânica do saber e não podem admitir escolhas excludentes".
Ronaldo Cunha Lima reconheceu as conquistas do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, mas observou que os salários dos docentes está defasado. Ele disse que não é concebível que um professor doutor, com 20 anos de estudo e carga horária máxima, ganhe menos do que um agente fiscal ou um delegado de polícia, "sem demérito a essas atividades". Ele apelou ao presidente da República e ao ministro da Educação, Paulo Renato Souza, pelo fim da greve dos professores das universidades públicas federais.
13/11/2001
Agência Senado
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