Casildo Maldaner: Congresso deve ter comissão permanente para investigar narcotráfico



Ao destacar a importância do lançamento da Campanha da Fraternidade 2001, que tem como tema "Vida sim, drogas não", o senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) defendeu a transformação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Narcotráfico em uma comissão permanente do Congresso, como já ocorre em outros países.

Casildo Maldaner defendeu também o prosseguimento, pelo Ministério Público, das investigações iniciadas pela CPI do Narcotráfico, com a prisão dos narcotraficantes e o isolamento de suas redes de comando. Na opinião do senador, é importante identificar todos os mecanismos de lavagem de dinheiro para aplicar as devidas penalidades e também criar instrumentos para desapropriar e vender imediatamente os bens apreendidos do narcotráfico.

Para evitar que agricultores de regiões consideradas de risco passem a atuar na produção de drogas, Casildo Maldaner sugeriu maior apoio a esses produtores rurais, como também aos seringueiros e indígenas que ocupam as fronteiras do Brasil. Iniciativa do ex-senador Darcy Ribeiro no sentido de que os fabricantes de cola sejam obrigados a colocar odores ruins em suas mercadorias para desestimular seu uso pelas crianças de rua também foi lembrada pelo senador.

- Devemos enfatizar os aspectos preventivos do uso de drogas, pois, até o momento, a ênfase tem sido na repressão ao tráfico e ao consumo, o que tem revelado o alcance limitado dessas ações - disse o senador.

As campanhas publicitárias, na avaliação de Casildo Maldaner, parecem ter tido pouco efeito além de provocar um certo medo das drogas ilícitas, com o risco até mesmo de provocar curiosidade entre os jovens.

A Campanha da Fraternidade, salientou o senador, pretende incentivar um amplo movimento de solidariedade para manter viva a esperança das vítimas diretas das drogas, divulgando iniciativas já existentes e estimulando novas. Casildo registrou que o lema "Vida sim, drogas não" questiona as estruturas políticas, econômicas e sociais do Brasil. "Sabemos que a produção e o tráfico de drogas tornaram-se hoje um grande negócio e, portanto, interferem na política e na cultura de nosso povo", afirmou.

10/04/2001

Agência Senado


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