Casildo Maldaner quer medidas para evitar desindustrialização
O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) alertou em Plenário nesta quinta-feira (7) que o Brasil precisa escolher com cuidado suas ações para o desenvolvimento econômico. Essas escolhas, segundo o senador, farão a diferença entre o país "crescer" ou "crescer muito". Com base na discussão ocorrida na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) na quarta-feira (6), em audiência pública cujo tema foi a queda da produção industrial no Brasil, Casildo Maldaner afirmou que, se as medidas corretas não forem tomadas, a desindustrialização pode trazer consequências "nefastas".
- O modelo macroeconômico tem conduzido a uma perigosa primarização da economia. Somos exportadores de commodities e importadores de bens de valor agregado. Dados da CNI [Confederação Nacional da Indústria] mostram que a participação da indústria no Produto Interno Bruto brasileiro caiu de 35,9% em 1984 para 15,8% no ano passado. O setor, que foi responsável por 30% de todos os postos de trabalho do país em 1985, hoje emprega apenas 17% do contingente de trabalhadores. Os números mostram a necessidade de investirmos pesado em inovação tecnológica - apontou o senador.
Para Maldaner, as causas desse cenário são os baixos percentuais de investimento público, especialmente em infraestrutura, a elevada carga tributária do país e as altas taxas de juros - fatores que compõem o custo-Brasil e que estariam aniquilando a competitividade internacional do país.
O senador disse que medidas pontuais podem ser tomadas para reverter o processo a curto prazo. Entre elas, a desoneração tributária sobre o investimento e a folha de pagamento, especialmente em setores com intensa demanda por mão-de-obra; o crédito para investimentos de longo prazo com taxas de juros compatíveis; e uma política internacional que crie salvaguardas para a indústria local.
Casildo Maldaner ressaltou, porém, que para um resultado positivo no futuro é preciso começar a discutir alterações tributárias mais amplas.
- A diferença entre crescer e crescer muito dependerá das escolhas que fizermos hoje. Por isso, precisamos estar prevenidos e meditar, refletir, para enfrentar possíveis solavancos do futuro - alertou.
07/07/2011
Agência Senado
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